Sepultamento ou cremação?
Autor ANTONIO CELSO POSSEBON
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 02/11/2010 15:50:07
O ser humano
O ser humano é composto de três elementos: do corpo físico (energia densificada), do perispírito (envoltório semi-material do espírito, constituído de substância etérea e sutil, mais fluídica do que material e menos densa que o corpo físico) e do espírito (ser inteligente de essência sublime e eterno).
O perispírito
É o elemento mediador entre o corpo físico e o espírito. Para dar vida ao corpo físico, o perispírito que é o envoltório do espírito, se liga célula a célula, elemento a elemento, como se existissem feixes de fios fluídicos estabelecendo a conexão celular material com o Espírito. Sendo assim, o que se passa no corpo material o Espírito toma conhecimento por meio desta ligação e, no sentido inverso, todas as decisões, ordens, desejos, vontades e, até mesmo, todos os sentimentos do Espírito chegam à estrutura celular ou nela se refletem, através do mesmo canal fluídico.
A morte
Com o evento da morte, chamado de desencarne, há a separação entre o corpo físico e o conjunto perispírito / espírito, onde os laços que os une vão se desfazendo lentamente, a começar pelas extremidades e terminando nos órgãos principais: o cérebro e o coração. Assim, o desligamento total e definitivo somente ocorre quando do desmembramento do último cordão fluídico que ainda estiver ligado ao corpo, lembrando que, consumado o fato, o Espírito não pode voltar a animar o corpo físico inerte.
O processo
Iniciado o processo de desencarne, o conjunto Perispírito/Espírito não sente mais a dor inerente ao corpo físico, entretanto, ficam latentes as sensações emanadas de todos os sentimentos que foram impregnados junto àquele corpo físico durante a experiência terrena. É claro que o grau de sensação depende do apego à carne e aos bens materiais desenvolvidos no estágio terreno.
As consequências
Após o desenlace, o conjunto Perispírito/Espírito, livre da carga que o prendia à crosta terrestre, vai usufruir da liberdade de acordo com a sua evolução espiritual, ou seja, se muito apegado à carne e aos bens materiais ficará concentrado no seu ex-corpo físico sentindo por decurso todas as sensações da decomposição ou ficará participando da vida como se tudo estivesse normal, logicamente bastante desorientado, pois, ninguém lhe dará atenção ou, então, ficará no umbral remoendo todas as suas culpas e compromissos assumidos, dentro da lei de ação e reação.
No caso de um espírito evoluído, desapegado dos bens materiais e das paixões mundanas, vai usufruir da liberdade de imediato, pois, o desligamento acontece paulatinamente durante a vida terrena e logo após o desenlace já vai participar das atividades no plano espiritual.
É claro que cada um tem a sua agenda, cumprindo, dentro do seu livre arbítrio, o seu desígnio, que é a volta para o todo (a fonte original), cuja jornada é cumprida através de sucessivas reencarnações.
Sepultar ou cremar
Chegado o triste momento, atualmente, deparamos com a dúvida: sepultar ou cremar. Caso o falecido durante a vida tenha feito a opção, tudo bem. Caso não, fica por conta da família a decisão.
- Sepultamento: é uma prática tradicional e, do ponto de vista espiritual, o apego ou o desapego à matéria é que vai determinar o grau de sentimentos e de sensações, visto a lentidão da decomposição do cadáver, oferecendo ao Espírito a oportunidade de ser socorrido, orientado e esclarecido pelo plano espiritual.
- Cremação: uma prática moderna cujo processo de consumação é rápido, de poucos minutos, e, falando espiritualmente, devemos exercer a piedade com o cadáver programando uma espera de 72 horas.
Chico Xavier, ao ser indagado no programa Pinga Fogo sobre o assunto, respondeu: -"Já ouvimos Emmanuel a esse respeito e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de pelo menos 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório".
ANTONIO CELSO POSSEBON (Arujá / SP)
Editor da "SER MAIS Revista"
[email protected]
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