Mediunidade, nem tudo é como parece (Parte 1)
Atualizado dia 11/1/2017 12:41:15 PM em Espiritualidadepor Baltazar Neto
Dentre os e-mails muito me perguntam e questionam os pontos positivos e negativos de se perceber os espíritos; no meu caso, por meio da clarividência. O que possibilita enxergar pela visão astral (terceira visão) situações, eventos, objetos e também os mentores, parentes, amigos e opositores (Prefiro chamar de opositores a obsessores, mas isso fica a critério de cada um).
Nesse texto vou me ater apenas ao tema “Parentes Desencarnados” e como foi e é minha experiência e convívio com eles.
Quando minha mãe desencarnou em 2001 devido a uma metástase de um câncer de pulmão, (embora nunca tivesse fumado sempre guardou muita mágoa na vida e como já vimos em textos anteriores, a mágoa sempre ataca energética e fisicamente os pulmões).
Eu fiquei muito apreensivo e ansioso em poder vê-la. Naquela época, eu não tinha tanta maturidade espiritual, então só consegui percebê-la um ano depois do seu desencarne.
Ela vestia uma roupa preta, estava bem triste e ainda careca, mantinha o mesmo corpo astral de quando ainda estava com a doença. Falava pouco e chorava muito, quase não se comunicava.
Em 2003, comecei a me encontrar com ela fora do corpo. Ela já estava melhor, os cabelos haviam crescido, já era minha mãe, mas ainda estava muito presa emocionalmente, afobada e acelerada para falar. Como o tempo era curto e na cabeça dela tinha muita coisa para ser expresso acabava atropelando as frases. Na condição extrafísica, comunicamo-nos pelo pensamento e não pela fala. Tudo era novo para ela, nem conseguia volitar entre os planos, eu precisava esperar o Aerobus que traziam as pessoas para poder falar com ela. (Aerobus é um veículo espiritual, que serve para o transporte de espíritos, apareceu a primeira vez no livro “Nosso Lar”, de autoria de André Luiz e psicografado por Chico Xavier).
Em 2005, foi a primeira vez que ela tentou me ajudar, na época eu não estava conversando com meu pai (Sim! Médiuns também têm problemas. Parentes difíceis, colegas de trabalho de difícil trato, etc…). A espiritualidade na época nos aconselhou a esperar um pouco, pois estávamos amadurecendo nossas emoções. Meu pai é materialista e minha mãe sempre foi espiritualista, digamos que cresci em meio a um cabo de guerra e tive que me adaptar.
Eu só percebi que este encontro entre nós não daria certo quando já estava no avião indo visitar meu pai (Ele mora em Porto Alegre). Como suspeitei, o encontro foi um desastre, fomos mexer em feridas abertas e nenhum dos dois estavam prontos para o que resultou da conversa. Minha mãe que assistia tudo ficou decepcionada comigo, pois ela também estava ligada ao nosso emocional.
Lembro até hoje da cena: minha mãe no canto da sala com dois mentores e no outro canto dois opositores instigando a briga entre eu e meu pai. Eu, meninão de tudo, e meu pai também imaturo, optamos pelo caminho mais fácil, seguir os instintos e falar sem pensar.
Hoje meu pai e eu nos damos super bem, e damos risadas dessa história, ele mais do que eu, pois acredita que ver espíritos é coisa da minha cabeça, então a diversão é dobrada para ele.
Após essa data, minha mãe sumiu de vez, aparecia nas reuniões em que eu trabalhava mas não se fazia visível para mim. Fui trabalhando essa situação e em 2010 ela começou a me visitar no meu aniversário, aí que começa uma das maiores lições do espiritismo, que todos conhecem na teoria, mas poucos na prática.
Tudo evolui, tudo está em constante transformação.
Ao logo de seis anos – 2010 a 2015 – quando foi a última vez que a vi, percebi seu amadurecimento espiritual. Cada ano que passava ela estava diferente, menos emocional mais espiritual, aquele Ser que veio me ver nos últimos anos já não era mais a minha mãe. Ela já tinha sua consciência universal, foi mãe de muitos, esposa e marido de muitos, filho e filha.
Aquela assinatura emocional que me ligava a ela tinha sumido, era um espírito de luz que lutou muito nesses 12 anos de aprendizados e desapegos.
Confesso que isso me deixou muito triste no começo, pois eu acreditava que realmente iria reencontrar minha mãe do mesmo jeito, mas pensando bem isso seria um tremendo egoísmo da minha parte, prender a evolução natural do espírito encarnado ou desencarnado.
Tenho acompanhado várias situações semelhantes, com amigos próximos, parentes meus e das pessoas que atendo nos trabalhos.
Quando falamos de desapego, não é só de itens materiais, mas a ideias, conceitos e emoções.
Evoluir é despegar-se e seguir em frente agradecendo sempre pela oportunidade.
É como apreciar um rio, a água passa, nutre-o e continua seu caminho e nós aproveitamos o momento.
Portanto, para quem é muito apegado a emoções, a clarividência pode ser um baque no primeiro instante, mas depois nos acostumamos a seguir o fluxo. Aprendemos a ver as coisas como são não como gostaríamos que fosse, ou pelo que achamos que é certo.
O trabalho da mediunidade é um trabalho de imensa responsabilidade, que tem que vir com uma base moral e intelectual.
Não basta ter a capacidade de ver. Ver não significa saber. Ver por meio da clarividência é o mesmo que ver com os olhos materiais, se você não tiver o conhecimento do que foi visto, vai passar adiante informações erradas.
Devemos sempre manter o habito de estudar.
Gratidão pela oportunidade.
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Ilustrador, editor do blog ´Um caminhar pela espiritualidade´, compartilha suas experiências através de ilustrações feitas com a ajuda da clarividência. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |