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Usando a Lei da Impermanência para se livrar de rancor, ódio, injustiça e mágoas

Atualizado dia 05/06/2020 23:38:07 em Oráculos
por Rosana Ferraz Chaves


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Todos os problemas de relacionamentos, em qualquer área da sua vida, podem deixar marcas boas ou ruins. Em ambos os casos, podemos ampliar a nossa visão e tirar mais proveito das lições aprendidas e das que se repetem.

Você pode imaginar que tudo aquilo que foi bom precisa ser preservado e tudo aquilo que não lhe fez bem, você continua preservando, de qualquer jeito.

Não funciona assim. Você precisa conhecer a Lei da Impermanência.

Os monges levam vários dias para desenhar milimetricamente uma mandala tibetana. Trabalhando em equipe, levam vários dias desenhando e colorindo uma linda mandala. Assim que ela fica pronta, eles fazem uma cerimônia para celebrar a impermanência.

Nesse dia várias pessoas se reúnem em torno dos monges, que ritualisticamente se desfazem da mandala e guardam um pouquinho do pó colorido em saquinhos, que são distribuídos à plateia.

Não importa se a mandala ficou linda, feia, imperfeita ou perfeita, ela precisa ser destruída, para dar lugar ao novo.

E quando aprendemos isso, percebemos que sempre existe o momento de nos desfazermos das coisas.

Não se trata aqui de sair de um relacionamento harmônico com seu par ou com seu chefe e sim de não ficar se nutrindo das coisas que já passaram, sejam elas boas ou ruins.

Existem pessoas que preferem viver no passado, porque ele foi muito bom. Dizem “na minha época era diferente”, como se não estivessem vivendo na época atual.

Enquanto houver vida, essa é a sua época!

Não aceitam nada de novo e se recusam a mudar qualquer coisa, que os tire dessa possessão do passado.

Tornam-se pessoas tristes, repetitivas e não gratas. Até que por fim, são esquecidas pelo presente.

Outras revivem diariamente todos os infortúnios, os deslizes, a injustiça, a traição e tudo aquilo que não aconteceu do jeito previsto.

Acreditam que situações do passado deveriam ter um desfecho diferente e não se incomodam com o arbítrio dos outros.

O outros simplesmente não poderia ter feito aquilo que fez! Irados pelo descontentamento de não ter ocorrido do jeito que planejaram, tornam-se ácidos, raivosos, enrugados, obesos e doentes. E pedem justiça!

Mas o que seria essa justiça? Querem que o outro entenda que deveria ter feito do jeito deles, porque o jeito deles é que é o certo. Querem que o outro se arrependa e se curve. Pedem justiça como se fossem juízes.

Muitos crimes, violências e traições são cometidas com todos. E as vezes não encontramos motivação para tanta coisa, no presente. Mas não é porque não sabemos, que não exista motivação.

“A justiça procura a injustiça em muitos mundos”. E nem sempre temos acesso a isso.

Todas as inflamações que você tem no seu corpo, todas as doenças que terminam em “ite”, como gastrite, dermatite, bronquite, etc, representam um momento de ódio que você passou e que ainda está preso no seu perispírito.

Inflamar significa incendiar e é exatamente assim que fica a aura de uma pessoa com ódio, vermelha e flamejante.

Se você já teve alguma doença “ite”, então você já sentiu ódio.

No momento em que você se estressar muito, sua imunidade vai ficar baixa e esses pontos de ódio vão entrar em ação e gerar uma doença crônica ou fatal e se você morrer, será recebido do outro lado como suicida, não como injustiçado

“Mas é impossível perdoar certas coisas que o que fulano me fez!”, dirão alguns. Com certeza é, mas quem foi que disse que é o outro quem precisa ser perdoado?

O outro fez o que achou que deveria fazer. Se se arrependeu ou não, isso é lá com ele e com o universo.

Se você jamais faria hoje, o que ele(a) te fez, talvez tenha feito o mesmo ontem, em alguma vida anterior. O fato é que você atraiu essa pessoa para a sua vida por algum motivo.

Talvez quem te feriu nem se lembre mais de você, mas se você continua relembrando uma coisa que ocorreu vários anos antes e continua sentindo como se fosse ontem, continua nutrindo todo esse ódio e essa mágoa.

É como cultivar uma horta de tumores, bactérias, vírus e micróbios no seu corpo, que em algum momento, vão amadurecer e estourar.

Esses sentimentos criam ninhos de doenças, cheios de vermes e larvas astrais, que castigam seu perispírito diariamente, atraindo obsessores e pessoas tão complicadas quanto você.

Então é você que precisa se perdoar, pelo contínuo sofrimento que tem dado ao seu corpo, apesar do que o outro fez. O universo que se acerte com ele.

Se você quer se livrar disso, faça esse pequeno exercício comigo agora.

Sente-se e respire calmamente por três vezes.

Respire novamente, enchendo sua barriga de ar, segure por cinco segundos e solte o ar pela boca, calmamente. Repita por três vezes.

Imagine que em frente ao local em que você se encontra, existe uma porta. Caminhe mentalmente até ela e a abra.

Do outro lado você encontra uma floresta calma, com uma clareira bem à frente.

Ande até lá. Sinta seus pés descalços andando pela terra fria. É noite e os grilos cantam.

Logo à frente, uma sacerdotisa com uma túnica marrom e um chapéu feito de pele de lobo está te esperando. Escute o som dos tambores lá longe, com uma batida celta.

A mulher levanta os braços e o som para. Ela pega um pequeno cesto do chão e entrega para você. Esse cesto está cheio de pontos de interrogação, que representam as maiores dúvidas da sua vida.

A sacerdotisa aponta para uns galhos secos amontoados e com um sinal, pede que você descarte o cesto e todo conteúdo ali.

Agora ela pega uma pequena caixa preta de madeira, que está trancada e com um sinal, ele pede que você encoste os ouvidos na caixa, para ouvir o que está acontecendo lá dentro.

Quando você encosta os ouvidos, ouve o som de todas as coisas ruins que já ocorreram com você. Lá estão seus gritos, os choros e as vozes de todas as pessoas que já lhe magoaram.

A sacerdotisa pede que você despreze essa caixinha preta, também no monte de galhos secos.

Ela lhe entrega uma bola fétida, escura, mole e viscosa. É um ninho cheio de criaturas vivas dentro. Ela pede que você atire o ninho nos galhos.

Esse ninho representa todas as doenças que acompanhavam suas mágoas e iras.

Agora a sacerdotisa pega uma vela roxa acesa e sinaliza para que você acenda uma fogueira, onde estão os galhos secos e tudo o que foi jogado ali.

Em segundos, o fogo consome tudo aquilo que foi ali despejado e a bola gosmenta explode, matando tudo o que estava dentro dela.

Em pouco tempo, só restam brasas.

A sacerdotisa então lhe entrega uma garrafa verde com um líquido dentro.

Esse líquido são todas as lágrimas que você derramou até agora.

Ela pede que você abra a garrafa e despeje o líquido nas brasas.

Você joga e as brasas se apagam.

Existe calma no ambiente e tudo está limpo e tranquilo.

No ar, um cheiro de alecrim, lavanda e bergamota.

A sacerdotisa faz uma reverência. Você agradece e se despede.

Volte pelo mesmo caminho. Abra a porta, você está onde começou.

Respire calmamente por três vezes. Você está livre!
Texto Revisado

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