Intencionalidade
Autor Antonio Vaszken Dichtchekenian
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 28/07/2014 01:34:34
A intencionalidade é estar voltado para algo, na direção de algum propósito.
A consciência é o tempo todo intencional, ela está sempre orientada a alguma coisa, pessoa ou situação.
No trabalho de autoconhecimento, a intencionalidade é fundamental.
"Para quê", com qual destino, busco as mudanças em meu ser?
É fácil observar e constatar os problemas, nossa cultura valoriza os problemas e as reclamações.
Tenta encontrar os culpados e os responsáveis pelos problemas.
Repetimos esse padrão de tentar achar o "culpado" pelos nossos problemas.
Na verdade, desperdiçamos uma enorme quantidade de energia tentando descobrir o culpado e castigá-lo.
Quando achamos que o culpado é o outro, e nos isentamos da responsabilidade da situação, ficamos impotentes, pois tentamos abrir mão da nossa real responsabilidade.
Quando nos responsabilizamos, e não nos culpamos, somos mais capazes e potentes, pois também percebemos os nossos limites.
A culpa não implica em limites, a responsabilidade sim.
A intenção olha para o presente e almeja o futuro.
A causalidade, o "por quê", olha para o passado.
Quando vamos realizar algo, é imprescindível saber qual é a intenção desta ação.
Há alguns anos fui participar de uma oficina de comida natural e vegetariana.
Estávamos ocupados em organizar os ingredientes, em preparar os pratos, um entusiasmo e ao mesmo tempo agitação.
E em determinados momentos da oficina, a coordenadora dizia algo assim:
"Stop! Parem e observem o que estão fazendo. É isso mesmo que vamos continuar a fazer?"
Tratava-se de uma parada estratégica para perceber a intencionalidade, para sair do padrão automático e repetitivo do "tenho que fazer isso", questionar o que estamos fazendo a cada momento.
As dúvidas e incertezas que surgem em nossa vida também tem uma função semelhante:
"É isso mesmo que você quer fazer? Tem certeza? Não está se esquecendo de mais nada?"
Quando ouço alguém dizendo "Eu não sei se gosto do que eu faço...".
Posso entender: "Eu não gosto do que eu faço, mas não consigo assumir".
As dúvidas são o resultado de uma percepção parcial.
Quando não se percebe o todo, estamos separados e distantes, em geral por medo do desconhecido.
Não estamos levando em conta os sentimentos e a intuição, apenas o intelecto.
Prestar atenção na intencionalidade exige considerar vários pontos de vista, não apenas na razão que diz "tem que / deve ser assim", mas também os sentimentos, desejos e as necessidades de cada situação.
Quando nos propomos a realizar uma prática de autoconhecimento, também é importante utilizar a intencionalidade.
Ao invés de focar no problema ou numa solução objetiva, tente focar na intenção e num objetivo.
Por exemplo, nos trabalhos com respiração consciente, peço para as pessoas respirarem de um modo consciente, não apenas o ar, mas energia e intenção.
Quando elas sentem vontade de alguma coisa do seu passado, que elas não podem mais ter no presente, eu peço que elas respirem essa vontade. Isso é usar a intenção.
A intenção não é simplesmente um pensamento, resultado de uma análise intelectual.
É um comprometimento com o seu poder de realizar e de agir de acordo com sua percepção integral (sentimento, razão e ação).
Portanto a intencionalidade nos retira do automatismo e da idealização, e nos conecta com o movimento natural de transformação do ser.
Você não precisa ser sério demais ao ser intencional, deixe que as coisas fiquem divertidas e lúdicas.
Uma pessoa séria demais está pré-ocupada com alguma coisa, não está focada no aqui-e-agora.
Vamos colocar em prática?
Até breve!
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Antonio Vaszken Dichtchekenian Pós-graduado em Psicologia Transpessoal Aplicada, pela UCG-GO. Graduado em Psicologia pela PUC-SP. Especialista na teoria de Stanislav Grof. Psicoterapeuta Transpessoal. Endereço: Rua Aimbere, 1731, Perdizes. Telefones: (11) 3865-7557 e 99955-0353 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
