Você quer ser feliz ou bem aventurado/a?
Atualizado dia 6/6/2010 2:11:11 PM em Espiritualidadepor Lucya Vervloet
Está propriamente se tornando uma obsessão. O meu grau de tolerância para com a cegueira geral em que nos encontramos vem diminuindo a olhos vistos. Bom seria se conseguíssemos de imediato falar a linguagem do amor, muito sofrimento pouparia a mim e a tantas outras pessoas que não mais suportam a tagarelice ininterrupta de nossas mentes e alheias, com nossos egos e personalidades doentias e cheias de orgulho.Muitas das vezes bem intencionadas e esforçadas, conscientes de quão árduo é o trabalho interior e a necessidade de um tempo quase que integral de nossa atenção, observação, análise e aprimoramento. E quanto aos karmas próprios e herdados, sejam positivos ou negativos que ainda temos por finalizar, e, mais, bem completos, senão, retornam. Quem merece?
As queixas, mágoas ou ressentimentos, ou seja, a resistência da não aceitação daquilo que é, não resolve o problema existencial humano. Desesperar com o fato de ter uma "tranqueira" de desafios até alcançar a paz, além de perturbar nossa concentração no momento presente, momento maravilhoso, como diz o mestre vietnamita Thich Nhat Hanh ainda piora mais a situação. Então, o jeito é ser valente e sereno, cultivar o amor e a compaixão como um dos inúmeros caminhos para o crescimento pessoal, além de ter como foco a vitória sobre o mundo das ilusões de nossas criações. Ter uma atenção redobrada quando do surgir de cada fenômeno, e ter de início, ao menos o conhecimento intelectual de que tudo o que parece existir, de fato necessita de vários componentes e portanto não dotado de realidade verdadeira. Com o treino constante, uma quase hipnose, como nos lembra Osho, podemos ir formando uma segunda natureza que com o tempo se tornará definitiva.
Quando lemos ou escrevemos sobre assuntos espirituais, os caminhos para a felicidade, a paz profunda, o nirvana e a bem aventurança, tudo parece bem paradoxal, mas o que é a vida senão um grande paradoxo? Não é nem um pouco minha intenção descrever uma análise sobre tal, mas sim conseguir as condições necessárias para alcançar tal estado, de forma permanente.
Assim Buda resumiu a situação sobre a concepção de um eu e como opomos a essa noção um não-eu:
Este mundo... geralmente está voltado para dois [pontos de vista]: a existência e a não-existência. Àqueles que percebem com o conhecimento correto o surgimento do mundo como ele veio a ser, a noção de não-existência do mundo não ocorre. ... Para aqueles que percebem com conhecimento correto o fim do mundo como virá a ser, a noção de existência do mundo não ocorre.
Steve Hagen, assim explica - "Quando simplesmente vemos - quando confiamos apenas na percepção, antes de surgir qualquer conceito de um eu duradouro, imutável, separado de tudo o mais - o conceito de não-existência não ocorre. Nossa crença na não-existência surge, a princípio, somente como resultado da nossa noção de existência. E só por acreditarmos tão a fundo na idéia do "Eu" e do "mundo separado de mim", e por sentirmos essa idéia com tanta força, sentimos confusão e medo.
Por outro lado, se percebermos com o conhecimento correto o fim do mundo com sua essência neste momento, se virmos a natureza efêmera de todas as coisas sem encobrir o que vimos com conceitos, a noção de um eu permanente não ocorrerá. Apesar de ainda haver pensamento e sensação, a noção de um eu permanente a não existe - restam apenas a paz de espírito e a ausência de medo.
O mesmo acontece com relação ao surgimento ou ao fim de "mim" ou do "mundo", já que essas duas ilusões acontecem ao mesmo tempo. Somente com a percepção - na ausencia da concepção - nem a noção de eu nem a de um mundo externo a esse eu ocorrem. Só quando pressupomos o conceito de existência é que somos levados a um dos lamentáveis extremos do eternalismo ou do niilismo, ou a oscilar entre ambos.
Como Buda observou, nenhuma dessas conclusões pode ter origem na nossa experiência real".
Continua
Texto revisado
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Astrologia (básico na Regulus/SP) e autodidata. Participei de workshops de Runas, Tarot místico/terapêutico com Veet Pramad. Estudei Numerologia e quirologia. Iniciei-me na energia Reiki. Estudei 12 meses do Curso de Psicanálise/ES. Com uma visão universalista da vida dediquei-me ao aprendizado de idiomas e culturas estrangeiras. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |