Inimigos que nos transformam
Atualizado dia 15/06/2014 21:23:13 em Espiritualidadepor Tania Paupitz
Refletindo sobre o que havia lido, imediatamente lembrei-me do quanto passamos pela vida nos queixando e reclamando das pessoas com as quais convivemos: são os filhos ou companheiros de jornada que não correspondem às nossas expectativas, o chefe mal humorado, o vizinho mal educado, enfim, as situações podem ser as mais diversas.
O problema é que, na grande maioria das vezes, acabamos esquecendo que são exatamente estas pessoas que irão de, alguma maneira, apontar os nossos pontos fracos; aqueles pontos negativos que necessitamos rever, reavaliar, procurando aprender algo sobre eles, para que mudanças se efetuem, alterando nossa percepção, muitas vezes, distorcida da realidade que nos cerca.
Recordo de uma palestra muito interessante que ouvi há alguns anos, onde o Palestrante enfatizava a necessidade de estarmos sempre atentos aos nossos defeitos, visando evitarmos situações de vulnerabilidade, especialmente, com as pessoas de nossos relacionamentos.
Ele comentava: “Ao apontar o defeito alheio, lembre-se de que há outros 4 dedos apontando para você".
Lendo um trabalho realizado pelo grupo "Fraternidade Cristã/Espírita Luiz Sergio, sobre o tema Reforma Íntima, encontrei inserido no "Princípio da Harmonia" o seguinte:
"Os conflitos resultam do choque entre deficiências incompatíveis entre si. Para eliminar os conflitos basta que eu trabalhe a minha própria deficiência. A deficiência (os defeitos) de alguém só nos incomoda quando não é possível conciliá-la com uma das nossas deficiências.
Por exemplo: os atos do autoritário incomodam o orgulhoso, a rebeldia incomoda o autoritário, o crítico incomoda o inseguro e o vaidoso, o ocioso incomoda o impaciente".
Os atritos resultam do choque entre deficiências e, por isso, dão-nos a oportunidade de percebermos nossa própria limitação e de testarmos o nosso progresso. Ao invés de tentarmos moldar o outro para moldá-lo às nossas expectativas, olhemos para nós mesmos e busquemos descobrir porque determinada deficiência mexe tanto conosco. Descoberta a nossa dificuldade, trabalhemos por eliminá-la.
Se partirmos da premissa de que aquilo que nos incomoda no outro também é parte da nossa personalidade, talvez, pudéssemos dar início ao processo de auto-observação, situação onde passamos a nos perceber como meros expectadores, diante de uma cena qualquer.
Este exercício de distanciamento amplia nossa consciência, propiciando-nos um melhor conhecimento de nosso funcionamento interno, especialmente, com relação à nossa vida mental.
Se por exemplo, alguém faz uma crítica a meu respeito, sempre terei à minha disposição o poder de decidir entre, reagir negativa ou positivamente.
Reajo positivamente, quando me percebo uma pessoa segura e autoconfiante, sabendo quem sou e acreditando que o que aquela pessoa pensa ou diz a meu respeito é problema dela.
Reajo negativamente, quando aceitando o que me é dito, dou um jeito de rebater aquela crítica de maneira ainda mais contundente, deixando que o caos e o desequilíbrio tomem conta do meu EU, deixando-me invadir pelo descontrole emocional.
Não importa o que o outro faça de positivo ou negativo com relação à nossa pessoa; sempre seremos os únicos responsáveis por permitir que qualquer situação repercuta em nossas vidas. Somos nós que permitimos que as críticas nos atinjam, somos nós que abrimos espaço para que o outro determine como iremos nos sentir; porém, lembremos que, mesmo que nos induzam a determinado tipo de reação, sempre temos a opção de escolher o que melhor nos convier.
Semelhante atrai semelhante, raiva atrai raiva, da mesma forma, a violência acaba gerando mais violência.
Viva revoltado, aprenda com a revolta. Aja com raiva e viva com raiva. Aja com crítica e viverá em meio às críticas.
Viva em harmonia e aprenda com ela; assim, estará aprendendo mais sobre o amor, principalmente, sobre si mesmo.
Quando finalmente despertamos para a verdade contida na frase acima citada:
"Os inimigos são as únicas pessoas capazes de nos dizer aquilo que necessitamos ouvir”; compreendemos que, na verdade, são “eles” que forçosamente nos convidam a tirar nossas próprias máscaras, a pesquisar o quanto do nosso comportamento ainda é o simples reflexo de nossa imaturidade Espiritual, diante da grandeza da vida.
É um convite especial para que nos aprofundemos na busca do autoconhecimento, largando pelo caminho tudo aquilo que já não nos serve, conhecendo quem somos de verdade e quem poderemos vir a ser.
O autoconhecimento nos liberta, propiciando o controle sobre nossa própria vida.
Já dizia um sábio chamado Sócrates, um dos maiores pensadores da Grécia antiga, há 407 AC: "CONHECE-TE A TI MESMO" .
Pessoalmente, complementaria esta frase dizendo: ao conhecer-te mais profundamente, te surpreenderás com um mundo repleto de infinitas e inimagináveis possibilidades, capazes de operar em ti profundas e significativas mudanças.
Texto revisado
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Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |