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Perdão X Obsessão Espiritual

Atualizado dia 22/09/2015 01:56:46 em Espiritualidade
por Nadya Prado


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O perdão é a absolvição de uma culpa que se impinge ao outro ou a si mesmo, por algum acontecimento passado, que se cristaliza. Uma fixação obsessiva e crescente. O espírito traz para o presente o sofrimento vivido nesta ou outra encarnação e, em seu julgamento, amparado por suas crenças e valores, condena o outro por tê-lo feito sofrer, ou culpa a si mesmo.
O mais interessante é notar que o perdão é um sentimento que não tem nada a ver com libertar ao outro da culpa, mas implica em libertar a si mesmo. Dissolver mágoas e ressentimentos que antes de alcançar o coração de alguém, entorpece o peito de quem sente.

Sempre que colocamos a culpa como mediadora nas relações interpessoais e intrapessoais, negamos a presença amorosa em nós. Quando tomamos a decisão de julgar, deixamos de lado o iluminado e assumimos a posição do egoísta, que olha para si e para fora com a visão envenenada por sentimentos contrários à compaixão.
Estamos nos filiando ao sofrimento, acreditando que este é o nosso caminho. A escolha que fazemos é nossa e de mais ninguém.

Como posso culpar alguém por eu ter optado em guardar rancor em meu coração?
Como posso ser feliz se não acredito em minha capacidade de amar a mim e ao próximo?
Condenar alguém ou a nós mesmos, afasta-nos da essência pura e cristalina que abastece nossa alma. Interrompe-se o fluxo Divino e aprisiona a consciência ao passado. Não se pode viver o presente com a mente voltada ao passado. A energia estagnada impede que o novo surja em nossa vida.

O perdão é luz para quem julga.

As obssessões espirituais, em grande parte, trazem o rancor como impulso primário ao flagelo do espírito que se submete a vingar o seu passado. Aproximando-se daquele que julga tê-lo prejudicado, continua em seu angustioso drama interior, tentando atingir o seu inimigo. O adversário a quem julga, pode ser ele mesmo, quando a autoculpa se incumbe de tomar o espaço da humilde capacidade de aceitação dos erros como um aprendizado. E a culpa se torna sua prisão na dimensão das sombras.
No caso em que o espírito, mesmo desencarnado, condena o outro, havendo sintonia entre ambos, o espírito encarnado obsediado sofrerá a influência maléfica que lhe é dirigida.

Muitos casos de perturbações psicológicas, desarmonias familiares e na vida, como um todo, podem ter o processo obsessivo como coadjuvante. Diante da lei de causa e efeito, o karma se cumpre. Não como um castigo, mas como um processo natural, pelo qual os espíritos vinculados por laços energéticos de ódio, têm como destino, desfazerem e transformarem o sofrimento em amor.

Enquanto houver alguma brecha energética no obsediado, devido sua conduta e seu padrão vibracional, o obsessor se manterá ativo. Porém, quando a sintonia acaba, a obsessão cessa.
Na verdade, quem mais sofre e se prejudica é o próprio obsessor, que atrasa sua trajetória e perpetua seu mal-estar, sua dor. Dilacera seu coração e seus corpos sutis. Afinal, não existem culpados.
O espírito endurecido que julga e condena o outro ou a si, é o criador de seu mundo interior atormentado.
Ninguém ofende a quem não se sente ofendido. Nenhum sentimento rancoroso que temos é responsabilidade do outro. Eles brotam em nós, nascem de nossa mente inferior, de nós mesmos e de nossa falta de comunicação com o nosso eu observador.
Esse sentimento de culpa ocorre, por exemplo, com frequência, nas relações amorosas, quando um relacionamento conjugal termina por uma das partes.
Há uma reação quase instantânea, do outro, em não aceitar o rompimento, em culpar o parceiro a quem tanto se dedicou, sentindo-se traído e abandonado. Uma relação desfeita, alimentada pelo ego, que não se sustenta e que pode fomentar o ódio e a vingança obsessiva.
O perdão é o remédio que cura o julgador, dando-lhe a oportunidade para um final feliz à sua história. Liberta seu corpo emocional e seu espírito que novamente pode respirar profundamente a paz.

Espíritos vivem na esfera umbralina há milênios, remoendo–se do passado e chafurdando na lama dos sentimentos que produz em seu mundo psicológico.
Se você guarda algum ressentimento em seu coração, desfaça-se agora mesmo desse sentimento. Lembre-se que aquele que lhe feriu, desta forma, continuará lhe ferindo! Você não é merecedor deste castigo. Pare por alguns instantes e perceba que você não tem que se acorrentar ao passado. Sim, o maior prejudicado é sempre quem não quer perdoar, porque não há perdão, não há nada para perdoar.

Há uma grande ilusão que o ego sustenta com o intuito de manter vivo algo que não se tem e que existe tão somente na mente de quem o criou.
Trabalhei por muitos anos num grupo socorrista espiritual e ouvia o dirigente em suas palestras falar sobre o perdão. Para que sejamos abençoados pela cura do corpo e do espírito, primeiro temos que aprender o perdão.

Nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente imagina e deseja e nosso corpo emocional se ressente com suas frustrações.
Em consultório, recordo-me de um cliente muito depressivo, que culpava algumas pessoas por sua frustração profissional. Ele havia sido demitido de um trabalho há anos e não conseguia deixar para trás o acontecido. Guardava um rancor que lhe pesava o semblante e a vida.
Vivia daquele passado e de suas criações mentais, acordava e dormia culpando os outros por seu infortúnio.
Não existem vítimas nesse jogo de culpados, porque somos todos responsáveis pelo que criamos para nossa vida. E se alguém lhe culpa, não permita, não acolha esse sentimento. Seja compassivo com a vida, com o próximo e principalmente consigo mesmo.

A obsessão espiritual é ocorrência comum nos bastidores da vida e após a morte. Saibamos nos imunizar contra o julgamento, compreendendo que nossa alma é nosso território, nosso microcosmo interior. E a nós cabe harmonizá-lo.

O perdão não existe no coração de quem ama.

Namastê!

Os anjos levam a luz do perdão a todos os cantos. Os socorristas com seus braços estendidos aguardam atentos seus irmãos amargurados.
Cantam canções de amor que tocam no coração entrevado pelo sofrimento íntimo.
Jorra o perdão por todas as partes como fogo purificador.
Então, levantam-se da escuridão, tantos espíritos que adormeceram.
E prontos para voltarem à vida, deixam correr as lágrimas que são toda a dor que se dissolve pelos olhos vívidos e iluminados por Deus.

Nadya Prem
 

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Conteúdo desenvolvido por: Nadya Prado   
Psicoterapeuta Transpessoal Técnica Naturopata, com extensão em Psicopatologias Psicanalíticas e Psicossomática Contemporânea., estudiosa dos estados alterados da consciência e transtornos psicológicos, inclusive mediunidade transreligiosa. Atendimentos online no skype Informações e agendamento envie email para [email protected]
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