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UMA VISÃO SOBRE O KARMA - PARTE 2

Atualizado dia 09/03/2009 17:56:46 em Espiritualidade
por Marcio Isael(ZAYASH)


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As leis trabalham dentro de seus próprios mundos e devem ser estudadas como se sua atuação fosse independente. Tal como cada ciência estuda as leis que funcionam dentro do seu departamento, mas não esquece o trabalho mais amplo de condições de maior alcance. O homem quando está trabalhando nos três departamentos - o físico, o emocional e o mental - lembra-se da extensão da lei que inclui todos eles dentro da sua área de atividade. Em todos os departamentos as leis são invioláveis, imutáveis e cada uma delas produz seus efeitos totais, embora o resultado final de sua interação seja a força eficiente que permanece quando o equilíbrio de forças opositoras foi alcançado.
Tudo quanto é verdade no que se refere às leis, em geral, é verdade para o karma, a grande Lei. Estando presente a causa, os acontecimentos devem seguir-se. Retirando ou acrescentando causas, entretanto, eles podem modificar-se.
Uma pessoa se embriaga. Acaso poderá dizer: "Meu karma é embriagar-me?" Esta pessoa embriaga-se devido a certas tendências que tem, por causas ambientais e por causa de companheiros libertinos. Suponhamos que essa pessoa deseja dominar esse hábito pernicioso. Ela conhece as três condições que a levaram à embriaguez. Pode dizer: "Não sou forte o bastante para resistir às minhas tendências quando estou perto da bebida ou na presença de certos companheiros". "Não irei mais a lugares onde há bebidas e muito menos andarei com pessoas que levem essa vida sedentária". "Pararei de freqüentar ambientes onde se vende bebidas". Ela muda as condições, eliminando duas delas (embora não consiga eliminar imediatamente as tendências) e o novo resultado é que ela não se embriaga mais. Ela não estará interferindo no seu karma, mas confiando nele, e um amigo seu estará "interferindo no karma dela", se a convencer a se afastar de companheiros maliciosos e sedentários.
Não há ordem kármica para que um homem se embriague ou sucumba a qualquer outro vicio: o que existe são tendências fortalecidas por circunstâncias ambientais, circunstâncias essas que fomentam o indivíduo a despertar; tanto as más tendências, como as boas, dependendo do núcleo familiar, raça e sexo. O homem de vontade pode pôr novas energias em atividade a fim de sublimar as velhas, dando assim, dinâmica à sua existência e abrindo novas probabilidades de desenvolvimento na vida presente. Ele permite que a Sabedoria e o discernimento ajam sobre suas intenções e o guie por caminhos que o ponham em ressonância com o Todo. Ele passa se encantar com uma realidade que sempre esteve ali, ao seu lado, dentro dele, acima e abaixo, mas que nunca foi vista... Pois ele nunca esteve atento para percebê-la. O homem comum, ao contrário, passa vidas e vidas circulando na esfera da mundaneidade, do laico, reincidindo sobre velhos hábitos de forma viciosa e gerando novas dívidas em cima dos antigos débitos.
Muitos se questionam sobre o porquê de certos indivíduos nascerem com anomalias genéticas, tais como falhas cromossomiais geradoras de deficiências diversas, enquanto outros indivíduos gozam de perfeita saúde ou ainda aqueles que nascem com algum órgão debilitado, sem que seus progenitores possuam tal problema (coração, rins, etc.). Podemos questionar o porquê de certos indivíduos dotados de imensa capacidade mental, com aptidões para a música, pintura ou ciências nascerem em condições financeiras e sociais precárias, pertencendo a famílias sem nenhum tipo de recursos para custear seus estudos, enquanto indivíduos de limitada capacidade mental nascem em famílias de alto poder aquisitivo. O fato é que essas condições não são tão injustas quanto parecem, posto que no caso do gênio sem condições de revelar sua genialidade, um sentido de valor e dignidade pode emergir com muito mais força, estimulando-o a romper as dificuldades pela valorização delas, enquanto no caso do tolo rico, porém obturado, a facilidade monetária pode ser um caminho para a inércia, para a preguiça e o comodismo. Nesses casos é preciso ter uma visão panorâmica e profunda para perceber as nuances e os aparentes enganos que o óbvio encobre. Afinal, muitas perguntas poderiam ser formuladas acerca das diversas condições em que o ser humano é posto e nas quais ele tem que evoluir; mas, de imediato, podemos afirmar que tudo trabalha para a Lei maior do karma, inclusive a genética, sendo, portanto, o karma a Lei que rege todo o mundo fenomenal.
Outra questão: apesar de soar contraditório, nem tudo o que atraímos hoje é mera reação de ações anteriores: O Eu está experimentando novas possibilidades em meio aos efeitos pretéritos. Ele pode colher novas experiências tanto pelas reações do passado como por ações inteiramente novas, mas nesse último caso, isso tende a ser mais comum no início ou nas fases finais da jornada evolutiva.


Parte 3

Texto revisado por: Cris

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