O Poder do Pai Nosso 2
Autor Kojji Narimatsu
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 4/12/2011 10:28:32 AM
Existem teorias antropológicas e sociológicas que pesam na interpretação do texto inserido no contexto, mas é sabido que as Palavras de Jesus são imortais, que ele falava em parábolas, que ele possuía conhecimentos profundos, que ele pertencia a uma comunidade gnóstica, os essênios. Uma prova simples de que Jesus não era simplesmente um filho de carpinteiro, é que ele estava escrevendo na areia quando lhe apresentaram Maria Madalena, e naquela época, poucos eram letrados.
Então, vamos considerar que muitas palavras de Jesus possuíam um conteúdo hermético, um sentido além do usual, destinados aos que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Vamos começar analisando a invocação inicial:
Pai nosso que estais nos céus.
No modelo de oração que Jesus ensinou, devemos primeiramente invocar o Pai Celestial. Esta invocação deve ter um tom de adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro. É preciso contemplar sem cessar a beleza do Pai e com ela impregnar nossa alma.
A denominação de Deus como Pai encontra-se em Jesus, antes dele não se denominava assim. Este aspecto filial revelado por Cristo não deve ser confundido com o conceito cultural de pai familiar, mas deve ser considerada a filiação para todos os que cremos na Palavra do Filho e por isto recebemos a gratuidade do Pai. Neste sentido, Jesus não diz "meu Pai" que estás nos céus, mas "nosso" Pai, a fim de que nossa oração seja, com um só coração e uma só alma, por todo o Corpo da Igreja.
Este dom gratuito da filiação exige de nossa parte uma conversão contínua e uma vida nova. O homem novo, renascido e restituído a seu Deus pela graça, deve dizer, antes de mais nada, "Pai!", porque se tornou filho. Assim, portanto, pela Oração do Senhor, somos revelados a nós mesmos, ao mesmo tempo em que, o Pai nos é revelado.
Outro aspecto importante é que quando chamamos a Deus de "nosso Pai", precisamos lembrar-nos de que devemos comportar-nos como filhos de Deus. Não podemos chamar de Pai ao Deus de toda bondade, se conservamos um coração cruel e desumano; pois nesse caso já não temos mais em nós a marca da bondade do Pai celeste.
Muitos se questionam “porque Jesus diz nos céus e não no céu?”, justamente porque como ele mesmo disse: “a casa de meu Pai tem muitas moradas”, indicando que o universo é muito extenso e que a grandeza do Pai está em toda a vastidão cósmica. É essa grandeza e soberania que devemos adorar sempre. E como filhos, está inclusa a promessa de participar do Reino do Pai.
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