REESTUDANDO O EVANGELHO 5



Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 7/19/2012 1:25:04 PM
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
1) Bem aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem aventurados os que sofrem perseguições pela justiça, porque o reino dos Céus é para eles.
As bem-aventuranças teriam sido o ponto alto dos evangelhos, e são repetidas aos quatro ventos por todos os que se intitulam dignos representantes de Jesus. Essa passagem evangélica anotada por Mateus refere-se primordialmente à justiça, tanto a material praticada pelos homens como a transcendental determinada pela Vida. Jesus aponta uma compensação futura aos que choram suas angústias, misérias, dores e sevícias, portanto aos que estão vinculados em programas de reajuste ocasionados pela própria necessidade de resgatar os crimes ou erros cometidos em encarnações anteriores. Sofrendo hoje as intempéries da Vida, estarão não só resgatando os deslizes pretéritos, mas aprendendo quanto é penoso à vítima a ação maldosa e egoísta dos detratores de plantão. Vencida essa etapa, estarão libertos de seus delitos e poderão receber a recompensa, isso é, ter permissão para retomar o caminho evolutivo interrompido. Ao não aceitar as injustiças praticadas contra sua pessoa ou àqueles que lhe são caros, o homem também enfrenta uma realidade necessária para entender como portar-se perante seus irmãos menos favorecidos, pois se estão vivendo esse angustiante quadro por certo foram em épocas anteriores algozes impenitentes daqueles que a Vida colocou à sua guarda para serem auxiliados e protegidos.
2) Vós sois bem-aventurados, vós que sois pobres, porque o reino dos Céus é para vós. Vós sois bem-aventurados, vós que tendes fome, porque sereis saciados. Vós sois felizes, vós que agora chorais, porque rireis.
Aparentemente Lucas repete Mateus, mas a mensagem agora destina-se a outro segmento da Vida. Segundo Mateus, Jesus refere-se especificamente à justiça dentro da Lei da Ação e Reação, ao passo que Lucas assinala com mais propriedade a Lei da reencarnação. Como dita a Lei, o espírito necessita trilhar todas as estradas da Vida a fim de exercitar-se em todas elas. Em uma encarnação o espírito tanto pode assumir a condição de pobre e servir, ou de rico e ser servido. O que interessa é como se porta tanto em um como em outro caso, e se aproveita a oportunidade do aprendizado e progride na primeira experiência de cada situação a fim de concluir o mais rápido possível o aprendizado referente a esse degrau evolutivo. A mensagem das bem-aventuranças divide-se em três frases de impacto: a primeira, bem-aventura o pobre, porque o reino dos céus é para ele. Isso define que o homem pobre alvo da proposição, está cumprindo um estágio necessário na sua vida espiritual, portanto dentro Lei. Sendo assim, o reino dos céus, ou seja, da felicidade, segurança e progresso está assegurado pela sua própria maneira de ser e de agir. A esses Jesus incentiva para que se mantenham assim pois receberão a justa recompensa. A segunda e a terceira, subentendem uma encarnação expiatória, pois se o homem alvo passa fome, é porque fez outros passarem por sua culpa, mas assim que a Lei for cumprida, será saciado, ou seja, não necessitará mais passar por essa desagradável experiência. Da mesma forma aponta ao sofredor a felicidade de ter a oportunidade de resgatar seus débitos, pois ao retornar à pátria maior com os débitos quitados rirá feliz por ter vencido essa etapa e continuar seu caminho em novas oportunidades oferecidas pela Vida.
3) Mas ai de vós ricos! Porque tendes vossa consolação neste mundo. Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que rides agora, porque sereis reduzidos ao pranto e às lágrimas.
Sem querer corrigir as traduções e interpretações que essa sentença tem sofrido através dos séculos, principalmente na Idade Média que foi bastante produtiva para alguns eclesiásticos desonestos ávidos pelo poder e pelo ouro arrebatado das viúvas ricas e chorosas, acredito que Jesus tenha ameaçado os maus ricos e não os ricos em geral, pois seria uma incoerência da Vida se condenasse indistintamente a todos os ricos que foram agraciados por Ela mesma através do nascimento ou pela capacidade de construir e solidificar fortunas pelo esforço de seu trabalho diligente. Acredito nessa hipótese porque como é sabido, os evangelhos de Jesus foram modificados inúmeras vezes e suas sentenças acomodadas de acordo com as necessidades ou os desejos de seus lídimos representantes. Por isso sugiro façamos a correção usando como argumento a própria Lei que determina ao espírito reencarnar em todas as condições sociais previstas para a humanidade nesse estágio a fim de evoluir exercitando-se em cada uma delas. - Mas ai de vós maus ricos... Realmente faz sentido essa advertência, pois segundo a Lei da Ação e Reação, se o espírito encarnado não usar os instrumentos que a Vida coloca à sua disposição para crescer e evoluir produzindo em benefício da sociedade que lhe foi designada usando-os simplesmente para seu proveito próprio, muitos débitos estará angariando, pois a Vida não brinca, e ele terá que dar conta de todo o bem que deixa de fazer e do mal que porventura tenha praticado. Sabe-se que Jesus teve entre seus amigos e confidentes homens muito ricos e poderosos, tendo mesmo um deles lhe oferecido o túmulo destinado a si mesmo. Ao falar sobre a bem-aventurança para o povo que o cercava, Jesus incentivava-o a não desesperar-se, pois pobres, degradados e desprotegidos, odiavam os ricos e poderosos que na fartura e bem estar os desprezavam incutindo-lhes rude tratamento. Não era propriamente aos pobres em si que Jesus falava, mas ao ódio e à revolta que os menos favorecidos e desiludidos mantinham contra os bem situados. Por isso a sentença: vivam bem apesar da pobreza e do látego, e aceitem a vontade do Pai que está nos Céus para que vençam essa etapa e recebam a recompensa. A proposta de Jesus foi a de que a razão para adentrar o Reino não era o fato de ser pobre, mas aceitar a pobreza humildemente e sem murmurar a fim de receber a recompensa prometida, ou seja, vencer essa etapa prevista para seu aprendizado sem reclamar dos homens, da Vida ou de Deus. Se analisarmos o pensamento de Jesus conhecendo a mecânica que a Vida usa para a evolução do espírito em nosso planta veremos que a única possibilidade de acontecerem suas advertências é através da reencarnação. Tão somente a reencarnação permite a alguém ter outras oportunidades, e os que hoje sofrem o bem sofrer certamente na próxima terão oportunidades melhores, e os que hoje são detentores do poder e da fartura possam vir em condição adversa caso não experimentaram ainda esse particular ou não tenham sabido portar-se condignamente nessa encarnação. Aí a sentença em relação à fome, ao pranto e às lágrimas.
Continua na próxima semana
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