O HOMEM EM BUSCA DE SUA ALMA
Autor Osmar Francisco dos Santos
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 3/19/2012 11:05:34 AM
O texto da introdução à coleção AMOR E PSIQUE, da Editora Paulus, que publica obras de autores modernos da Psicologia Analítica, criada por Jung, também conhecida como psicologia profunda, pois busca resgatar e colocar à disposição da mente racional, os mistérios escondidos no inconsciente, que ao nos libertarmos da ignorância de nossa história passada, nos oferece a oportunidade de sermos autores e atores de nossa própria vida, nos tornando capazes de amor próprio verdadeiro, raiz do AMOR UNIVERSAL, que nos identifica com a ALMA DIVINA. Tal texto que introduz uma coleção de dezenas de títulos diz: "Na busca de sua alma e do sentido de sua vida, o homem descobriu novos caminhos que o levam para sua interioridade: seu próprio espaço interior torna-se um lugar novo de experiência". Os viajantes desse caminho nos revelam que somente o amor é capaz de gerar a alma, mas também o amor precisa da alma. Assim, em lugar de buscar causas, explicações psicopatológicas às nossas feridas e aos nossos sofrimentos, precisamos, em primeiro lugar, amar a nossa alma como ela é. Deste modo é que podemos reconhecer que estas feridas e estes sofrimentos nasceram de uma falta de amor. Por outro lado, revelam-nos que a alma se orienta para um centro pessoal e transpessoal, para nossa unidade e realização de nossa totalidade. Assim a nossa própria vida carrega em si um sentido, o de restaurar a nossa unidade primeira.
Finalmente, não é o espiritual que aparece primeiro, mas o psíquico, depois o espiritual. É a partir do olhar do imo espiritual interior que a alma toma seu sentido, o que significa que a Psicologia pode de nova estender a mão para a Teologia.
Esta perspectiva psicológica nova é fruto do esforço para libertar a alma da dominação da psicopatologia (na maioria das vezes erradamente medicalizada pela medicina), do espírito analítico e do psicologismo, para que volte a si mesma, a sua própria originalidade...".
Para iniciar, peço considerar alma como sendo a junção entre o emocional e a mente concreta e não o conceito metafísico pregado pela maioria das religiões. Nossa alma é, portanto nosso local de trabalho, a parte que literalmente sonha, quando nosso corpo fisco está dormindo. Representa a ponte necessária à manifestação do espírito, que por sua vez representa nossa identidade unificada, nossa essência Divina, composta de três fatores como já explicado em outros textos: intuição (onisciência), onipresença e onipotência. Compete-nos ser os únicos construtores dessa ponte que nos liga à Mente Universal.
No atual estágio do desenvolvimento humano identificamos um verdadeiro caos no mundo, provocado pelo que muitos chamam de nova era, era de aquários que se manifesta como sendo algo alienígena para os padrões conservadores que interessam aos que têm poder e desejam mantê-lo a todo custo, na verdade a custo da violência expressa ou velada; a primeira identificada mesmo pelo poder das armas; a segunda representada pela abundância de informações deformadoras ou desinformações do caráter humano, propagadas por inúmeras publicações gráficas, eletrônica e de outros meios que entulha a mente de quem as consome alimentando a ilusão do que seria um sucesso pessoal, enquanto na verdade não passa de um material medíocre e decadente produzido por mentes doentes, exibido por empresas apenas interessadas em lucrar com essas porcarias. A ideia de uma imprensa livre como base para a democracia esconde o silogismo de que quem tem espaço na mídia pode publicar o que quiser. Há muito que dizer sobre a polêmica da livre imprensa. Por hora, é importante que cada um reflita sobre o que está consumindo e o que permite que seja consumido em sua casa.
Também o despertar de uma nova consciência reflexões a respeito de antigas civilizações que deixaram marcas indicando progresso que às vezes não atingimos mesmo com nosso avanço tecnológico. Ao refletir sobre essas civilizações fantásticas precisamos compreender as ideias que as fizeram grandes, contextualizar para os dias atuais, de forma que nos proporcionasse crescimento e não somente acúmulo de informações que satisfaçam nossa curiosidade. Por exemplo: Embora a China tenha sido o berço de uma filosofia de grande valor, hoje a intenção dos chineses e dar emprego a um bilhão e trezentas mil pessoas, sendo que para isso inundam o mundo com uma infinidade de produtos supérfluos, muitas vezes de má qualidade que consumimos à custa do nosso desemprego, para lhes vender produtos que beneficiam poucos. Da mesma forma que é necessário refletir sobre o que consumimos em termos de informações, também é necessário que o façamos em termos materiais, senão podemos ser levados a crer que cem pares de sapatos que acumulamos fazem nossa felicidade. Essas reflexões precisamos ter para compreender nossa interação com o mundo que nos domina e nos impõe seus valores com nossa anuência ou omissão. O dizemos da China, como berço de uma fantástica civilização, poderemos dizer da Grécia, dos Maias, dos Incas e de outras civilizações perdidas que deixaram algumas marcas nas quais percebemos o perfume da evolução da alma humana. Tudo isso é importante porque somos produtos de uma longa história e estamos a poucos passos de desenvolvermos nossa consciência integral. Não podemos traças novos rumos sem saber onde estamos. Da mesma forma não conseguimos nos transformar sem entender e aceitar quem somos.
Em particular, gostaria de lembrar sobre a herança da Índia, pois muitos acreditam e consomem seus rituais e métodos na busca do desenvolvimento espiritual. É evidente que a prática de suas iogas e meditações geram benefícios sobre nossa organismo e sobre o ordenamento de nossas emoções. Mas o que caracteriza nossa busca atual, com base no que já conquistamos e pelo qual sofremos principalmente com muitas guerras, é desenvolvimento é a nossa inteligência aliada a liberdade que precisamos conquistar. Liberdade de estarmos livres de clichês, de atendermos a padrões quer nos impõe o sistema dominante. Estamos marcados, sem adequação, sem a necessidade ao que nos é emergencial em sermos diferentes. Ora! Ser diferente é primeiramente ser inteligente e estar em posse de toda capacidade descritiva, compreender que o que me dizem só faz sentido através da averiguação. Quanto mais prostituição, marasmo e drogas mais estaremos envoltos na ilusão de sermos livres através de tatuagens e piercings. O que esperar de uma sociedade desmedida, sem a compreensão do novo no futuro? Na interação da soberania do Puro, no incorruptível estágio do ser pleno? Podemos conquistar a vida em sua emancipação de merecimento, abrigo e redenção. Somos trabalhadores braçais deste novo estado de consciência e nos comportamos como tal? Nossa ética acompanha a desvalorização dos conteúdos anímicos edificantes.
Convenhamos então que a entrega é sempre o florescimento de minha aceitação por mim mesmo e pelo outro e que apenas compreendendo minha vocação em transformar o presente em ação responsável é que posso equacionar a verdadeira intenção da vida crescer. Queremos ser grandiosos, capazes de grandes feitos, de grandes adequações e não sugerimos ao nosso inconsciente sermos apenas capazes de ser nós mesmos. De fazer o melhor possível.
Avaliação: 5 | Votos: 10
•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
