O Homem, um ser Metafísico
Autor Fatima Teixeira Figueiredo
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 6/21/2005 6:08:07 PM
Comecemos nossa viagem.Definições científicas:
Metafísica: é o estudo das coisas primeiras, do princípio das coisas. Aquilo que transcende as explicações objetivas e nos conduz às profundezas de nosso ser, com os questionamentos básicos de nossa existência:
• De onde venho?
• Para onde vou?
• Qual o propósito de minha existência?
Antropologia: é o estudo do homem e suas origens. Estuda a evolução dos seres que resultaram no Homem Sapiens. Nos avalia quanto ao grau de evolução em relação às outras espécies e o quanto evoluímos em relação à nossa própria existência.
Quando se estuda a evolução do homem percebemos que em dado momento algo proporcionou um salto em relação às outras espécies. Terá sido algo físico? Terá sido algo metafísico?
Particularmente, considero algo metafísico a expansão de nossa consciência, o despertar de nosso autoconhecimento. “Homem, conhece-te a ti mesmo“. O que não elimina o fato de que o homem precisou estar fisicamente “pronto” para manifestar e desenvolver esta consciência.
Cada um de nós passa a ser uma forma de manifestação divina como se Deus pudesse ver pelos nossos olhos, ouvir por nossos ouvidos e, se nós permitirmos, realizar sua obra através de nós.
É claro que temos nossa personalidade, nosso livre-arbítrio, mas acreditem: nenhum atributo de nossa consciência está desconectada da Consciência Maior.
Para facilitar a compreensão da relação entre os seres podemos dividir o homem em três:
• Homem social: suas relações pessoais entre família, amigos, escola, trabalho, clubes, associações; o que nos torne integrados à sociedade permitindo-nos estudar e evoluir através dessas diversas atuações.
• Homem político: estas relações precisam ser reguladas através de limites, regras de conduta que estabeleçam a atuação de cada homem, apaziguando conflitos, estabelecendo hierarquias com diversos graus e tipos de autoridade.
• Homem econômico: diversas são as necessidades de subsistência de cada homem desde o essencial até a luxúria. O trabalho, de diversas formas, gera uma escala de valores que nos dá acesso a essas necessidades.
Seria apropriado, acrescentarmos o Homem religioso à esta análise? Por que não o Homem Metafísico?
Comecemos nossa segunda viagem, a reflexão.
Desde o começo dos tempos o homem traz dentro de si algo tão inexplicável e abstrato que nem a ciência pode abarcar todas as explicações, pois está acima de definições, análises e experimentações; está na esfera da vivência que se obtém após profundos momentos de reflexão.
Acredito que o homem evolui além de suas necessidades físicas de existência por uma necessidade metafísica, em busca do autoconhecimento. É através deste impulso que, além de usufruirmos os benefícios do consumo, nos damos conta da responsabilidade de preservação do planeta, nos iluminamos pelo espírito fraterno além de meros interesses de associação; de conhecermos, experimentarmos, criarmos ou recriarmos a natureza.
Respostas geram novas perguntas, novas técnicas, novas filosofias: evolução. Do abstrato mundo cósmico resgata-se o conhecimento para materialização progressiva do abstrato em concreto, como o que está em cima, está embaixo.
Será que fazemos isso por impulso individual? Estaremos em um grande laboratório cósmico onde nós mesmos, pelo nosso livre-arbítrio, interagimos na criação divina?
Pode ser simplesmente tudo isso ao mesmo tempo se acreditarmos na dualidade do ser. Surgindo a trindade na união do aspecto individual e plural do homem nos integrando à grande Consciência Cósmica.
Reparem que não estou questionando alguns aspectos aparentemente trágicos da intervenção do homem na natureza, pois não se trata de um trabalho de julgamento. Estou, no entanto, lembrando de nossa responsabilidade, pois trazemos em cada um de nós a centelha divina do Universo o que nos impulsiona a criar, a construir sua obra.
Portanto, a terceira viagem faremos sozinhos, no silêncio de nossas próprias mentes para que cada um de nós possa vislumbrar a essência de nossos talentos, despertar nosso impulso criador libertando a luz interna que ilumina os nossos passos para que nossas escolhas sejam guiadas pela clareza da verdade.
Antes de mergulharmos nesse silêncio ofereço-lhes uma reflexão inspirada no Volume do Conhecimento Sagrado:
“Eu sou o alfa e o ômega,
Eu sou o princípio e o fim, portanto o começo.
Eu sou o princípio nas nascentes dos rios que correm entre montanhas através das planícies.
Eu sou o fim no rio a desaguar no oceano.
Eu sou o princípio na semente lançada ao solo que germina a planta.
Eu sou o fim nas folhas, flores e galhos secos que caem ao solo.
Eu sou o princípio no ventre da mãe que prepara mais um corpo que abrigará uma alma para o início de seu ciclo de vida material.
Eu sou o fim na última expiração que libera a alma do corpo.
Eu sou o princípio no dia.
Eu sou o fim na noite.
Eu sou o eterno recomeço.
Eu sou o recomeço nas entranhas do planeta que prepara os rios, as montanhas e os oceanos.
Eu sou o recomeço na eternidade da alma e na força vital que flui por todo o Universo.
Eu sou o recomeço no Sol que desponta a cada dia no horizonte, lembrando a todos da eternidade do Universo.
Eu sou a voz de sua consciência.
Eu sou o princípio, o fim, portanto o começo.”
Texto revisado por Cris
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