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O Simbólico em Nossa Vida

Atualizado dia 09/06/2010 22:01:27 em Espiritualidade
por Psicóloga Ana Cristina Botelho


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“Se algo é ou não simbólico vai depender, antes de tudo,
do ponto de vista da consciência que o contempla”. Jung

Assistir e participar da Adoração ao Santíssimo, ritual da Igreja Católica, representado por uma bela peça adornada que representa o Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus- Pai-Filho-Espírito Santo, quando o padre, solenemente, atravessa toda a Igreja, trazendo essa imagem elevada sob suas mãos, para contemplação desta por aqueles que tem fé, faz-me refletir sobre a importância do simbólico na nossa vida.

Em geral, os rituais religiosos, estão repletos do simbólico e aqui trago a referência desta imagem da Igreja Católica, especificamente, por ser a religião que vivencio. E esse é um ritual realmente muito bonito, para os que entendem a representação daquele objeto; porém, se eu não sei o que isso significa e não compartilho dessa crença, o sacrário será só um objeto decorativo e como ritual se esvazia, pois não tem sentido. Mas, além da beleza e imponência da peça, está a beleza do aspecto simbólico ali contido para cada um que deseja tocá-la, adorá-la, beijá-la. Como se através desse tocar estivéssemos mais fortemente conectados com a presença de Deus em nossas vidas, com o sagrado; e, de fato, estamos, porque simbolicamente Ele está ali.

O simbólico é aquilo que representa, significa, dar sentido a algo. Algo é simbólico quando vai além do significado manifesto. “Aquilo que por sua forma ou natureza evoca, representa ou substitui, num determinado contexto, algo abstrato ou ausente” (Aurélio).

A nossa vida passa a ter novos sentidos com o poder dos símbolos; o que seria uma vida sem abstrações, sem o simbólico para dar sentido, significação? Seria tudo meramente racional e uma vida só racional reduz o homem, perde-se a possibilidade de contemplar a sua completude e inteireza como ser bio-psico-sócio-emocional-espiritual. O simbólico integra o biológico, ambiental, espiritual; o consciente/inconsciente; o intelecto, sentimento, percepção, intuição.

É interessante dar-se conta e poder pensar e ressignificar a presença e a força desse simbólico na nossa vida. Isso se aplica, por exemplo, à reverência com que fazemos as visitas aos túmulos dos nossos mortos. “Ah, mas ele está morto, que diferença faz visitá-lo no túmulo?” pensam alguns. E de fato, para o morto não faz nenhuma diferença, mas para aquele que o visita, faz. Visitamos os nossos mortos queridos para manter acesa dentro de nós a sua presença, para reverenciá-la e honrá-la (inclusive porque as vezes não foi possível honrá-lo em vida).

Olha que simbólico bonito, o casal ao concretizar o matrimônio usa uma aliança, um anel repleto de representação.
Conta uma lenda chinesa que o anel de compromisso é usado no quarto dedo, dedo anular que representa o seu cônjuge. Ao juntar as suas mãos, palmas com palmas e unindo os dedos médios de forma que fiquem os nós com os nós, observamos que conseguimos separar todos os dedos, exceto os dedos anulares que representam o seu companheiro (a), porque um casal está destinado a permanecer unido, por isso, simbolicamente, o anel é usado neste dedo.

Ou a criança que é introduzida a pedir a bênção aos avós, pais, padrinhos. A bênção invoca o apoio permanente de Deus para o bem-estar da pessoa, fala de agradecimento, confere prosperidade e felicidade a toda pessoa que a recebe. Os filhos que recebem a bênção da parte de seus pais, tem um bom começo espiritual e emocional na vida, recebem um firme propósito de amor e aceitação.

Muitos são os significados que perpassam a nossa vida, porém, a nossa rotina fast food e plastificada, tem cada vez mais nos colocado distantes de perceber a riqueza que os símbolos e os rituais representam para nós. É sabido que pessoas que têm rituais tem uma vida mais completa e preenchida.

O nosso convite é que possamos ficar mais atentos a fim de dar espaço para que os rituais importantes possam se expressar nas nossas vidas como ter um espaço na agenda diária para agradecer, meditar, orar, refletir sobre si no contexto da vida; almoçar em família aos domingos; celebrar não só as grandes, mas também as pequenas vitórias e muitos outros que nos ajude a reconhecer o sagrado nas pequenas grandes coisas da vida. 
 

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Psicóloga Ana Cristina Botelho   
Ana Cristina Botelho é Psicóloga, Coach e Facilitadora de Desenvolvimento Pessoal e Profissional. Sua missão é ajudar pessoas no seu processo de empoderamento pessoal. Atende em SSA e via Skype. Tel. Vivo-(71) 9966.1533; Tim- (71) 9150.9923.
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