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Livro Tibetano dos mortos, Dharmakaya e os animais de estimação

Atualizado dia 1/15/2025 4:19:46 PM em Espiritualidade
por Íris Regina Fernandes Poffo


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O título original do Livro Tibetano dos Mortos é Bardo Thödol, que significa "a libertação do pós-morte pela audição", ou "o estado de transição entre a morte e o renascimento".

Foi transcrito pela primeira vez no Século VIII d.C., quando o budismo foi levado para o Tibete.

Este livro objetiva restaurar a divindade (ou a ligação com o divino), que a pessoa perdeu ao nascer, e/ou foi perdendo ao longo da sua existência corpórea.

A leitura era feita por um sacerdote, mestre, irmão de fé ou alguém de confiança da pessoa falecida. Não podia ser feita por parentes chorosos.

Os familiares e amigos deveriam ficar em oração em outro recinto, enquanto a cerimônia de preparação do moribundo, ou recém falecido era realizada.

Nos primeiros sete dias, e ao longo de quarenta e nove dias, acreditam que a maioria das pessoas passará por momentos de provações e confrontações existenciais.

Isto porque elas não partiram completamente puras ou iluminadas. O mesmo ocorre com familiares enlutados.

Para minimizar esta dor, precisam receber esclarecimentos e orientações.

O Bardo Thödol é dividido em três partes ou estados: 1 Chikhai Bardo - transição do momento da morte, 2 Chönyid Bardo - transição da vivência da realidade; e 3 Sidpai Bardo - transição da busca pelo renascimento.

A leitura da primeira parte, juntamente com as preces, objetiva ajudar a pessoa a partir conscientemente sem medo e a confortar seus familiares.

A segunda, ajuda a pessoa a ter consciência que realmente faleceu, recebendo instruções para aceitar sua passagem e a ajuda dos mensageiros da luz.

A terceira é a fase de transição da busca pelo renascimento, onde a pessoa terá consciência que renascerá em um novo corpo físico.

Nas duas primeiras partes, receberá orientações de alerta para firmar-se nas lembranças das suas boas ações, ou "bom carma", e seguir na luz azul brilhante.

Não deverá focar sua atenção no seu "mau carma", vigiando seus pensamentos, de modo a não ser atraído para as emboscadas dos seus adversários (encarnados e desencarnados).

Se o indivíduo não tiver feito o dever de casa durante a vida, reconhecendo e transmutando seus vícios e defeitos, projetará distorções, obstáculos, medos e imagens de horrores, proporcionais à maneira que estiver se culpando.

Mas, se ele aprendeu a desenvolver as virtudes, se esforçou para praticar as lições dos grandes mestres, deverá se sentir bem.

Entre o primeiro e o segundo período do Bardo, o falecido passa pela provação das "cinco sabedorias".

Os mestres iluminados o avaliam para descobrir se nessa última encarnação, alguma parte de sua natureza divina se desenvolveu com base nos ensinamentos tibetanos e budistas.

De maneira simplificada, estes testes avaliavam seu apego aos bens materiais, suas virtudes (sabedoria, perseverança no bem, bondade etc.), e seus defeitos (cólera, egoísmo, luxúria, paixão, inveja, ciúme etc.).

Assim, a qualquer momento entre uma fase e outra, o falecido pode passar para um estado de consciência, chamado Dharmakaya - "divino corpo da verdade".

Para tanto, deveria abrir mão à supremacia do ego, isto é, afastar-se de toda forma e de todo tipo de apego aos bens materiais e terrenos, ao orgulho, ao egoísmo e à vaidade.

Então, a pessoa é preparada para passar pelos caminhos da luz da sabedoria, elevar-se para adquirir um corpo brilhante, e assim, chegaria ao Nirvana.

Ela deverá viver em conformidade com aquilo que precisará resgatar (erros passados).

Os mestres ensinam que deverá aperfeiçoar suas qualidades e virtudes em termos pessoais, familiares, profissionais, culturais etc.

Por isso Jesus enfatizou: "bem aventurados os que têm puro o coração"!

Os animais têm o coração puro e a cada reencarnação adquirem mais conhecimento e mais amor.

Alguns demonstram certas emoções humanas como ciúmes, agressividade e ansiedade, que aprenderam conosco.

Não sofrem ao deixar o corpo físico, nem vagam desnorteados em busca de água e comida, como os humanos.

Não têm dívidas passadas! São logo amparados por seres amorosos e em breve serão preparados para retornar à vida terrena.

Alguns animais são tão especiais, tão altruístas! Será que adquiriram este estado de consciência, chamado Dharmakaya?




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Conteúdo desenvolvido por: Íris Regina Fernandes Poffo   
Bióloga, espiritualista, terapeuta holística e escritora.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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