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Você tem consciência e evolução espiritual?

Atualizado dia 9/24/2024 12:39:43 PM em Espiritualidade
por Flávia Esper


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Autoconhecimento significa trazer à consciência o que estamos a sentir, quem somos, nossa forma de agir e reagir às situações, nossas crenças e formas de ver o mundo. Muitos acreditam que o autoconhecimento e a evolução espiritual significam não ter certos tipos de sentimento, só ter pensamentos e reações "nobres". Na verdade, a chave da evolução espiritual é se conhecer cada vez mais, saber que somos algo maior que sentimentos e reações passageiras e que todos os nossos estados de ânimo são bem-vindos, têm algo importante a nos dizer e passarão.

Quando julgamos parte do que sentimos ou pensamos, escondendo ou negando que temos esses sentimentos e pensamentos, entramos no julgamento e negamos parte de nós. Negarmos essas partes, além de trazer uma série de problemas, nos afasta do autoconhecimento, da consciência de quem somos, da evolução espiritual. Inclusive, essa postura, em vez de nos ajudar a evoluir, atrapalha, pois como vamos trabalhar algo em nós se nem admitimos que temos algo a ser trabalhado?

Todos nós estamos em processo constante. Quanto mais tomamos consciência dos nossos mecanismos, menos ficamos aprisionados a eles e mais conseguimos "melhorar". Se eu nego que estou com raiva, por exemplo, isso me impede de entrar em contato com esse sentimento, de saber que mensagem ele tem para mim, de trabalhá-lo e de deixá-lo partir. Se eu abro a porta a cada sentimento que tenho, converso com ele e deixo-o passar e sair pela outra porta, não me apego a ele e ele vai embora. Se eu não abro a porta ou se abro e fico eternamente com ele em minha casa, nutrindo-o, ele não vai embora, eu não aprenderei com ele e ele me corroerá por dentro opu me impedirá de viver outros sentimentos.

A consciência não julga, apenas observa. Quando conseguimos fazer isso, especialmente através da meditação e da terapia, vamos sentir dor, tristeza e alegria, mas não ficaremos presos a esses estados. Perceberemos o que têm a nos dizer e os deixaremos ir. Se eu já sei que costumo me desesperar diante das situações, mas que depois consigo refletir e buscar estratégias para resolver a questão, não fico presa ao desespero. Tenho consciência de que aquele desespero vai passar e de que é só uma etapa de como reajo aos fatos. Isso me ajuda a não ficar refém do desespero.

Ter consciência é conseguir observar o que sentimos, pensamos e como reagimos como se fossem nuvens no céu. E como se nós fôssemos o azul por trás das nuvens. A consciência não significa não sentir, mas não se tornar refém dos que sentimos ou pensamos. Costumo dizer a meus clientes de psicoterapia que conseguir tomar consciência e perceber o que sentimos e como reagimos é metade do caminho para a mudança. Muitos querem mudar pulando essa etapa. Não podemos mudar aquilo a que estamos presos ou que negamos. Por outro lado, quando conseguimos observar e perceber, aos poucos vamos adequando nossas reações, pensamentos e sentimentos ou, simplesmente, ficando em paz com eles e com como somos.

A maior forma de autoconhecimento e evolução é buscar a consciência, é trazer luz sobre o que não sabemos, relembrar quem somos em essência, conseguir observar com clareza como funcionamos, sem julgamentos. Como um cientista que anota os fatos sem julgar ou como fazíamos na escola com o relatório da semente de feijão no algodão, lembra? "Plantei a semente no algodão molhado. A semente começou a brotar. Começou a crescer uma partezinha verde."

O objetivo não era julgar se a semente era boa ou ruim, se a folhinha era feia. Era, simplesmente, conhecer, tomar consciência do processo, de como as coisas funcionam. Era se encantar com o processo, afastar o que pudesse atrapalhar o crescimento e fornecer a água e o sol necessários para que ele seguisse seu curso. E, para isso, era preciso aceitar e registrar cada passo, cada etapa, com curiosidade, e não com julgamento.

Isto significa consciência: reconhecer tudo que somos e sentimos, sem julgar, apenas ter clareza. Esse é o caminho para a "evolução". O julgamento é uma estratégia do ego para se manter no poder, para nos manter como somos e reféns de sentimentos. O ego não quer que mudemos em nada. Julgar está a serviço do ego, não do autoconhecimento.

Julgar nos mantém na ideia de que estamos no poder, de que sabemos mais, de que estamos certos e o outro ou algo que sentimos está errado. Autoconhecimento, consciência e evolução espiritual estão ligados ao amor e o amor abrange tudo, o amor sabe que tudo faz parte e tem um sentido. O amor é inclusivo e paciente. O julgamento é excludente e duro. Julgar nos afasta do amor, da curiosidade, da ampliação da consciência e do amor. Mantém-nos tensos, separados e no domínio do ego, afasta-nos do domínio da alma. Afasta-nos de sentirmos amor

Que você possa ter, cada vez mais, consciência para enxergar e lidar com seus processos, de forma amorosa, sem se julgar. Respeite tudo que sente, dê um lugar seguro a isso, converse, entenda o que esse sentimento quer dizer e deixe-o seguir seu caminho. Quando escutamos a mensagem que nossos sentimentos nos trazem, eles podem ir embora, pois já cumpriram sua função. Escute-se com amor. Tenha consciência de quem você é e de que tudo em você merece ter um lugar de expressão.

Com amor,

Flávia Esper


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Conteúdo desenvolvido por: Flávia Esper   
Flávia Esper é professora, terapeuta, escritora, arte-educadora, contadora de histórias, e mentora de terapeutas. Acredita no poder de conexão e cura das histórias. Desenvolveu o Método Flávia Esper de Terapias Integradas ao longo de mais de 20 anos de trabalho. Lembre-se: a chave está na tua história!
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