O chamado
Atualizado dia 9/30/2008 7:17:20 AM em Espiritualidadepor Ruan Perez
Eu, sujeito humano, sempre digno, sempre honesto, mantinha minha fé preservada através de minha religião na época, indo sempre à igreja... enfim... porque isso acontecia comigo?
Nessa época tinha apenas 16 anos e, muito religioso, ia sempre com meus pais à igreja local, semanalmente; meu círculo de amizades era dentro dessa igreja. Meus estudos iam muito bem, sempre com ótimas notas. Até algum tempo atrás eu era um indivíduo comum que cumpria seus deveres com Deus e que levava uma vida comum, apesar de morna, e, porque não dizer, feliz.
Vivia num mundo onde pensava ser uma pessoa comum. Meus poucos amigos eram como eu: quietos, estudiosos, religiosos e levavam uma vida parecida com a minha. Mas quando contava meus sonhos eles estranhavam; eram sonhos de viagens a lugares diferentes, modernos, com seres avançados e com uma tecnologia muito superior à nossa. Pensamentos me vinham como que se alguém sussurrasse em meus ouvidos e me dissesse coisas, instruções; eu muitas vezes não as ouvia, apesar de parecerem sempre positivas. Achava que era coisa de minha cabeça... devaneios...
Será que estou ficando louco? Ouvindo vozes? Cheguei a ser levado ao Psiquiatra por minha mãe que por ser muito religiosa achava que essas vozes não eram coisas de pessoa normal (e ela tinha razão: não eram mesmo!).
Aos 18 anos, tendo esgotado as buscas em centros espíritas, sessões de desobsessão, médicos psiquiatras, neurologistas e várias benzedeiras, chequei a um momento em que tinha que tomar uma decisão... e tomei... Resolvi guardar aquilo somente pra mim, não falar sobre aquilo para ninguém e aceitar que era diferente. Comecei, então, a deixar fluir esses pensamentos, conversava com essas vozes; elas diziam, eu respondia e perguntava, esclarecia. Muitas vezes, quando eu perguntava algo sobre quem estava falando comigo, as vozes não respondiam como se não quisessem falar; por algum motivo sua identidade não poderia ser revelada.
Continuei levando minha vida, agora com minha crença nas religiões um pouco abalada. Mas a crença em Deus cada vez mais forte. Dando vazão a esses "devaneios", através de sonhos fantásticos conheci lugares extraordinários, seres superiores que foram muito importantes na minha vida daquele momento em diante; muitos deles me acompanham ainda hoje, outros já não os vejo mais por motivos que estão fora do meu alcance, tenho certeza disso.
Por que será que tenho esses devaneios? Por que os médicos não diagnosticaram nenhuma doença psíquica em mim? E se for algum mal espiritual que me acomete? Mas sempre fui religioso, minha formação foi religiosa e sempre cultivei as boas ações e pensamentos. Então, porque isso acontece comigo? Comecei, então, a sentir um calor no rosto em alguns momentos de minha vida. Eram momentos em que, de alguma forma, precisava de algum tipo de apoio; e ele sempre vinha. Em alguns momentos de dificuldade como o que estava passando, com depressão, eram palavras de apoio que me vinham, de encorajamento e que, apesar da dificuldade, não posso negar que ajudaram muito a me por em pé. Ao lado de familiares doentes, palavras eram sopradas em meus "ouvidos" e que eu acabava por repetir verbalmente ao doente e sempre os amparavam, mas que eu me surpreendia pois tinha certeza de que não eram palavras minhas.
Uma vez eu estava conversando com uma pessoa amiga e, de repente, me desliguei do momento como numa letargia hipnótica. Sentia como se eu tivesse sido aspirado para outro lugar no tempo e no espaço, onde podia observar o tempo parado; e aí vi aquela pessoa sendo atropelada por um ônibus. Uma cena chocante... e voltei imediatamente ao momento da conversa. Apesar de ter sido muito forte a experiência, não dei ouvidos a isso e pensei: "Acho que esses devaneios estão indo longe demais! Preciso parar com isso, me segurar mais, bloqueiar isso." Noutro dia recebi a triste notícia de que aquele amigo havia sido atropelado por um ônibus.
São experiências tristes que acontecem na vida da gente e isso mostra o quanto não estamos sozinhos, o quanto precisamos dar mais ouvidos à nossa intuição, às mensagens sutis que o universo através das várias formas de consciência nos transmite. Consciências que nos guardam, que nos amparam e que nos utilizam como canais e como instrumentos para a realização do trabalho de Deus aqui na Terra. Basta que estejamos abertos e aceitemos o Chamado.
Ruan Peres
Tarólogo
Texto revisado por Cris
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Conteúdo desenvolvido por: Ruan Perez médium desde os 13 anos terapeuta holístico desde 98 tarólogo autodidata desde 1981 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
