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O Amor é Benigno

Atualizado dia 22/03/2012 12:14:07 em Espiritualidade
por Oliveira Fidelis Filho


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"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". I Co 13. 4-7.

Amor Incondicional é como água potável: cristalina e pura. Não precisa ser filtrada, não precisa ser fervida, não precisa ser tratada. Existe para promover a vida, sem contra-indicação, sua vocação é fazer bem. É simples e naturalmente pura. Existe com a função de dessedentar, tornar possível e saudável a vida. Não existe para si mesma e nada reivindica pelos benefícios prestados.

Entretanto, a esta mesma água podem ser agregados os mais diferentes poluentes que a tornam nociva e até letal. Pode continuar a aparentar inocente pureza, pois nem sempre a morte que carrega é visível a olho nu.

Como filhos do Criador - que cria por extensão de Si mesmo e não separado Dele - o Amor incondicional é parte natural e eterna do ser humano, também. Entretanto, tal dimensão ainda precisa ser procurada, identificada e expugnada de todos os poluentes. Necessário se faz uma "perfuração", ou seja, o exercício de autoconhecimento, de individuação capaz de desobstruir os gargalos que impedem o jorrar livre e abundantemente.

O êxodo evolutivo -a forçada marcha civilizatória- levou-nos a acampar nos asfixiantes limites urbanos. Armar tendas e montar acampamento em ambientes cada vez mais hostis. As cidades -misto de sedução, escravidão e desilusão- nos separaram da Terra, da vida e nos fazem como que órfãos de alma. Do convívio com o concreto e com o aço herdamos a rigidez, a insensibilidade os corações empedernidos.

Nosso progresso, civilidade, evolução científica tecnológica divorciada do Amor tem se voltado contra nós. O conhecimento sem amor gera destruição. Enquanto a busca do conhecimento tiver como objetivo meramente passar nos exames, galgar posições de prestígio e de poder, o resultado continuará sendo a deterioração, corrupção e atrofia da dignidade humana. O conhecimento sem amor é a mais poderosa arma de aniquilação e de extermínio.

Entretanto, de modo paciente, o tesouro aparentemente perdido espera para ser encontrado. Quem o encontra desfaz-se alegremente de todas as outras propriedades, de todos os apegos. Encontram-no os que se aventuram no universo interior, nos domínios da alma, no território sagrado do coração. Os que se dispõem a arar fundo o solo da existência, pois é dentro de cada um, sob os pedregulhos dos mais variados condicionamentos, das distorcidas e endurecidas construções do ego, que o Amor incondicional aguarda seu momento de florescer.

Na descrição de Paulo, encontramos sinalizadores que permitem identificar o Amor bem como nos munir de sabedoria para não confundi-lo. Em sua exposição, expurga do Amor tudo que lhe é estranho.

Começa dizendo que uma das expressões do amor é a paciência e segue dizendo que o amor é benigno. É de benignidade que a própria paciência, conduto do Amor incondicional, se reveste e se ressignifica.

A benignidade é uma nascente - olho dágua - a brotar dos eternos mananciais do Amor Incondicional ainda represado em muitos corações.
Quando penso em benignidade penso em uma árvore frondosa generosamente disponibilizando abundantes ramagens, folhas, sombra, flores e frutos. Graciosamente, ofertando espaço onde os pássaros pousam e se refugiam. Palco onde exibem seus talentos musicais, suas danças de acasalamentos, constroem seus ninhos e alimentam filhotes. A benignidade acolhe, abriga e oportuniza a vida se expressar com liberdade e leveza.

Quando penso em benignidade, recordo das banheiras com águas termais e sulfurosas em Poços de Caldas, nas Gerais, onde mais de uma vez me entreguei para ser acolhido. Onde me refestelei em aconchegantes relaxamentos ao mesmo tempo em que me sentia massageado e terapeutizado.

Quando penso em benignidade, penso em manhãs frias de inverno, cobertas de nevoeiros que progressivamente se deixam penetrar pela luz e calor do sol, capazes de derreter a neve e o gelo. Benignidade é "como brisa do mar em dias de verão" (*). É energia feminina grávida de bondade.

A benignidade possui a suavidade de uma lua cheia quando beija o oceano, a selva e a relva orvalhada. É capaz de emprestar suavidade poética até mesmos às grandes selvas de pedra e aos monstruosos prédios mesmo quando arranham os céus.
A benignidade é uma das formas como o Amor incondicional se expressa. Tal benevolência jorra de um coração puro, expurgado de toda sombra, de todo ódio, julgamento, medo e de sentimentos menores o que torna o olhar revestido de uma límpida percepção capaz de identificar divindade em todas as coisas.

A benignidade demove a rigidez, reveste de flexibilidade, ternura, maciez, acolhimento, aceitação, amparo, as relações interpessoais, familiares e o ambiente de trabalho. Promove a sensação de leveza e sustentação tal qual quando relaxados boiamos sobre a imensidão do mar ou quando sustentados pela invisível força do vento sobrevoamos em parapentes, asas delta, planadores, balões. A benignidade lembra o aconchegante balanço de uma rede. A benignidade reveste de leveza e de doçura tudo que toca. Sim, o Amor Incondicional é benigno.

Tem ainda o sentido de um abraço deliciosamente apertado, acolhedor e puro, de um sorriso aberto, sincero. Do afago depois do sexo e do sexo depois do afago... É tudo isso e um pouco mais o que o termo "benignidade" extrai de meus sentimentos, pensamentos e vivências.
Faz ainda brotar de minha alma situações permeadas de compreensão, gentileza, afabilidade, agrado, brandura, cortesia, doçura, clemência, liberalidade, absolvição, largueza, inofensividade, inocência... Para o Apóstolo Paulo, o Amor Incondicional se projeta na luz da benignidade e no exercício da benignidade é plasmado.

Quando falta benignidade sobra confrontação, arrogância, imposição, grosserias, comparações, julgamentos, punições e maledicências.
Na benignidade, a verdade não é assassinada ou encoberta, mas é oferecida adornada de compaixão. Os erros são corrigidos sem que resultem resíduos da revolta, da culpa ou do desânimo.

Pessoas benignas são como aconchegantes colos a exercer irresistível atração sobre os peregrinos carregados de pesados fardos de julgamentos e famintos de amor.

(*) Música de minha autoria que leva o mesmo nome.



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Conteúdo desenvolvido por: Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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