O místico materialista e o espiritualista
Atualizado dia 9/18/2011 2:19:37 PM em Espiritualidadepor Bernardino Nilton Nascimento
Contudo, pode-se considerar que o místico materialista é um estudioso também do oculto. Todo estudo não deixa de ser uma procura do que não se conhece. Toda consagração com a Terra e com a humanidade, em todo seu estusiasmo pelo progresso e realização de um mundo melhor, deixa os místicos materialistas e espiritualistas em profundo bem-estar. Devemos compreender que a atividade de um ser humano será conduzida a uma união derradeira. O místico materialista não deixa de amar e, neste amor familiar, o materialismo desempenha um papel importante, já que no seu entendimento tudo acaba aqui na Terra. Ele pratica o amor ao próximo. Ele luta pela vida, pois acredita no seu fim definitivo e, com isso, protege quem muito ele ama. Assim como os animais protegem as suas crias.
O sentido da criação não deve ser procurado nos bens transitórios do nosso mundo visível. O esforço esperado de nossa fidelidade deve se consumar além de uma total transformação de nós mesmos e de tudo o que nos envolve.
Só através do encontro com a divindade, dos estudos da matéria e do entendimento do pós-morte é que poderemos atingir um entendimento equilibrado. Na busca de entender através de todo tipo de desenvolvimento, é que os místicos devem se unir em um só objetivo. Por isso, o sentido final do progresso e da história da humanidade não pode ser reduzido a uma fórmula lógica e clara, mas apenas a uma palavra: mistério. Isso nada tem de alarmante.
Para traduzir o amor entre nós, a lógica é deficiente, porque quanto maior for o estudo, maior será a vontade de encontrar as respostas que decifrem esse mágico sentimento. Procuramos uma fórmula, uma imagem que traduza, de maneira feliz, o sentido único dessa experiência. A fórmula ou imagem merece uma meditação, pois através dela encontraremos um lugar junto ao tesouso dos grandes mistérios inspiradores em que o materialista e o espiritualista depositam sua paixão pela vida, numa relação de amor e bondade.
O esforço de cada um de nós, até dos nossos domínios, impropriamente chamados profanos, deve ocupar na nossa vida um lugar de união. Este esforço, esta colaboração trêmula de amor, que emprestamos às mãos místicas, ficarão ocupadas, nos alinhamos e nos preparando para a união final, através da fusão dos dois mundos, místico e materialista, em um só sentimento de amor.
O imenso encanto do mundo místico, definitivamente, tem o seu valor concreto no contato entre o Eu materialista e o Eu divino, que se revela a cada necessidade de ajuda não encontrada entre os místicos materialistas. Dessa forma, por mais estonteantes que sejam os progressos materiais que procuramos, buscamos mais o lado divino. Os encantos e as magias ficam sempre mais claros quando o amor vai além da vida, ultrapassando barreiras desconhecidas à procura de uma verdade não definida, porém concreta e incontrolavel, pela vontade do crescimento como um todo. O misticimo é universal, e o amor pelo ser humano só pode ser sentido em um campo ainda não decifrado, seja do coração, da alma, da mente, da matéria ou do espirito.
Por mais longe que nos deixemos levar nos espaços divinos abertos à mística evolução, não sairemos jamais dos estudos materiais e espirituais. Experimentaremos uma necessidade crescente de desenvolvimento próprio, sempre na procura da verdade.
O ser humano deve se despir de toda a sua riqueza para se deixar oferecer ao mundo do amor. O místico materialista pode não passar de um cientista, mas um cientista pode ultrapassar as barreiras dos conhecimentos materias e transceder seus sentimentos ao misticismo divino, mesmo sabendo que neste campo os estudos não vão passar de uma procura de si mesmo ao encontro final com Deus.
Nossos esforços pelo nosso progresso e realizações é serviço santo, na medida em franquiamos o progresso, mesmo o progresso profano, no misterioso e último horizonte da ação natural do descobrimento de um sentimento mágico, iluminado, louco, que é o amor.
BNN
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