Os Mortos estão aqui
Atualizado dia 10/5/2016 10:08:57 AM em Espiritualidadepor Valéria Bastos
Para nos mantermos leais a eles e pertencermos ao clã, copiamos e seguimos os destinos dos que já foram. Mesmo sem saber, mesmo sem conhecer, isso não importa. A alma do clã é maior que tudo isso e atua no nível inconsciente.
Deixar o passado no passado tem a ver com nossa necessidade de autossuficiência, como se isso garantisse autonomia e individualidade. Mas somos muito mais que meros passageiros de algum trem. Somos coletivos, múltiplos, interconectados com tudo e com todos.
O sistema familiar fala por si só. Não requer autorização expressa de seus membros. Tem autonomia e movimento próprio e estamos sujeitos a ele. Apenas o seguimos por meio de forças invisíveis, de extrema potência. Aceitemos, portanto.
Seguir os mortos nos seus destinos é como correr no fluxo do rio. Tão natural quanto se entregar à correnteza mansa. Acontece que, muitos destinos trágicos e difíceis também são seguidos. O movimento sistêmico mostra isso claramente nas constelações familiares. Não há julgamento que separe isso ou aquilo, certo ou errado, pesado ou leve.
Identificados com algum membro da família, o seguimos por amor. A individualidade não prevalece, o todo prevalece. Queremos estar juntos, pertencer, fazer parte, honrar e incluir, qualquer que seja a situação, sem o mérito do julgamento. Dar um lugar a todos, esse é o movimento do amor na família.
Geração após geração, essas informações são transmitidas e repetidas, reforçando-se em si mesmas. Como uma identidade coletiva, criamos e recriamos esses vínculos ancestrais e nos mantemos leais a eles.
Os emaranhamentos sistêmicos são os resultados dessas dinâmicas ocultas entre os membros das famílias. Ocupamos lugares, tomamos partido, nos vinculamos emocionalmente, sempre movidos por necessidades que vão além de interesses pessoais. Estamos a serviço de algo maior, do equilíbrio do sistema por um todo, em busca da tão sonhada paz para os que foram e os que ficaram.
Honrar os que partiram em seus destinos e escolhas. Respeitar suas vidas, reconhecer que foi assim. Perceber o lugar que ocupamos nessa trajetória e deixar cada coisa no seu devido lugar, sem a pretensão de corrigir, salvar, melhorar. Dar um lugar no coração a cada um, olhar para frente e seguir adiante, fazendo da vida uma bela homenagem aos que já partiram.
Texto revisado
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VALÉRIA BASTOS - Terapeuta Holística - Constelação Familiar, Terapia de Vidas Passadas, Deep Memory Process (Processo de Memória Profunda), Resgate de Alma, Captação Psíquica, Facilitadora de Grupos, Xamanismo. (61) 99217.1295 SEPN 513 Bloco A Sala 112 - Ed. Bitar 1 - Asa Norte - Brasília/DF E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |