Comentários que envenenam!
Atualizado dia 05/08/2013 10:44:00 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Inicialmente, considera-se determinada pessoa como mais amiga ou merecedora de confiança do que as demais, porém, com o passar do tempo, começam a se perceber determinadas atitudes contraditórias nesta pessoa nunca antes reparadas.
É como se houvesse se instalado uma "pulga atrás da orelha". Algo que fica incomodando até que se descubra o que é. Então, vem o pior: a constatação de que, por trás dos comentários feitos por esta pessoa, até então considerada "amiga", existe algo tendencioso e que visa o atendimento dos seus próprios desejos.
É sabido que a palavra tem efeito hipnótico, ou seja, depois de proferida ela atua interferindo na conduta do outro e é tanto mais forte quanto é a importância de quem a disse, ou seja, quanto mais importante para quem ouve é a pessoa que fala, mais marcante fica o que é dito.
Há quem busque esta importância diante de outras pessoas e, então, atuam como se fossem tutores, que orientam e garantem a "proteção" delas. Este é um dos casos mais comuns e ocorrem sem a consciência, da parte de quem o faz, da maldade praticada, já que para esta pessoa, ela está apenas protegendo e cuidando do outro. Acha que está sendo apenas amiga, quando, na verdade, está contaminando o outro com suas opiniões contaminadas e distorcidas sobre o que está acontecendo. Em tais casos, a motivação maior é o "sentir-se importante" por ter quem siga seus conselhos.
Mas há também o caso das pessoas que agem assim com o único intuito de prejudicar mesmo, impedindo que o outro siga o caminho que talvez lhe fosse mais benéfico. Aqui, a motivação ganha várias facetas, encontrando no despeito e na inveja um de seus maiores respaldos.
É mais fácil ver o que os outros têm de bom do que reconhecer em si mesmo as qualidades que podem ser exploradas em prol do próprio sucesso. A busca das realizações pessoais sem esforço propicia às pessoas os recursos necessários para "envenenar" as relações.
É grande o número de pessoas que deixam de se realizar plenamente porque seguem os conselhos de outras, "muito amigas", e "que querem apenas o seu bem".
Vejam só: quando pensamos diferente de alguém que nos é querido, já temos uma certa resistência para ouvirmos o que ele tem a expor, pois achamos que não dará certo, mesmo querendo o melhor para ele. Precisamos de um tempo para absorver a ideia e acreditar que também poderá dar certo. E realmente o desejo é o melhor.
Visões diferentes nos fazem "duvidar" das possibilidades. Isso pode não ser ruim, pois pode levar à reflexão e a conclusões muito positivas. O que não pode é ser colocadas como vindas dos "donos da verdade".
Evitamos muito tais situações quando temos um "crivo" por onde as colocações dos outros passam e são analisadas por nós sem grandes contaminações. É lógico que damos mais peso ao que é dito por aquele que nos é mais próximo e querido, porém, isso não é suficiente para nos "cegarmos".
Olhar as pessoas como elas são, sem necessidade de ficar justificando suas atitudes apenas porque as queremos bem, é um grande passo na relação madura e consistente. Olhar para nós mesmos em relação aos demais também nos propiciará identificar essa situação em nós. Exemplo comum? Alguém muito querido manifesta a vontade de se mudar para iniciar uma nova atividade em local distante. A nossa primeira reação é de alertar: "não dará certo"; "você tem certeza de que quer arriscar?" e assim por diante.
Observar o quanto há de "veneno" ou de "contaminação" no que dizemos ou no que nos é dito pode nos ajudar muito.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 12
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |