Leve o bom humor aos que choram
Atualizado dia 19/10/2009 00:15:15 em Espiritualidadepor Bernardino Nilton Nascimento
O bem figura-se com um rosto risonho, animado por uma serenidade íntima que transluz através da aura, fazendo brilhar a superfície e transcender sobre as mais rudes provações. E o mal me aparece tristonho, tendo na fronte uma sombra que lhe empalidece as alegrias, ainda as mais brilhantes. Não se pode enfiar no bem a vestimenta do pavor. A escuridão é o distintivo do pessimismo, sentimento que caminha para o nada. É por isso que mantenho meu espírito alerta sobre os sombrios que anunciam o bem com um sermão sinistro.
Deixem os ares sóbrios! Não será justo que o bom humor preste uma homenagem à majestade do bem?
Especial maneira de honrar o dever, essa, de parecer levar pela vida um fardo mais pesado do que se pode carregar, em vez de nos enfeitarmos com ele como se fôssemos a uma festa. Poderia fazer crer que você não tem confiança na vitória final do bem.
Temos mil razões para deixarmos transparecer o ideal que nos anima, mesmo através de nossas mais graves ansiedades.
Aprecio, acima de tudo, o humor constante, o que sabe, sorrindo e cantando, cumprir as grandes tarefas. Na verdade, quando vemos alguém que sabe levar a vida com bom humor, ficamos certos de que é esse o transporte que precisamos, e só nos cabe um desejo: irmos com ele na onda. Não sei por que essa disposição do humor me comove e ao mesmo tempo me eleva. Será talvez por que a tenho visto muitas vezes nos momentos mais dolorosos?
Mas, e as famílias? Quando as relações estão tensas, as vontades se opõem e uma tempestade se torna iminente. Alguém com bom humor tem que chegar, passar a mão na cabeça e, com delicadeza, colocar um sorriso nos lábios, recordar uma passagem alegre da família e trazer de volta a harmonia.
Certo dia, levei um casal de velhinhos ao cinema, pobres e verdadeiramente tristes. Depois de alguns dias, passei pela sua humilde moradia e eles vieram agradecer-me com lágrimas nos olhos: “Nós rimos tanto! Há anos que isso não nos acontecia. A gente sofre tanto, a existência é tão dura!” Compreendi que para o bem de todos é preciso ter caridade, gratidão e bom humor. Fazer sorrir, às vezes, os pobres mortais que tantas vezes choram, faz o espírito elevar-se de contentamento.
Na verdade, quem acorda com bom humor já inicia o dia com a primeira vitória: a vitória do espírito contra os obstáculos da vida. É um belo dia de sol durante uma tempestade. Uma feliz mensageira que vem para dizer que nem tudo está perdido. Que no fundo, para sempre e a despeito de tudo, permanece o humor, e com ele, a esperança.
Quando algumas pessoas se reúnem em uma situação penosa, em vez de se ajudarem mutuamente, elas se acusam, depõem contra a energia da alegria e acabam por se afetarem uns aos outros. Ridículos personagens! E que se julgam muito importantes!
Há dias em que o mundo parece ter sido criado para nos contrariar, e em que os três reinos da natureza formam uma tenebrosa maquinação contra o nosso bem estar. E perguntamos por que essas coisas só se dão conosco! É uma fatalidade!” Não sabem ser ricos nem pobres, nem sadios, nem doentes, nem tristes, nem alegres. O seu contato é espinhoso como o dos ouriços, e eles se julgam pobres vítimas.
Temporariamente, afaste-se , não imite eles. Essas pessoas são os maiores malfeitores. São improdutivas e tentam destruir todo o humor que possa aparecer aos seu redor.
O bom humor é recomendado por todos os especialistas em saúde. Estar de bem com a vida é “fascinante”, empreendedor, acolhedor. Sem dúvida, os bem humorados veem os obstáculos bem antes dos que vivem de mal com a vida. “Mas se o bom humor vê os obstáculos, sabe também vencê-los. Conhece vários caminhos, não poupa o sorriso, não desanima com o trabalho perdido e compreende a difícil arte de recomeçar”.
É dever de cada um manter-se em um estado alegre, que lhe permita fazer face às exigência da vida. É bom, de vez em quando, renovar-se. A recreação, o prazer, as boas distrações, não entram na categoria do supérfluo, onde os utilitários os colocariam de boa vontade, mas na categoria do necessário. Não é bom que você se aplique a qualquer coisa que lhe tire a alegria, ao ponto de vir a perder o entusiasmo, de tal modo que não possa mais continuar. Aprenda a conservar os seus meios. Pare algumas vezes para retomar o caminho com um passo mais resolvido, recue para melhor pular. Aprenda a arte de se divertir e de alegrar os outros. Esse é um dos mais doces privilégios do ser humano.
E não se deixe inspirar de covardia para com as pessoas de virtude triste, que não sabem nem rir de todo o coração, nem cantar a plenos pulmões. Cultive a alegria sem prejuízo, ela é uma fonte de força que Deus criou para os corações bondosos. Do contrário, seria preciso admitir que todas as boas coisas, que tudo o que sorri, que tudo o que distende os nervos, descarrega a bílis, clarifica as idéias, seria criado para os maus, para os ociosos, que degradam tudo quanto olham. Não é incoerência do humor, é uma das suas recompensas. É só ele, afinal, que possui o poder de reverter as tristezas.
A partir de agora, desenvolverei meu senso de humor e me esforçarei o máximo possível para não me tomar muito a sério, compreendendo ser essa a única maneira pela qual posso conservar uma perspectiva verdadeira sobre minha própria pessoa nas relações com as outras.
Procurarei sempre o lado cômico das coisas. Manterei o ânimo quando a coisa andar mal e cultivarei constantemente a minha alegria. Encontrarei um meio de rir todos os dias. Procurarei atrair novos amigos através de uma atitude mais alegre. Usarei o humor como meio de ajudar a mim e ao próximo".
BNN
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