O Inimigo Imaginário
Autor PAULO LEONARDO
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 24/10/2008 14:36:45
Muitas e muitas vezes já ouvimos, ou nos disseram ao longo da vida que o nosso inimigo estava fora de nós, personalizado numa sociedade injusta, no Governo inerte, no amigo e filhos ingratos, no companheiro de trabalho que nos olha como uma barreira ao seu crescimento profissional. São todos exemplos diários entre tantos, que fazem nos sentir incompreendidos, sozinhos e até abandonados no entendimento do que estamos passando e onde nos inserimos no grupo social em que somos condenados a viver. Não estou falando apenas de pessoas estranhas, àquelas que encontramos no nosso dia a dia e nos passam um certo temor frente ao sentimento que guardamos recondidamente. Estou falando de pessoas que convivemos, várias das quais gostamos e que ainda assim não minimizam o nossos temores mais íntimos. Será verdade que o nosso inimigo está fora de nós? Será que esta sociedade sabidamente injusta é a responsável pelo estado em que nos encontramos? Será que efetivamente somos o produto do meio em que vivemos? Aprendemos na vida de modo geral, que nada é efetivamente o que parece ser. Aquela pessoa tão tosca do dia a dia, ao rompermos o véu tênue da aparência não raro nos surpreende ao nos depararmos com a sua dignidade e valores interiores. Neste sentido me socorro deste exemplo singelo, para demonstrar que a vida e seus significados devem ser vistos (analisados) e sentidos com uma percepção profundamente “relativa”. Relativa portanto é a minha percepção do mundo, das pessoas e das coisas que me circundam e repercutem na vida. Todavia, recalcitramos ao não tornar relativa a visão que temos também de nós. Sem esta relativização, incorremos via de regra, em criar critérios pessoais rígidos, regras de convivências pré-determinadas e principalmente pré-visões dos irmãos em convívio diário que nada mais são que simples arremedo da verdade. E pior, com base em visões distorcidas, concluímos “nossas verdades” com pesos de juiz infalível. A conseqüência desta conduta pouco razoável esposada se mostra na convivência, cada dia mais superficial e menos franca, para não dizer pouco amorosa. Nesta perspectiva, quem são realmente os meus inimigo? Será que a visão desintonizada que trago comigo pode efetivamente me acarretar as dores interiores que carrego ? Temo que a resposta a tais indagações seja afirmativa, pois ao abandonar a relativização do significado da vida, abandono igualmente o que de mais maravilhoso existe no estado de viver que é“a coragem do novo”. A aceitação de minha individualidade. A vivência da minha natureza mais pura. Talvez por esta razão é que Jesus, o Grande Irmão Maior tenha registrado em seu Evangelho redentor e reeducativo que o “reino dos céus são para aqueles que se assemelham as crianças”. Se o inimigo imaginário que coloco fora da mim na verdade sou eu, como posso dar inicio a uma visão mais saudável, doce e amorável? Como dar início a um processo reeducativo se a minha visão me coloca no deserto das minhas várias inteligências? De há muito o homem descobriu que a inteligência emocional traz à luz as demais formas de inteligência do “ser”. A partir de uma percepção mais translúcida posso igualmente me credenciar a modificar meus sentimentos através da interiorização, e no encontro com minhas reais emoções e sentimentos, dando a “sintônia fina” necessária a entender todo o manancial de lições colocadas a minha disposição pelo Universo Criador. Tarefa difícil? Acredito que não, bastando para o seu início a alteração da visão do Universo a minha volta e principalmente dentro de mim. Aplicar a relativização em minha vida, significará saber (introjetadamente/interiormente), que tudo o que vejo não é realidade, mas sim um simples visão deturbada, as mais das vezes dramatizada de meus medos, inseguranças e culpas. Sabemos que sem um ponto de partida sólido, dificilmente teremos um avanço real no conhecimento, passamos a esforçar-nos, sem contudo constatarmos palpavelmente os avanços que almejamos. Nasce deste confronto com nossas dificuldades de aprendizados uma frustração natural, verdadeiro desestímulo ao avanço moral e ao processo reeducativo. Assim, digo a todos os amigos dedicados verdadeiramente a entender os mecânismo da vida universal, que a pedagogia do espírito imortal deve centrar-se antes do próprio conhecimento, na retificação da visão que tenho de mim e do universo a minha volta, incluindo os fatos sociais, o próximo, os filhos, os amigos e as coisas, para que retificada a percepção, possamos ter a coragem e o destemor de viver a vida longe dos controles efêmeros, que nada mais fazem do que tirar o sabor das lições do ser. Lembro a todos, que esta é a verdadeira missão de todos nós, isto é saber viver e, em vivendo apreender a relativizar todo o universo até então visto, estando nesta relativização a grande pedagogia modificadora que nos capacitará a dar substrato e base ao conhecimento todo dia revelado pelo Universo Criador. Assim, deixo de ser meu inimigo, para através de um processo afetivo de mim para mim, ter a certeza de meu potencial divino, tendo por conseqüência a aceitação de minha natureza única, e por instrumento a sensibilidade retificadora da visão, que será testada e calibrada a cada etapa do caminho. Medos, culpas, rancores, ódios, inseguranças...sentimentos ou emoções, conseqüências ou causas, controles ou descontroles, são frutos perniciosos da não aceitação simples da impermanência da vida, nos ensinando diariamente que vivemos aqui, nos preparando para vida de Lá, esta sim perene e sólida, tal qual o mundo novo que aprendi a construir e reconstruir. * Mensagem psicografa às 16h30m do dia 13/10/08 por um dos Mentores do Grupo Espírita Portal das Estrelas.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor PAULO LEONARDO Paulo Fernando Lopes Leonardo é advogado militante, estudioso e pesquisador das ciências ocultas, Espiritismo e Umbanda há mais de 20 anos, membro e fundador do Grupo Espirita Portal das Estrelas com sede em Rio Grande - RS E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
