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Que tipo de médium és?

Atualizado dia 6/20/2017 8:51:53 AM em Espiritualidade
por Ana Rodrigues


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Tenho recebido alguns contactos questionando sobre o que fazer com a mediunidade que têm, e nesse sentido, gostaria de ajudar quem se sente um pouco à deriva.

Como sabemos, a mediunidade é uma capacidade (apesar de algumas pessoas ainda serem cépticas a esse respeito) que cada vez mais se constacta fazer parte do nosso dia-a-dia.

Ora, todos os que se sentem diferentes de alguma forma, todos os que escolheram viver a Mudança, têm conhecimento que é algo que podemos usar para nosso benefício e dos que nos rodeiam, ou mesmo ajudar quem procura os que a têm mais desenvolvida, assim como procuramos um/a cozinheiro/a, um/a costureiro/a, um/a engenheiro/a etc.; quando queremos aprender ou quando sentimos necessidade de pedir a quem possui o talento. Ora bem, descobrir se esta capacidade está entre as nossas características é uma aventura. Muitas pessoas foram catalogadas como psicóticas ou loucas ou qualquer outro adjectivo, quando aceitaram viver como são; outras sofreram por que ninguém as ajudou a compreender o que se passava com elas. Ainda há situações destas. O nosso objectivo é chegar a quem ainda desconheça, se sinta perdido/a. Ainda há quem associe mediunidade com bruxaria, com o conceito errado de espiritismo, ainda procure para fins egoístas. Felizmente, que isso começa a mudar: vermos tantos os médiuns como os/as bruxinhos/as como seres de amor.

Allan Kardec, no seu tempo, ajudou muito, e podemos retirar muita informação e esclarecimento quanto a estes processos. No entanto, também sabemos que algo está a mudar há alguns anos e por conseguinte, hoje essa mesma função não tem como único objectivo ajudar os espíritos desencarnados a serem doutrinados (isto é, a serem encaminhados de modo a não incomodarem os que estão no planeta Terra assim, como para o seu próprio crescimento, diremos assim), e sim, cada vez mais fins de tratamento, e mesmo para transmitir mensagens para o desenvolvimento e crescimento dos seres humanos (no âmbito do auto-desenvolvimento).

Hoje, existe um novo conceito: canalização.

Uma vez que um médium, um terapeuta, que utilize qualquer tipo de terapia energética como um reikiano, não passa de um canal, a sua função é transmitir algo. O conceito dos que têm a capacidade, de num estado modificado de consciência, estarem na mesma frequência de um ser de outra dimensão, seja com o objectivo de tratar, ajudar, transmitir uma mensagem, passou a ter uma perspectiva mais suave, menos dramática e misteriosa. Ainda muitos médiuns recebem informações falaciosas sobre o que é ser médium e como viver isso. Acabam por ter sintomas desagradáveis, muitas vezes por desconhecerem ou por irem atrás de conceitos que ainda são dogmáticos. Vivemos um período de transição: em que ainda perduram conceitos contraditórios e que muitas vezes assustam as pessoas. Ninguém fica doente, pelo facto se recusar a cumprir a tarefa/missão à qual se propôs; eventualmente, podem ter sinais (mesmo físicos) de que algo está por fazer, e isso pode representar o desafio de se reencontrar; outras pessoas são mal encaminhadas, uma vez que um caso não é padrão para outro.

Apesar de existirem alguns sinais, e sintomas, que podem ser mais comuns numas pessoas do que noutras, todos eles podem ajudar-nos a compreender se somos médiuns ou não.

Que sinais?

- podem sentir más disposições; arrotar; sentir sono; de repente ficarem incomodadas sem saberem muito bem o motivo, uma vez que não é claro;

- sentirem dores de cabeça sem haver uma explicação aparente; - o seu estado de espírito pode mudar de repente; por exemplo, encontrar-se alegre e sem razão aparente, ficar triste ou preocupada; pode sentir isto a maior parte das vezes, ao entrar num determinado local, ambiente ou estar com pessoas, num transporte público, num convívio, e até entre amigos e familiares;

- sentir estados depressivos, isto é, deixarem de ter vontade de fazer as suas tarefas diárias, conversar com as outras pessoas, perturbações com o sono (insónias); o seu trabalho não fazer mais sentido; terem vontade de mudar algo na vida sem perceber muito bem o quê;

- há outros sintomas físicos, mais profundos, não tão comuns, apesar de poderem acontecer, como: tonturas, ou alguma sensação de desmaio sem que aconteça; taquicardias; devido à falta de informação, sentir medos. Podem surgir outros sinais que não tenham sido mencionados; se for importante, partilhem connosco. Mesmo para vos ajudar a interpretar correctamente esses mesmo sinais, que por vezes são confundidos com outras causas. Também gostaria de acrescentar que nem todos os que sentem estes sinais ou sintomas, tenham de ser médiuns com o objetivo de trabalhar para os outros; esta capacidade pode ser usada só para si mesmo/a.

Estes sinais e sintomas desaparecem ou transformam-se em outros sinais mais suaves, de forma a que cada médium identifique o que é relevante para ele/ela. Como é que isso acontece? Através de uma formação e desenvolvimento espirituais, diremos assim, e isso está relacionado com o desempenho, entrega e escolhas que o/a médium fizer.

Outra questão que tem sido levantada: que tipo de mediunidade é a minha?

Não existe um tipo único para cada médium; eventualmente, há médiuns que se habituaram a funcionar de uma determinada forma e é segundo esse meio que recebe a informação e/ou ajuda tanto para os seres encarnados como os desencarnados. Nalguns manuais podemos encontrar um vasto número de tipo de mediunidades (uns falam em 100 tipos outros em menos, não sendo isso relevante), iremos referir os mais comuns. Algumas pessoas podem viver a sua mediunidade de mais de uma forma. É um processo muito pessoal e também a sua escolha, o modo com que se identificam. Ninguém é obrigado a viver com algo que lhe é desconfortável ou doloroso, como já aconteceu nalguns casos em que a sua actividade mediúnica se torna desgastante e sem benefício. É algo que devemos viver com harmonia e equilíbrio.

Fazendo menção aos mais comuns, indicamos:

- mediunidade intuitiva: é através do seu pensamento que recebe as mensagens; inicialmente, pela falta de prática e desconhecer como identificar se o seu pensamento provém de si mesmo ou de outra entidade, é natural sentir-se inseguro/a. Um dos sinais que é a intuição que é emissora desse pensamento, é por exemplo, quando ele surge de repente e sem estar relacionado com o que estava focado. Por ser muito subtil a diferença entre o “nosso” pensamento e o que se designa como intuição, só com alguma disciplina e prática, o médium distingue um do outro;

- mediunidade de incorporação: acontece quando o médium está na mesma frequência da entidade presente, ou que se aproxima com uma determinação função, e geralmente, tem sinais físicos e o seu corpo está completamente relaxado; se a sua mente se encontrar num estado modificado de consciência é natural que esse processo seja parcial, isto é, o médium está consciente e pode recordar, posteriormente, do que sentiu, viu, ou ouviu. No entanto, durante o processo não tem qualquer controlo sobre o que está a acontecer. Quando o médium fica completamente inconsciente, e aquando do despertar, não se recorda do que aconteceu. Em ambas as situações, é sugerido que o médium não se encontre sozinho para que seja possível encaminhar quem precise de ajuda, ou receber a mensagem adequadamente, podendo ser gravada por exemplo. Respondendo a muitas perguntas: a maioria dos médiuns de incorporação são conscientes, havendo uma percentagem menor de inconscientes (é provável que no passado, os médiuns tivessem outro tipo de atitudes e considerassem mais fidedigno a incorporação inconsciente e por isso, procediam dessa forma;

- médiuns videntes: os que conseguem “ver” o que é suposto ser transmitido, seja a visão da entidade que surge, seja alguma previsão, premonição; Existe uma outra classificação: clarividência; do que encontrei não vislumbro uma diferença distinta o suficiente para dizer que se é vidente ou clarividente; de alguma forma é muito semelhante; talvez a profundidade do desempenho, seja a diferença; o facto de verem a aura, corpos astral e mental pode também distinguir a distinção;

- médium auditivo: recebe as mensagens através da sua audição de forma clara e distinta;

- psicografia: a capacidade que um médium tem de receber as mensagens através da escrita. A mesma pode ser feita de forma intuitiva, isto é, após receber pelo seu pensamento, escreve o que surge; (nalguns lugares encontrei as designações de semi-mecânica e mecânica) num grau mais profundo, o médium pode ficar num estado modificado de consciência e escrever e dessa forma, apercebe-se do que escreve a medida que o faz e não antes de escrever; mais profundo é mesmo uma escrita em que o médium não tem consciência do que está a escrever, é como que ser comandado o que escreve. Há pintores que lhes acontece o mesmo, e essa mediunidade é designada por psicopictografia. Acrescentaria que a muitos escritores e poetas pode suceder o mesmo.

- psicofonia: uma particularidade mediúnica, quando o médium fala não com a sua própria voz, mas sim incorpora de tal forma a entidade, que a sua voz é alterada.

Existe outra forma situação que pessoalmente não vejo como um tipo de mediunidade, no entanto, qualquer médium pode viver esses momentos – o desdobramento – uma vez que tem várias etapas, direi assim. O seu corpo físico permanece num estado mais ou menos profundo segundo a viagem (desdobramento). Se está consciente, o médium consegue ver a sua projecção, isto é, por onde anda, descreve o que vê e ouve. O mesmo pode acontecer de forma inconsciente, e isso sucede durante o sono. Nem todos os sonhos que recordamos são “viagens astrais”, no entanto, durante esse processo pode acontecer um encontro com seres familiares/amigos que desencarnaram, ou mesmo respostas a questões que preocupam a pessoa. Nestas projecções mais profundas, pode surgir o seguinte: alguém pode ser visto por outra pessoa sem estar num estado desencarnado. Situações possíveis, no entanto, poucos relatos.

- existe uma outra circunstância que gostaria de referir: médiuns cuja capacidade empática é de tal forma desenvolvida, que captam tudo o que outras pessoas sentem; isso pode ser manifestado de forma mais dramática ou não; muitas vezes, as pessoas que sofrem exactamente o que o outro sente, significa que pode existir algum desequilíbrio no médium, uma vez que seria demasiado sofredor sentirmos constantemente o que os outros sentem. O médium pode aprender a gerir essas sensações de forma harmoniosa e não “colar-se” literalmente ao que o outro sente. O processo passa por conhecer-se muito bem e ter a certeza que deseja mudar algo. Em todas as formas de mediunidade devemos atentar a ser sempre possível haver interferência do médium, isto é, as suas referências, a forma como transmite a mensagem, passa pelo filtro que ele/ela mesmo/a é; ora isso pode ter repercussões no que transmite, no entanto, não significa que seja menos fidedigna, significa que é natural esse processo suceder. Aprender e estar atento é sempre sinónimo de bom senso.

Viver como ser mediúnico é algo natural e podemos aceitar essa característica como outra qualquer que possuímos, como ser generoso/a, divertido/a, alegre, optimista, perseverante, assim, como as que ainda revelam que somos aprendizes, tais como teimosia, preconceito, culpa, insegurança.

Podemos conhecermo-nos, sendo o passo seguinte aceitarmo-nos como somos. Quando nos aceitamos, estamos a dizer a nós que tudo é natural e somos aprendizes e que somos capazes de nos transformarmos em borboletas.

O hábito tem muita força em todos nós.

Ao compreendermos que podemos despir o que não nos é útil, trazemos a nós a oportunidade de nos redescobrirmos e sabemos que transformamos, por exemplo, uma teimosia em perseverança, em determinismo. A teimosia revela insegurança. Quando passamos a acreditar em nós, tudo se transforma, por que o comandante da nossa nave somos nós, escolhemos e decidimos o que queremos para nós e o nosso maior desafio é viver como acreditamos ser o melhor caminho. É uma constante descoberta e aventura.

Ana Guerra

escrita sem acordo ortográfico


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