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Sobre homens, cães e o amor!

Atualizado dia 10/03/2010 21:35:21 em Espiritualidade
por Flávio Bastos


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"O conhecimento da verdadeira natureza espiritual do homem e de sua responsabilidade, é instrumento poderoso de progresso moral. Talvez o mais eficiente para reduzir o descompasso claramente perceptível entre aquele e o progresso intelectual. Um e outro hão de se aproximar, no dia em que, definitivamente, se compreender que inteligência sem ética é como uma árvore sem flores e sem frutos" (Milton Moreira)

A natureza, a qual pertencemos, é referência para os nossos aprendizados. É no ambiente natural selvagem ou no ambiente doméstico que observamos como vivem outras espécies do reino animal.

Os cães adultos, por exemplo, são organizados e até minuciosos quando se trata da educação de seus filhotes. Quando estes nascem, inicia-se a fase de amamentação associada à hábitos de higiene do ninho, quando a mãe, instintivamente, providencia a higiene de seus filhotes e a limpeza do local onde eles ficam, lambendo as fezes e a urina dos mesmos.

Com o passar do tempo, a amamentação vai cessando, assim como a higiene dos filhotes e a limpeza do ninho. Os cãezinhos, então, passam a imitar a mãe - e o pai - que fazem suas necessidades fisiológicas em locais afastados de onde a família passa a maior parte do tempo.

A partir dos sessenta dias de vida, a mãe praticamente dá como encerrada a sua instintiva missão de educadora, ou seja, os filhotes saem em busca de alimento e entram na fase da "independência" - e da sobrevivência - orientados pelo próprio instinto.

Guardadas as devidas proporções, é óbvio, mais ou menos dessa forma deveria ser a relação entre os humanos durante a fase afeto-aprendizado entre pais e filhos...

Um dia destes, estava observando a relação de uma cadela de rua com os seus filhotes de aproximadamente dois meses de vida, e comparando ao relacionamento da minha cadelinha e seus filhotes que tem o mesmo tempo de vida. A orientação instintiva é a mesma, inclusive o lúdico entre eles é muito semelhante - praticamente igual -, o que difere dos humanos no sentido de uma certa confusão (ou insegurança...) na escolha de valores que fazem parte do processo educativo de nossas crianças.

É curioso... porque a natureza hominal, dotada de inteligência, emoções e sentimentos, costuma complicar-se quando o assunto é "educação dos filhos", enquanto a natureza animal, considerada despossuída de inteligência e razão, segue há milenios um padrão seguro durante a fase em que os filhotes mais precisam de cuidados dos pais.

Outra diferença fundamental entre as duas espécies, é o afeto (ou amor...) que na natureza animal acontece em "doses homeopáticas" e de uma forma equilibrada na relação pais-filhos, enquanto na natureza hominal ou falta amor nessa relação, ou o amor acontece em "doses exageradas"... ou ainda, através de uma relação bem menos comum, que é a harmonia entre relação afetiva e ação educadora.

As diferenças, ao que tudo indica, parecem estar no nível evolutivo das espécies, onde o homem ocuparia o topo da pirâmide natural, o que obrigaria a espécie a evoluir em busca do amor, cujo significado ele ainda desconhece em sua plenitude...

Enquanto esse encontro cósmico não acontece, as complicadas relações de amor do ser inteligente, acabam por sufocar o seu processo de autoconhecimento, porque o amor que é de menos sufoca, e amor que é demais também sufoca. Portanto, o desafio humano é encontrar o amor equilibrado ou o "caminho do meio" que liberta e permite a expansão consciencial através do autodescobrimento.

No entanto, por sermos seres potencialmente diferenciados das demais espécies da natureza terrena, é estranho que tenhamos de aprender com a harmonia nas relações de afeto e de aprendizagem das espécies menos evoluídas do que nós...

Parece-nos que com o passar dos milenios, a inteligência humana em parte "conspira" a nosso favor através da expressão artística, das descobertas científicas, do bom humor e, especialmente, do impressionante avanço tecnológico das últimas décadas. Por outro lado, a inteligência humana conspira contra quando trata-se de associar ciência e transcendência no sentido de explicar o significado da vida sob o prisma das múltiplas vivências do espírito imortal.

É exatamente nesse ponto que diferenciamos de nossos irmãos "irracionais". Precisamos entender que sem o estudo de nossa espiritualidade, pouco saberemos a respeito de nós mesmos e do significado da vida. E, nesse sentido - por enquanto - a nossa inteligência em nada supera a natureza animal no que diz respeito ao instinto de sobrevivência e de perpetuação da espécie...

Necessitamos avançar enquanto sociedade que estimula valores éticos e espirituais nas suas relações humanas, porque é estimulando valores imprescindíveis na educação de nossos filhos, que teremos futuramente, adultos mais saudáveis, felizes e realizados.

Psicoterapeuta Interdimensional

flaviobastos

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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