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Não desperdice a sua vida protegendo sua imagem

Atualizado dia 27/10/2009 02:10:44 em Espiritualidade
por Vera Godoy


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"A responsabilização dos outros espalha o veneno, o medo e uma dose de culpa, pelo menos igual àquilo que se tenta projetar. Os alvos de acusação podem reagir de muitas formas diferentes, de acordo com seus próprios problemas e conflitos não solucionados. Desde que a reação é cega e a projeção de culpa é inconsciente, a contrapartida pode ser também neurótica e destrutiva. Só a percepção consciente pode pôr fim a esse padrão. Só, então, será possível recusar esse ônus que tentam colocar sobre seus ombros". (trecho do livro CRIANDO UNIÃO-de Eva Pierrakos).

Recebo muitos e-mails de leitores e ouvintes do Programa Caminhos do Coração, e alguns deles questionam a postura de pessoas que se dizem conscientes. Uma, especificamente, contou indignada a postura de uma Terapeuta com uma colega de trabalho. E ela completa: também sou Terapeuta e não consigo entender como uma pessoa com tanta bagagem espiritual pode agir de maneira totalmente contrária àquilo que prega? Perguntei a ela: 1º: você diz conhecer a pessoa há muitos anos, e acha mesmo que ela seria capaz de tal atitude? 2º: sem buscar conhecer o outro lado do mesmo fato, como você diz, optou por condená-la? Se agiu assim, sua atitude também não está compatível com uma pessoa consciente, porque, senão, saberia que só aqueles que se acusam, condenam!

Todo aquele que faz um julgamento está, na verdade, afirmando que é culpado. Todo julgamento parte de uma pessoa que se sente vítima e injustiçada, pois, cobra do outro aquilo que deu ou fez a ele, uma postura que lhe tira os méritos de uma boa ação e uma das maneiras mais fáceis de punir àquele que "supostamente" não lhe retribuiu "como gostaria" a generosidade, é considerá-lo culpado.

Seus argumentos são tão fortes que atribuem ao outro sua infelicidade de modo a não precisar se responsabilizar por ela. Essa é uma atitude própria daquele que, sem consciência, não admite seu lado negativo, que nega sua verdade interior, culpando o outro por não cumprir com suas exigências superficiais. E, bem no fundo, seu lado sombra e inconsciente diz: "como ela ousou dizer não para mim!" Não fez o que eu queria! Como punição vou odiá-la, difamá-la, ou traí-la, assim ficará mais fácil chamar a atenção dos outros para a boa pessoa que sou. O ser humano que assim age não sabe o que acarreta para sua vida, seu físico, com atitudes que trazem dor, sofrimento, falta de verdade e punição para o outro, mesmo que use como desculpas defeitos reais da pessoa que acusa, porque, quem somos nós para saber o que é certo ou errado?

O homem percebe da mesma maneira que pensa. A condenação feita a outro é o julgamento que faz sobre si mesmo e, se ele enxerga o outro condenado, ele vê seu próprio espelho, aquilo que ele fez para ferir. Só atacamos aquilo que não nos satisfaz, assim nos iludimos, não percebendo que inventamos... não é cômodo?

É preciso ter compaixão com os julgadores, pois são seres que se sentem muito culpados e essa culpa, quando surge, é sempre devido às exigências injustas e despeito pelo amor que acham não ter recebido. Esse é o pior tipo de culpa, pois aparece consciente ou inconscientemente devido aos castigos impingidos a outrem. Aquele que se sente injustiçado e castiga o outro por seus infortúnios corrompe sua própria força, enfraquecendo-se.

Quem assim age, pode até dar muitas coisas: dinheiro, fazer o bem, ter interesse e amor, mas essas serão doações vazias pois, vêm acompanhadas de falta de honestidade, com seu próprio lado negativo. Só é julgador aquele que é capaz de injustiça!

O outro lado que precisamos levar em conta é: aquele que está sendo condenado está sentindo ou tendo um comportamento de justificar sua atitude? Se essa for sua postura, ele também se coloca numa posição igual: sente-se culpado, tornando impossível estar com razão, além de energeticamente acorrentar-se ao acusador.

Mas, se a postura do julgado estiver compatível com as novas energias, ou seja, não reagir, é fato que a sua escolha é a do amor e não da separação. Ela fez a sua escolha e essa pode até ser de descartar o acusador de sua vida, por ele não se adequar à sua escolha e isso não significa que não o ame mais, pois podemos amar até nossos inimigos sem necessariamente termos que conviver com eles.

Portanto, amigos, é preciso ter muito cuidado com julgamento, pois, ele sempre volta-se para nós.

E para aqueles que são julgados, eu diria: não percam tempo e nem energia para proteger sua imagem, pois ela só interessa a você mesmo e Àquele que o criou, porque só Ele sabe o que existe no seu coração.

Diz o ditado: Nunca se justifique! Aqueles que são seus amigos, não precisam, e aqueles que não são, não acreditariam!

VERA GODOY 

Texto revisado

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