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IMAGEM DE DEUS OU DO EGO?

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Autor Oliveira Fidelis Filho

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 8/17/2011 1:24:29 PM


Quando Jesus afirma não pertencer a este mundo, não quer dizer que Seu mundo é fisicamente outro, ou que Seu mundo existe "separado" do nosso, em outro tempo, outro espaço ou outra dimensão, diferente do mundo de seus contemporâneos. Ele afirma não ser "deste mundo" por saber que os seres humanos criaram um mundo irreal em suas mentes, que se move pela crença na separação de Deus. O ser humano, geralmente, vive uma realidade estruturada e alimentada por formatos de ordem religiosa, política, econômica e social. Ele se sente individualizado, tendo Deus como muito distante de si, inatingível.  Neste sentido, "Seu reino não é deste mundo", pois Seu Ser não é criado a partir de imagens fragmentadas que formatam a nossa "realidade.

Em Jesus a Vida, o Eu, não sofre "ação de despejo" ou "soterramento" para que as doentias estruturas criadas do ego se consolidem. Nele a Filiação se mantém Eterna e inseparável da Paternidade Divina. Pode então dizer em Verdade: "Eu e o Pai somos Um". É, concomitantemente, Filho do Homem e Filho de Deus. É Homem e é Deus: Filiação plena.

O Apóstolo Paulo identifica Jesus como sendo o "segundo Adão", uma "segunda edição" do Adão descrito no Mito religioso e paradisíaco da Criação. Entretanto, Jesus é Adão, enquanto imagem e semelhança do Criador. Incólume aos efeitos degenerativos do ego Ele não permite que a imagem "deste mundo" Nele se reproduza. Não se "conforma", não se identifica com as crenças, valores, formas-pensamento e sentimentos do mundo no qual vivemos. A Imagem e Semelhança de Deus Nele fielmente se reproduzem. O imaginário de um passado, sobrecarregado de culpa e de medo, não O alcança; Nele permanece o "Presente", eterno e livre.

A partir da concepção, e mesmo antes, somos "formatados" por "este mundo". São raros os que escapam da força deste condicionamento através da expansão de suas consciências.  Entretanto, multiplica-se o número dos que se "libertam", que despertam do "sono hipnótico" e assumem o trabalho de desconstrução, remoção dos escombros, objetivando reencontrar a Essência Divina, a Filiação, o retorno a casa do Pai. Em verdade, Deus não nos vê separado Dele; "Nele vivemos e nos movemos". A crença na separação, na "imagem quebrada", não é verdadeira em Deus e em nada contribui para a evolução espiritual humana. Necessário se faz romper com tal despropositada, insana e nociva crença.

É ainda do Apóstolo Paulo o desafio ao não "conformismo com este século" bem como o desafio da autotransformação, capaz de nos reconduzir a vivencia da "boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Esta transformação, fruto da renovação da mente e das formas-pensamento, por sua vez oportuniza o surgimento de sentimentos, palavras e atos benevolentes que restabelecem o espelhar da Imagem e Semelhança de Deus em nós.

A crença de que deixamos de refletir a imagem de Deus porque um dia, em um tempo separado de nós, em um espaço separado de nós, tivemos um comportamento separado de nós que culminou na "expulsão do paraíso" e destituição da Paternidade Divina, é totalmente estranha a Deus. O Criador não abandona sua Criação, o Pai não rejeita Seus Filhos.

Esta é a descrição presente no arquétipo do Mito Religioso da Criação demonstrando com poesia e precisão o nascer do ego. A clareza e abrangência de tal ensinamento, no entanto, são ofuscadas e perdem-se na medida em que a tradição religiosa cristã transforma o Mito em um acontecimento histórico.

 Enquanto expressão arquetípica, o Mito é inequívoco ao mostrar que deixamos de refletir a Imagem de Deus. E isso em um longo e gradativo processo de "separação". Na medida em que passamos a amar mais as sombras do que a Luz, obviamente a Imagem de Deus foi gradativamente perdendo o brilho, contorno e definição.

Na medida em que o ego se desenvolveu, cresceu em nós a individualidade em detrimento da individuação. Instalou-se a cultura da escassez, a defesa da propriedade privada, a necessidade da separação, a necessidade de atacar, defender e transferir responsabilidade. O ter se divorciou do Ser. A consequência é que o Amor incondicional deu lugar ao ego condicionado pelo medo, culpa e raiva. Assim fomos "nos escondendo" de Deus, na medida em que escondíamos Sua Imagem e Semelhança de nós e do nosso semelhante. Progressivamente, deixamos de perceber o próximo como semelhante, pois, a Verdadeira Semelhança deixou de ser espelhada e partilhada.

Passamos a refletir e projetar imagens fragmentadas, desfiguradas, povoadas de sombras. Na medida em que ao ego foi dado espaço para se desenvolver, cresceram também suas mais sombrias criações. E o pensamento, que é sempre criador, tornou-se servo deste medonho "senhor" que progressivamente se transformou no "deus" deste mundo. Assim criamos os "demônios", estes construtos sombrios e densos, egrégoras destituídas de Luz, formas-pensamento que assumem "vida" autônoma e que não raras vezes nos dominam e escravizam. Com o passar do tempo, passamos a espelhar as criações do ego; trocamos a glória de Deus pela "glória" humana, trocamos o Criador por esta "demoníaca" criatura.

Possuímos uma imagem distorcida porque aceitamos a distorção como verdade e estamos condicionados a reproduzí-la nos pensamentos, palavras e atos. Infelizmente, um dos maiores equívocos do cristianismo é considerar o homem como um ser pecador e malvado, sempre a ponto de merecer o inferno. Esta visão criou um terrível pensamento coletivo, gerando as tristes conseqüências que todos conhecemos: fanatismo, inquisições, guerras, massacres, torturas, etc. Por crer que o homem é destituído da glória de Deus, do reino de Deus, da Paternidade divina, abrem-se os precedentes para todo tipo de ruptura, preconceito, acusação, desrespeito, impiedade. Nada é mais anti-Cristo.

Tal crença mantém milhares de pessoas cativas dos templos, prisioneiras nas "gaiolas" nas quais cantam para espantar os males, as dores, os medos, os "demônios" criados a partir dos pensamentos a serviço do ego.

A Imagem de Deus, entretanto, não nos foi tirada, pois somos a Filiação Eterna de Deus. Deus cria por extensão de Seu próprio Ser. Assim como os dedos das mãos são criados a partir da extensão da própria mão, de semelhante modo toda a Criação e a espécie humana são criadas por extensão do Criador. A Verdade é que somos a imagem e a semelhança de Deus, somos sua Filiação perfeita. A crença de que somos separados do Criador só interessa aos propósitos do ego, pois sem esta crença ele não existe.

É hora de voltar para casa; deixarmos de criar e ser criados a partir das projeções do ego. É tempo de voltar a refletir a Imagem e Semelhança do Criador. É hora de olhar para a Luz e não para o abajur, de enxergar a Criação Divina debaixo das sombras criadas pelo ego.  É hora de romper com o paradigma que é contra nós e reafirmar nossa Eterna Filiação.   Lembrando o Mestre Jesus, precisamos crer, pensar, sentir e dizer: "Eu e o Pai somos Um, quem vê a Mim vê o Pai". Só assim nos limparemos das distorcidas imagens do ego. 
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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