Somos todos curadores feridos...
Atualizado dia 13/03/2011 17:18:09 em Espiritualidadepor Eloisa Lopes
Yalom conclui dizendo que "talvez a terapia real tenha ocorrido na cena do leito de morte, quando eles abraçaram a honestidade, com a revelação de que eram companheiros de viagem, ambos simplesmente humanos, extremamente humanos..." Se essa revelação tivesse ocorrido antes, a qualidade da relação dos dois, com certeza, teria sido muito melhor, mais limpa, na luz...
Fiquei refletindo sobre relacionamentos de qualquer natureza, de amigos, de casal, cliente e terapeuta, pais e filhos... Parece que a honestidade é a chave, a revelação de si ao outro, da humanidade e falibilidade de cada um, da própria solidão, da própria busca, das próprias expectativas... Nossa humanidade, enfim!
Dentro do relacionamento, ajuda a "virar a página", a não ficar remoendo, a não aumentar nosso "corpo de dor", como chama o Eckhart. Quanto uma conversa sincera, até mesmo aquela desajeitada ou de pêlos eriçados... pode liberar espaços internos, neuroticamente ocupados para situações mais criativas.
Claro que, primeiro, esse exercício acontece dentro de nós, no "eu-comigo", uma auto-honestidade.
Aqui e agora eu sinto isso. Aqui e agora eu sinto aquilo. Pisei na bola contigo... Pisei no tomate... ops!
Sem justificativas, explicações, racionalizações. E o "aqui e agora" seguinte já pode se modificar, já foi banhado na água limpa da honestidade. E o relacionamento pode ganhar em verdade, em intimidade. Mas temos tantas teorias sobre "como as coisas devem ser", sobre o que " não deveria estar acontecendo", ou "o que não deveria ter acontecido" - como se estivéssemos dentro de um projeto, um roteiro pré-estabelecido - que acabamos ficando presos na própria cabeça e idealizando a vida.
Lembro Sri Aurobindo e seus 4 verbos: encarar - aceitar - suportar - conquistar. Tem, sim, pílulas muito amargas sobre nós mesmos e vamos engolindo-as (no sentido de encarar, aceitar e suportar... ) para nossa cura. Sem culpas! Nós nos encontramos todos nesse lugar de viajantes, de companheiros de viagem, simplesmente e extremamente humanos...
Nota: a expressão "somos todos curadores feridos" é da Barbara Brennan.
Texto revisado
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