O caminho sem volta
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/12/2015 13:22:51
Frente ao desconhecido, o homem recua. Receoso de perder o conforto que o conhecido lhe traz, abnega toda paz e encantamento que o novo pode lhe oferecer. Julga ele que é perigoso entrar em campos desconhecidos. Por que correr o risco? Melhor ficar onde está, com as comodidades que o conservadorismo lhe oferece. Assim pensa ele...
Essa recusa do homem em buscar o novo e o desconhecido afeta o homem em vários setores de sua existência e, claro, traz as devidas consequências, principalmente aquela patologia chamada normose, ou seja, a doença que faz o indivíduo achar saudável ser normal. Quanto a isso, Krishnamurti dizia que “não pode ser sinal de saúde estar bem adaptado à uma sociedade doente”. Mas aqui quero me ater a uma área específica dentro da individualidade humana, uma área que talvez seja a mais desconhecida entre todas: a própria consciência, o EU humano!
É curioso perceber como o homem é guiado por certos automatismos. Tudo o que ele faz obedece a um rigoroso padrão que ele mesmo cultuou ao longo de suas encarnações, e muitos desses padrões são puramente instintivos; a disputa por território, a busca pelo posto mais elevado dentro de uma determinada condição, a busca pelo poder, etc., todas questões ligadas puramente ao ego. Os instintos não satisfeitos podem converter-se em frustrações e as frustrações em doenças; quando satisfeitos, aquietam-se por breves períodos para depois voltarem mais forte. Com o tempo o homem encontrar-se-á em um círculo vicioso, poderá estar doente sem saber por quê, estará imerso em comportamentos tão padronizados que tudo aquilo que lhe for diferente, será mera perca de tempo. Enquanto isso a vida passa e o desconhecido (Ele mesmo) continua vagando pela vida sem ao menos questionar: “por que estou aqui”?
Mas a vida não tem erros - apesar de, às vezes, parecer o contrário, mas não, o Cosmos não erra. Chegará o momento em que o homem perceberá que todas as suas andanças pela satisfação do ego, nada lhe acrescentou. Nesse momento ele será capaz de fechar seus sentidos para o mundo exterior e, aos poucos, ser-lhe-á aberta a sua visão interior vagarosamente, o que pode ser doloroso. Assim como um recém-nascido abre os olhos aos poucos para que a luz não lhe ofusque ou machuque, vagarosamente o homem passará a abrir os olhos para um Universo que, até então, era totalmente desconhecido, mas que ele encontrará profundo prazer em desbravar: o Universo Interior.
Esse é um caminho sem volta, o caminho da busca pela plenitude, o caminho do repouso no si mesmo, na sua própria eternidade, naquilo que tu sempre foi internamente, mas buscaste realizar externamente. Impreterivelmente, esse momento chegará a todos por que não somos filhos da escuridão, somos filhos da luz. A nossa natureza é luz, a nossa natureza é amor, e tudo o que for diferente disso saiba que não pertence ao seu EU, pertence apenas ao transitório e, até que te livres disso, permanecerás preso a roda das insatisfações. Relaxa, aquiete-se e ouça a voz que não fala, mas inspira e eleva.
Avaliação: 5 | Votos: 5
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
