Maya, Reino dos Egos
Atualizado dia 06/05/2013 16:47:10 em Espiritualidadepor Marcos Spagnuolo Souza
O ego é encoberto pelo corpo grosseiro (terra, água, ar, éter, fogo) e pelo corpo sutil (mente e inteligência) e em consequência procura gozar dos frutos de suas ações no mundo material. Deste modo, ela se identifica com muitos tipos diferentes de concepções corpóreas grosseiras: sou sacerdote; sou o rei; sou pobre; sou miserável; sou pai, sou mãe, sou homem, sou mulher, estou acometido pela doença, sou professor. Através do corpo grosseiro a perversão fica mais concentrada se fundamentando unicamente em captar a forma/tempo/espaço através dos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato).
Quando o ego transmigra de um corpo para outro, o corpo grosseiro muda, mas o corpo sutil, não. Assim que o ego deixa o corpo grosseiro, o corpo sutil carrega todos os seus karmas (atividades realizadas na existência material) para o próximo corpo. A natureza condicionada do ego em um novo corpo é o resultado das influências de seus nascimentos anteriores, e sua natureza determina o corpo no qual irá nascer. Após entrar no novo corpo ele começa a executar karma novamente, e quando morre, ele repete o mesmo processo.
O ciclo de nascimentos e abandonos dos corpos é denominado “samsara” fazendo o ego vagar pelo universo material em várias condições de vida, umas elevadas e outras inferiores. Existe no mundo material quatorze sistemas planetários e os egos, apegados ao gozo material, transmigram por esses sistemas que são os recipientes dos desejos egóticos.
As condições de vida nos sistemas planetários são resultados dos seguintes comportamentos karmicos: “saririka” (modo de se relacionar com o corpo material); “samajika” (modo de relacionar com a sociedade e as ideias sociais) ; “naitika” (modo de se relacionar com a moral e a ética); “Kanaka” (modo de se relacionar com o dinheiro); “kamini” (modo de se relacionar com os desejos); desse modo o ego vivencia o samsara. Sendo escravo de seus desejos e apegos, o ego vagueia de um lado para outro por muito tempo nesta confusa existência material, tendo que passar constantemente pelo nascimento, velhice e morte (abandono do corpo físico). A condição de apego do ego as coisas materiais é denominada de “bahimukha-samsara”, (consciência voltada para fora, em direção à existência mundana).
Devido ao Karma acumulado de eras e eras, o ego se apega cada vez mais aos objetos mundanos surgindo às concepções de “eu” e “meu”, levando-o a pensar: “Eu sou este corpo e todas as coisas relacionadas a este corpo são minhas”. Em virtude desta concepção, é natural sentir atração por pessoas e coisas que deem prazer ao corpo material e aversão a pessoas ou coisas que impeçam o prazer material. Iludido sob a influência de semelhantes sensações de apego e aversão, ele julga que os outros sejam amigos ou inimigos e lhes mostra amor ou ódio. Quanto maior é o apego do ego ao mundo material, mais ele penetra no negrume da existência material e passa a aceitar corpos cada vez mais grosseiros.
Sendo escravo dos desejos e, consequentemente, da existência material, o ego vagueia de um lado para outro nesta confusa existência material elaborando conhecimento “laukika” (pertencente ao mundo material). Quanto mais aumenta o envolvimento com o conhecimento “laukika” mais se envolve o ego com o mundo material, quanto mais o ego se absorve em pensamentos materiais, mais se compromete com a adoração à matéria.
A espiritualidade do ego não é espiritualidade, pois sua mente, inteligência e corpo estão envolvidos com a forma/tempo/espaço que são aspectos materiais. O ego está totalmente envolto pela energia material e, nesse estado, ele não tem como praticar espiritualidade ou vivenciar Bhagavan. O ego não pode meditar devido à incapacidade de ir além do mundo material, pois é um ser totalmente condicionado a “maya”. O ego está no estado de “avidya” (ignorância espiritual) e existem quatro tipos de “avidya”: equívoco que o imperfeito pode ser permanente; que toda miséria pode ser bem-aventurança, de que o impuro pode ser puro e de que o ego pode ser espiritualista.
O ego tem estado vagando neste mundo de nascimento e mortes desde tempos imemoriais, nascendo e morrendo de acordo com o seu karma devido à sua existência ser antinatural e ofensiva ao plano de Bhagavan.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 3
Conteúdo desenvolvido por: Marcos Spagnuolo Souza Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |