Mitologia pessoal: os arquétipos das histórias
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Autor Marisa Petcov
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 08/01/2011 19:29:13
As civilizações se baseiam em mitos... Joseph Campbell
Um arquétipo é uma forma de pensamento ou de comportamento, um símbolo das experiências humanas básicas, que são as mesmas para qualquer indivíduo, em qualquer época e qualquer lugar. Sendo resultado de uma experiência que foi repetida durante muitas e muitas gerações, os arquétipos estão carregados de uma forte emoção, que Jung chama de "energia". Essa energia lhe dá o poder de interferir no comportamento do indivíduo e da coletividade. E nesse particular os arquétipos parecem funcionar como os "complexos", mas enquanto os complexos individuais não produzem mais do que singularidades pessoais, os arquétipos criam mitos, religiões e filosofias que influenciam e caracterizam nações e épocas inteiras.
Tomemos como exemplo a ideia de que como todos seres humanos sempre tiveram mãe, a criança já nasce com a capacidade de reconhecer a figura materna e de reagir a sua presença. Essa capacidade é a realização de uma potencialidade herdada, ou seja, é o fruto das experiências passadas da raça humana. Assim Jung vê o inconsciente coletivo: o alicerce genético da personalidade do homem, sobre o qual se constroem o ego, o inconsciente individual e os demais elementos da psique, e chama de arquétipo ou imagens primordiais os seus componentes estruturais.
Assim, podemos dizer que entre os arquétipos do inconsciente coletivo estão o nascimento, a maternidade, o casamento, a morte, o renascimento, o poder, a magia e as respectivas figuras da criança, da mãe, do herói, dos deuses e demônios. Todas essas imagens e figuras arquetipicas estão nos mitos e contos e fadas, embora não sejam percebidas racionalmente pelos ouvintes e contadores. E é evidentemente porque não se dirigem ao inconsciente racional que essas imagens se conservam e se transmitem por muitos séculos, preservando a estrutura primeira da narrativa.
Assim, os arquétipos do nascimento do herói, da iniciação sexual e da passagem para o outro mundo estão nos contos mais conhecidos e apreciados. A personagem principal geralmente é uma criança que enfrenta o problema do relacionamento com os pais, é submetida às provas da vida, situações difíceis que são resolvidas com a ajuda da magia, e chega à maturidade, representada pelo casamento, que será felicidade eterna, o despertar para a luz, depois de um longo período de trevas.
As fadas, detentoras do poder mágico, podem representar a antiga divindade feminina das sociedades matriarcais ou a imagem arquetípica da mãe, com seu lado bom (fada.. é mesmo?) e seu lado mau (bruxa... é mesmo?), a deusa bela e generosa, mas também cruel, de que fala Jung. A princesa, ou moça pobre que se torna princesa, representa o caminho a ser percorrido pela mulher no papel que a sociedade patriarcal lhe reservou: a realização por meio do casamento. Estão aí representados tanto o poder quanto a fragilidade da mulher.
Baseado nos livros: Em busca dos contos perdidos, Mariza B. T. Mendes - O homem e seus símbolos, C. G. Jung
Marisa Petcov
Numeróloga, Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, Contadora de histórias. Desenvolve um trabalho ligado à pesquisa dos contos de fadas como ferramenta para definir os traços reais da identidade humana.
Comunicadora do site link onde faz o programa Contando histórias e números, todas as segundas-feiras, a partir das 17 horas.
e-mal: [email protected]
blog: bruxaqueconta.blogspot.com
Tel.: 9212 81 69
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