OS DROGADINHOS - Segunda parte - 10/11



Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 6/13/2012 6:08:20 PM
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Continuação 10 - Segunda Parte
- Nós pertencemos a um dos complexos de auxílio mais triste, pois nossa colônia está superlotada de espíritos que falharam magistralmente em seu último programa encarnatório. Somos milhares de entidades infantis que sequer atingimos a idade adulta nos caminhos da matéria destruídos pelo uso indiscriminado da droga, do sexo e do crime. Certamente somos culpados por nossos erros por sermos imperfeitos e tendenciosos nas mais aviltantes atitudes praticadas contra nós mesmos e a coletividade. Apesar de todo o vício e o desserviço, somos ávidos de amor, carinho, compreensão, perdão, misericórdia e oportunidade. Nossos sonhos, nossas esperanças é podermos reiniciar o caminho interrompido, mas que aqueles que se comprometerem a nos receber como filhos nos aceitem, nos amem, conduzam nossos passos vacilantes no caminho certo, nos ensinem a realidade da vida mostrando-nos os perigos e como nos desviarmos deles, alijam ou amainem as monstruosidades que levamos latentes dentro de nós mesmos, enfim, nos auxiliem para que possamos atingir a maioridade sem nos enlodarmos mais nas furnas da inconsequência, do vício, do crime, da ignorância. Mas para isso a grande pergunta, a grande incógnita: quem serão nossos pais? Serão os filhos e as filhas das ruas de hoje que milagrosamente conseguirão sobrevier às intempéries do vício, do ódio e da degradação? Como estarão seus corpos agredidos e seus espíritos revoltados, sedentos de justiça, de amor e de revide? Se não puderem, serão então seus filhos também desestruturados pelo continuísmo em guerra social mais ferrenha, estúpida e sem sentido? Quem por amor de Deus nos dará, não só um corpo mas a oportunidade de crescermos amparados no amor, carinho, acompanhamento e dedicação mantendo nossos corpos aquecidos, alimentados, abrigados, amados, e nossas mentes compreendidas, auxiliadas, transformadas?
E após uma pausa que se alongou como se estivesse intimamente questionando todas as aberrações planetárias, as desventuras, as guerras, a fome, a miséria, o banditismo, o vício, a estupidez humana, M.A.P. olhou-nos com os olhos do médium marejados, com uma fisionomia sofrida, um amor profundo, desiludido, desesperançoso e disse contendo um sofrimento profundo, desmedido:
- Não sei! - e caiu em pranto copioso.
Após uns instantes, M.A.P. recompondo-se pediu desculpas por sua maneira imprópria de conduzir-se.
- Minha vida está estruturada, e graças a Deus tenho amigos fantásticos que me darão arrimo no momento necessário; mas meu pesar estende-se a esses milhares de irmãozinhos que lotam as dependências mais distantes da nossa colônia. Choro e sofro por eles, pois os amo com o amor mais profundo que minha alma permite sem poder levar-lhes maior consolo ou oportunidade que minhas fracas forças permitem. Alicerço meu sentimento na misericórdia de Deus, e imploro à magnitude do Pai que derrame suas bênçãos para que não só a humanidade infantil de hoje ávida de amor, carinho e dedicação, mas também seus pais e responsáveis possam sensibilizarem-se e alicerçarem-se nos ensinamentos de Jesus praticando-os principalmente nos lares que devem ser cadinhos abençoados a retemperar irmãozinhos na sublime estrada da evolução. - e após uns instantes em silêncio, concluiu: - Que a paz do Senhor esteja com todos.
Dizendo isso desincorporou, e acompanhados pela vidência de Marcos, os espíritos infanto-juvenis reuniram-se em uma prece sentida ao Senhor da Vida. Encerrada a oração, revoaram sobre a casa em formação cerrada como se a despedirem-se, rumando ao norte em direção à sua colônia.
Após a saída dos garotos encerramos a reunião, reiniciando-a somente à tarde após o almoço. Impressionados com o relato e a emoção de M.A.P. ao ver-se impotente quanto ao futuro das crianças drogadas recolhidas na colônia que habitam, iniciamos o diálogo partindo desse prisma.
- Foi realmente difícil para o garoto manter sua emoção ao abordar o futuro de seus amiguinhos drogados que são assistidos na colônia. - iniciou a Sra. Irma. - O que vocês acham disso?
- Devemos ponderar analisando o assunto em termos mais abrangentes. M.A.P. convive em um mundo fechado, quase estanque, onde a tônica é a busca de soluções para a droga, o sexo e o crime entre crianças e adolescentes, desconsiderando que há outros valores disponíveis pela Vida para recuperar e dar continuidade à evolução desses abandonados por si mesmos. Basicamente, se nos ativermos ao relato de ambos os garotos, a maioria é formada por espíritos sedentos de amor, carinho, compreensão e arrimo. É um ponto fundamental para análise, pois subentende que já superaram o estágio da agressividade, desamor, sexo desregrado, ódios e vinganças descabidas, tendo perecido pela ausência de afetividade familiar por estarem seus lares destituídos de uma base estrutural sólida baseada nos ensinamentos evangélicos. Em menor número são os realmente comprometidos, os que ainda não superaram as agressividades e tendências à promoção do crime e da delinquência. O próprio J.P., que apesar de ainda se enquadrar no ordenamento vingativo e criminoso, se envolvia em um sentimento amoroso e paternal quase perfeito com seus protegidos e praticou tais agressividades mais em defesa ou desforra de seus pupilos do que na simples exteriorização de tendências assassinas: o traficante concorrente foi destruído porque incitou seu irmão à droga, desconsiderando mesmo o carinho, amparo e amor que lhe dedicava. Seria também ciúme? Seu amigo traficante, que o tomava como filho, não deixou de ser punido violentamente por determinar a morte do melhor amigo. Os executores pedófilos sofreram na carne o retorno de seus crimes insanos. Baseados nesses fatos podemos constatar sem medo de errar que todos os três personagens dessa história, se recebidos por famílias de princípios sadios, evangelizados e conduzidos em uma sociedade também sadia, serão ótimos filhos, bons esposos, e excelentes pais.
- Mas onde conseguirão pais disponíveis que os recebam e assistam?
Continua sexta-feira









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