Trabalhar através do coração
Autor Alex Possato
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 10/5/2011 5:03:31 PM
Neste momento do nosso papo com o grupo de estudantes de constelação sistêmica, Theresia falou um pouco sobre como funciona o "trabalhar através do coração", permitindo que as coisas sejam como elas são, mesmo que a mente racional tenha dificuldade em permitir isso e até em aceitar que algo maior está comandando o nosso caminho. Ela iniciou dizendo a respeito de como ela permite que suas turmas e cursos sejam montados através deste "comando" não visível, e aí o papo foi indo...
"Este é o meu processo de entrega. Vou fazer o que é para eu fazer. Vem gente, ok. Não vem gente, ok também. Não importa. Mas quando descobrimos onde está o coração, é ter coragem de ir nessa direção. Não vou corromper o meu coração. Vou seguir o que realmente vem. Porque isso é que é pra ser feito. E é difícil. Eu reluto extremamente com os meus conceitos antigos: tem que atender as pessoas de tal forma, tem que cumprir esse e esse programa... Tem que ganhar dinheiro. Tudo isso ocorre. E se não vem pessoas? E se eu abro mão (do controle que acho que tenho)? E se outras pessoas preenchem o espaço que vagou? E aí? Ok... Se é isso para fazer, e que vem dentro de mim - a intuição, ou eu faço ou não faço. E se eu não faço, vou estar insatisfeita. E se eu faço, pode ser que não dê certo - a mente vai duvidar mesmo. Mas pelo menos você foi coerente com o seu coração e sua verdade... Isso é muito importante. É um ato de coragem a gente fazer isso, seguir os desejos, deixar os medos de lado. Estou fazendo esse exercício interno de desapego.
Há uma história, acho que da Indonésia, onde as pessoas capturam macacos...
Eles colocam um coco e colocam uma laranja, e o macaco vem, pega a laranja. Aí o macaco fica preso ao coco, porque por nada no mundo, ele vai abrir a mão da laranja. Aí eu pergunto: qual é a minha laranja, onde estou presa, onde não consigo abrir mão?
Comecei a olhar: cadê a minha laranja? Uma das minhas laranjas é o medo. Eu já trabalhei muito o medo, mas ainda tem a idéia do medo. Vou fazer isso, e ahhh... aí percebi que o medo não existe, porque se faço, estou tranqüila. Mas antes de fazer, vêm milhões de idéias do que pode acontecer, que não devo fazer isso porque é perigoso. Mas se eu faço, está tudo bem. Mas que doido! Tem a idéia do medo, mas não existe o medo real.
Mas por que continua a idéia do medo? Eu disse: ok, vou desapegar da idéia do medo. Do que mais posso desapegar? Da preguiça... Então, tem inúmeras coisas dos padrões antigos. Assim, comecei ver esse trabalho de desapego de formas diferentes, de coisas que eu ainda insisto que isso existe e que faz parte da minha vida, mas percebo que não faz mais. Eu posso conscientemente falar: ok, nós vamos nos separar aqui. Foi boa a jornada até esse ponto, mas agora eu vou para outro lugar e você vai ter que ir para outro lugar. Dessa forma, esse exercício de desapego pode ser muito profundo.
Outro desapego: desapego da minha imagem diante das pessoas, porque eu fiz uma imagem, mas essa imagem ainda está coerente? Tem momentos em que eu acho: tem que sentar aqui, na frente de vocês, e fazer certa coisa... ahhh... eu estou conduzindo um grupo... Não estou conduzindo coisa nenhuma! Nada, nada, nada. Mas ainda tem a idéia de que "eu estou fazendo", "eu preciso conduzir". Essa foi a idéia do último curso intensivo: eu não conduzi nada. O Alex preparou a apostila, o resto tudo veio na hora. Eu não preparei as dinâmicas, não preparei o conteúdo, não preparei nada. E as dinâmicas surgiram, as constelações surgiram. 11 dias intensivos, sem eu, em nenhum momento, "fazer nada". Simplesmente aconteceu. Na hora certa, o trabalho certo veio, surgiram trabalhos novos, as dinâmicas surgiram, não "inventei" nada, já estava "tudo pronto". Tive o prazer de poder fazer esta experiência de querealmente as coisas fluem quando nos colocamos a disposição. Mas precisa uma coragem e tanto!
Coragem para abrir mão da imagem. Da imagem que foi criada. Foi criada pelo site, foi criada através do Alex, que tem muito a ver com a minha imagem distorcida... (risos). Da idéia de como eu vou me apresentar diante do mundo. E a gente tem muitas idéias: ah, como o mundo quer me ver. O que o mundo está precisando? Se eu falo isso, isso, isso, vai acontecer aquilo...
A questão é ser autêntico. E mostrar isso para o mundo. E aos poucos vai caindo a imagem criada, e vou percebendo: agora não preciso mais. Não preciso mais parecer o que não sou. Não preciso mais convencer de quem eu sou. Não preciso convencer através das palavras, através de explicações lindas, maravilhosas. Posso ser simples. Basta ser eu. E tudo o que eu tenho a expressar, de alguma forma o meu coração vibra, e através desta vibração eu atinjo as pessoas. Mesmo agora, nesse momento, no site não está coerente com a nova proposta, mas as pessoas que chegam estão coerentes com a nova proposta.
As pessoas que chegam dizem: eu vim para este trabalho para o desenvolvimento espiritual mesmo. Eu digo: uau! Que legal, que bom. É isso que eu tenho a oferecer. Autoconhecimento para a pessoa chegar mais perto de Deus, chegar mais perto de si mesma. De quem ela é.
Theresia Maria Spyra é trainer e facilitadora de constelações sistêmicas, e realiza cursos de treinamento e vivências de constelação. Mais informações, acesse aqui
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
