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Somos Todos Um

Atualizado dia 22/07/2015 14:58:06 em Espiritualidade
por Marina Gold


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“Somos Todos Um”. No amor, território privilegiado de comunhões, mais do que em qualquer outro domínio, essa ideia precisa vigorar com toda sua esplendorosa intensidade.
Refiro-me ao amor que se realiza integralmente, aquele que encontra ilustração visível na figura circular do Tao. Ali, bem no centro das ondulações, onde positivo e negativo se equilibram, a unicidade plenifica o encontro ideal de entrelaçamento: o amor perfeito, enlace de almas gêmeas.

Como não admirar esses amores, complemento exato, abraço de indistinção. Deve ser almejado e celebrado, fonte reverberante de fortes energias, uma das mais elevadas realizações da alma. Quando ele se afirma, ilumina o redor, faz a vida sorrir.
Porém, a frustração dessa situação, como dolorosamente acompanho nesses muitos anos que atravesso trabalhando com espiritualidade, é fonte de pânico, dor e sofrimento; choro e ranger de dentes.
Investindo pesado na mão do encontro, se a expectativa de amor se desdobra em desencontro, os ferimentos e sequelas podem ser fundos e duradouros, estraçalham o ego e a autoestima.

É na rejeição ou desilusão amorosa que as pessoas, ávidas para fundirem a sua subjetividade e a alheia num novo composto, desfazendo e refazendo os componentes individualizados, aproximam-se mais perigosamente do que pode dar certo e, exatamente por isso, do que pode – num sentido contrário – dar errado. Do que pode dar muito certo, ou muito errado.
O acerto faz brilhar uma luminosidade intensa e calorosa, dá sentido às coisas e sabor aos dias. O insucesso, entre o amargo e o azedo, nos fragiliza ao revelar a precariedade solitária da procura que não logra.

Nessas situações extremamente tênues e delicadas, quando se lida com películas diáfanas como bolhas de sabão, o bom aconselhamento (e acompanhamento) espiritualista demanda imensa atenção.
Cada movimento precisa ser cuidadoso, requer o esmero empregado ao limpar e fazer curativo no joelho da menininha que está – duras penas, lágrimas rolando – perdendo os medos, aprendendo a andar de bicicleta.

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