Inveja: um sinal de baixa auto-estima
Atualizado dia 31/08/2009 17:09:15 em Espiritualidadepor Luciana Martins
Por isso, não devemos subestimar o poder da inveja, este sentimento ao mesmo tempo tão humano e tão negativo, do qual quase ninguém está livre. Um dos fatores que ajudam a tornam a inveja um sentimento tão poderoso, é o fato dela ser praticamente um tabu. Ninguém quer admitir que sente inveja, e todo mundo quer se livrar e se proteger das pessoas invejosas. A inveja, porém, é um sentimento natural. Não é nada nobre, mas é natural, e deve ser aceita como qualquer outro sentimento. Admitir a inveja é o primeiro passo para nos livramos dela.
A base da inveja, tanto naquele que a sente quanto naquele que a provoca no outro, é a baixa auto-estima. Geralmente, a maioria das pessoas, quando fala sobre a inveja, menciona o fato de estar sendo invejado. Porém, para se livrar desta energia negativa, o "invejado" também tem que reconhecer sua porção invejosa. Até porque, inveja atrai inveja, assim como raiva atrai raiva e violência. Basta observar que as pessoas que se preocupam demais com a inveja, ou estão com inveja de alguém ou estão fazendo de tudo para serem invejadas pelas outras pessoas. Isso tudo reflete uma auto-estima muito baixa. A inveja muitas vezes vem da falta, ou da sensação de falta. Ou a pessoa está querendo provar que é melhor que o outro, querendo ser "invejada", ou seja, querendo ser admirada e aceita, ou está invejando, querendo algo que o outro tem, e se sentindo mal por isso. Sim, porque no fundo, ninguém se sente bem tendo inveja do outro. A inveja é a prova da derrota, do fracasso, da falta, da inferioridade.
Muitas pessoas adoram usar a desculpa de que algo não deu certo porque este ou aquele outro colocou olho gordo. Às vezes, é difícil assumir a responsabilidade por algo que não deu certo. É muito mais confortável acusar o outro do que assumir as próprias falhas. A inveja mesmo é um exemplo disso. Com freqüência, ouvimos pessoas se queixando de que estão sendo invejadas, mas raramente vemos alguém assumindo ser invejoso. E, na verdade, é realmente difícil encontrar alguma pessoa que nunca sentiu pelo menos uma pontinha de inveja. Este é um sentimento inerente ao ser humano, mas que por vergonha e culpa, muitas vezes é relegado à sombra, ao inconsciente, "varrida pra debaixo do tapete". Ou, então, projetamos nossa porção invejosa no outro. O invejoso é sempre o outro.
Muitas vezes, atiçamos a inveja das outras pessoas, de maneira consciente ou não, por sermos movidos por um sentimento de inferioridade e por uma necessidade de nos sentirmos superiores, melhores, mais poderosos. Pode ser um mecanismo inconsciente de compensação. A ostentação de luxo e riqueza em áreas onde imperam a pobreza é um exemplo disto. A inveja, inclusive, está na base da personalidade de assaltantes, ladrões, que se apossam à força do que é do outro. São as chamadas personalidades dissociais.
Desta forma, melhor maneira de se defender emocionalmente da inveja, não é negando-a ou projetando-a nos outros, e sim aprendendo a amar a si mesmo, a reconhecer o próprio valor. Geralmente, invejamos algo que temos em potencial. Mas como nos amamos muito pouco, simplesmente não vemos aquela qualidade na gente, apenas no outro.
É interessante observar também, que muitas vezes, a pessoa que se acredita invejada, nem sempre está realmente sendo alvo de inveja. Muitas vezes tem o desejo inconsciente de ser invejada, admirada, de se sentir superior, porque tem muita inveja de pessoas assim. Por isso, começa a projetar estes desejos e sentimentos no outro. Geralmente também, quem atrai muita inveja é porque inconscientemente a provoca, devido a todas aquelas questões que já discutimos anteriormente.
É claro que não dá para nos livramos de toda a inveja do mundo e nem de toda a inveja que há em nossa própria personalidade. Acredito que podemos fazer muito pouco contra a inveja que o outro tem da gente, afinal, quem sente a inveja é o outro e só ele pode administrar esse sentimento. Porém, podemos nos amar cada vez mais. Porque a partir do momento que nos amamos e elevamos nossa auto-estima, passamos a emanar este amor, este sentimento de bem estar. As pessoas que se aproximam de nós começam a nos admirar, a gostar verdadeiramente do que somos. E onde há espaço para o amor, para a generosidade, a alegria e admiração, não há espaço para a inveja.
Texto revisado por: Cris
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Luciana Martins é psicóloga, especializada em astrologia e terapias complementares. Trabalha com terapia floral, reiki, reflexologia, aconselhamento astrológico, acupuntura auricular e terapia vibracional. Escreve o horóscopo da revista Capricho. Consultório: Rua Rodésia, 110, cj 33 - Metrô Vila Madalena F. 8329 2223 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |