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Imaginação Ativa

Atualizado dia 02/01/2014 08:09:19 em Espiritualidade
por Marcos Spagnuolo Souza


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O Si-Mesmo é o ser angélico criado diretamente por Deus vivendo em plena harmonia com o Criador de todas as coisas no mundo real. Em determinado momento alguns desviaram de suas atividades devocionais no plano da eternidade e centraram-se na imaginação ativa criando um mundo virtual, inclusive com réplicas fantasmagóricas de si, as quais passaram a vivenciar o mundo paralelo e virtualizado criado pelos anjos.
Nesse momento, centraram suas atenções nas atividades de suas sombras individuais e se confundiram com elas. Hoje, as consciências dos anjos estão submersas nos seres criados por eles, nos corpos elaborados por suas substâncias mentais, acreditando que estão tendo experiências reais.
Os seres humanos, a existência do plano físico-químico e os planos mais sutis estão inseridos na virtualidade, assim sendo, nós somos os anjos caídos encobertos por corpos fantasmagóricos inconscientes de nossa real situação em decorrência do processo da imaginação ativa.

Disse Jung que a imaginação ativa é o ato de usar a imaginação psicologicamente e conta um caso que ocorreu com um dos seus conhecidos: uma pessoa morava fora da cidade e tinha que tomar o trem para chegar lá. O trem parte de uma pequena estação e na parede havia um cartaz, que o moço fixava toda a vez que esperava o trem. Era uma propaganda de um Hotel nos Alpes, gravura cheia de cachoeiras, um campo verde e uma colina no centro. E nessa colina havia algumas vacas. A pessoa ficava ali sentada, olhando o cartaz e pensou que poderia imaginar que estava dentro do cartaz, que o cenário era real, poderia subir a colina entre as vacas e olhar para o outro lado e lá embaixo ver o que há por trás da colina.

A pessoa imaginou que estava no cartaz. Viu o campo, andou pela colina entre as vacas, quando chegou ao ponto mais alto olhou para baixo e lá estava o campo novamente, descendo cada vez mais até uma cerca com um portão. Aí ele desceu, passou pelo portão e havia uma pequena passagem que circundava uma ravina e uma rocha. E quando se aproximou, havia uma capelinha com a porta entreaberta. Achou que seria bom entrar. No altar cheio de flores havia a estátua de madeira de uma Madona. Olhou para o rosto da Madona e exatamente nesse instante alguma coisa de orelhas pontudas apareceu por trás do altar. Ele pensou: Bem, isso é tudo besteira e imediatamente a fantasia desapareceu.

No outro dia, na estação, tentou tudo novamente para ver o que acontecia. Assim, imaginou-se de novo na estação olhando o cartaz e foi novamente levado por sua fantasia a subir a colina. E quando se encontrava no ponto mais alto imaginou o que iria encontrar do outro lado.
Lá estava a cerca, a colina e o campo descendo. Pensou: bem, as coisas vão indo, parece que até agora nada mudou. Deu volta pela rocha, e lá estava a capela e pensou: lá está ela; o que pelo menos não é ilusão. Até aqui tudo bem. A porta entreaberta o fez sentir-se extremamente feliz. Hesitou um pouco a imaginar: agora, quando eu abrir a porta e vir a Madona no altar a coisa de orelhas pontudas irá pular de trás da Santa, e se isso não acontecer, é sinal de que toda essa história não passa de uma idiotice. Abriu a porta e olhou, lá estava tudo e a coisa pulou como antes e o rapaz se convenceu. Daí para frente ele estava de posse da chave e sabia como manejar sua imaginação aprendendo a usá-la.

Jung retrata outro exemplo de imaginação ativa. Salienta que a imaginação ativa designa imagens dotadas de vida própria e os acontecimentos simbólicos se desenvolvem de acordo com uma lógica que lhes é peculiar, quer dizer, obviamente, se a imaginação consciente não interferir.
Começa-se pela concentração num ponto de partida e nos oferece um exemplo com sua própria experiência: quando era menino, eu tinha uma tia solteira que morava numa casinha agradável e antiga. Esse lugar estava cheio de belas gravuras coloridas, e entre elas, havia a de meu avô ao lado de minha mãe. Ele era uma espécie de bispo e estava representado como se estivesse saindo de casa e parando no pequeno terraço. Havia muradas e escadas que saíam desse local e um caminhozinho que ia dar na Igreja. O avô estava vestido com traje de gala, no centro do terraço. Todos os sábados eu tinha permissão de ir visitar a tia e me ajoelhava numa cadeira para ficar olhando o quadro até que eu via meu avô descendo os degraus. E toda vez minha tia dizia: mas, meu querido, ele não está andando; o avô continua ali parado. Mas eu sabia que o tinha visto andar.

Quando nos concentramos num quadro interior e tomamos o cuidado de não interromper o fluxo natural dos acontecimentos, o inconsciente produzirá uma série de imagens que farão uma estória completa. O inconsciente se desinfla assim que a mente consciente se relaciona com ele. O processo de maturação é acelerado.

Diante das explicações de Jung podemos dizer que o nosso corpo, as pessoas que percebemos e o mundo que estamos inseridos são representações da imaginação ativa e precisamos sair desse quadro virtual.

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