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O Mosteiro Pico dos Raios

Atualizado dia 11/07/2010 20:05:15 em Espiritualidade
por Marcos Spagnuolo Souza


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Morava em Belo Horizonte e tinha meus quarenta anos aproximadamente, quando resolvi passar uns dias no Mosteiro Pico dos Raios, na cidade de Ouro Preto. Deletei todas as minhas obrigações, preparei minha mochila que era uma grande bolsa vermelha com uma faixa branca onde guardava equipamento de mergulho, peguei o ônibus, e desembarquei na cidade que esconde em cada ruela muitos segredos.
Carregando a grande bolsa, iniciei a subida da ladeira tortuosa em direção ao Mosteiro. Cansado de tanto subir, carregando o pesado fardo, parei em um local muito bonito onde avistava toda a cidade, e ali fiquei parado, olhando lá embaixo as velhas casas e as pessoas.

Naquele momento, perguntei a mim mesmo qual é o meu objetivo de vida? Não tendo nenhuma resposta continuei minha subida pela íngreme e tortuosa vereda. Cheguei ao pequeno povoado, ou bairro periférico da cidade onde as casas eram poucas e habitadas por negros.
Na primeira venda, indaguei onde ficava o Mosteiro do monge Tokuda, recebendo a resposta pelo apontar do dedo calejado de um negro com cabelos brancos e corpo curvado pela idade. Suando por todos os poros, aproximei-me do mosteiro, que era uma pequena casa igual a todas as existentes na comunidade, mas um pouco afastada da rua de terra batida.

Fui recebido por um monge que sem nada perguntar me indicou uma esteira de palha onde deveria colocar os meus pertences e, logicamente, passar as noites.

Fiquei no mosteiro durante uma semana: acordávamos duas vezes durante a madrugada para meditarmos e durante o restante do dia praticávamos várias vezes a meditação zen. Todas as refeições era uma sopa bastante aguada e dormíamos todos no mesmo quarto, pois poucas eram as pessoas que frequentavam aquele retiro espiritual.
Quando fui embora, apenas peguei a grande bolsa, acenei para as poucas pessoas que ficavam, desci a ladeira, peguei o ônibus e cheguei à barulhenta e querida cidade de Belo Horizonte reiniciando minha vida cotidiana.

Há poucos dias fiquei sabendo que a antiga casinha do mosteiro pegou fogo, restando unicamente escombros que as chamas não conseguiram devorar.
Pergunto: o que significou aquela semana em minha vida? Respondo que foi um espaço de tempo em que o silêncio predominou. Foi o período em que através do silêncio cheguei mais perto de Deus. Silêncio é apagar tudo, qualquer concepção humana.

Texto revisado

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