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Liberdade

Atualizado dia 03/03/2012 23:30:42 em Espiritualidade
por Inês Bastos


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Em geral, quando pensamos em liberdade, a primeira coisa que nos vem a mente é poder ir e vir, fazer tudo que temos vontade e de preferência não darmos satisfação a ninguém sobre onde estamos, fazendo o que e com quem! Que maravilha! Sou fã da liberdade... dita assim, então, me parece uma temporada em uma rede - na sombra - à beira-mar, sem relógio. Com quem estar é outra questão, pessoas poderiam desaparecer da nossa vida como aqueles abajures que são acionados com palmas! Clap... apareceu Fulano... clap...sumiu Sicrano! É meu sonho de consumo!

Mas, parece que estamos neste planeta azul para vacilarmos entre o querer e o ser. Ou será poder ou não? Aparecer ou esconder é nossa especialidade... basta querermos a liberdade no sábado, que na quarta já nos aparecem os empecilhos. Mas de onde vem isso? Queremos algo, mas outras coisas puxam para o lado oposto! A brincadeira do cabo de guerra não tem mais graça, vamos ficando sem gás, lentos e preguiçosos, muitas vezes fraquejamos... ou estamos de um lado puxando ou cedemos para o outro lado. Estar no meio termo quer dizer estar fazendo força contínua pra manter a posição de combate. Não sei o quanto aguentaríamos.

Passeio muito com meu cachorro e não é tranquilo e relaxante como eu gostaria. Ele quer sair em disparada e eu quero que esteja ao lado, com educação. E sempre passa um cão solto na calçada, decidindo seu próprio destino e metros atrás seu dono com um sorriso, mas meio preocupado. Fico vendo porque esta necessidade de soltar o bicho dele e eu de controlar meu bicho!

Depois de muito pensa-pensa, começo a observar que esta liberdade que está na nossa cabeça está muito mais camuflada atrás da desconfiança de que livres poderemos ser animalescos, ofensivos e até brutais. É infantilidade não querermos pagar o preço por isso. Assim, culpamos "nosso dono" pela coleira e nosso trabalho e responsabilidades por não estarmos na rede da praia.

Ser livre é simples... é poder ser si mesmo todo o tempo.

Isso requer responsabilidade conosco apenas. É sensato escolher antes as opções através da inteligência, mas que as decisões recaiam em tudo que for o melhor pra nós no momento. Todo o resto que nos orbita, deve entrar em harmonia com nossas escolhas para evitar rejeição, perdas, cobranças e culpas voltadas a nós mesmos.

Agora vou sair e passear com o cachorro porque acabei de me lembrar que quase sempre o detento é tão prisioneiro quanto o carcereiro porque também escolheu esta situação.

"Sentir" liberdade dá uma paz danada porque sabemos que podemos contar conosco um pouco mais a cada dia e porque estaremos atuando no nosso profundo ser, que naturalmente só é e quer o melhor!

Texto revisado


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