A ÁRVORE DA VIDA
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Autor Osmar Francisco dos Santos
Assunto PsicologiaAtualizado em 1/11/2011 4:33:18 PM
Um dos símbolos mais sagrados e significativos é a árvore da vida, representado em todas as épocas e em todas as culturas de diferentes formas, mas tendo sempre uma relação entre o que está em baixo e o que está em cima, manifestado de forma diferente mas trazendo sempre a mesma essência, como o ensinamento notório de HERMES (O TRIMEGISTRO), ou o três vezes grande. Sendo que o caminho para chegar até em cima está no meio. Isso não é nenhuma charada, é minha intenção explicar da melhor maneira como eu vejo, com o objetivo de tirarmos proveito prático desses ensinamentos, ou no mínimo compreender melhor o mundo que nos cerca. Nesse momento nossa essência está manifestada nas dimensões da matéria densa. Isso implica em muitas necessidades, a partir a própria alimentação para manter a parte física de nosso corpo. Sobre esse se instala a parte vital que é mantida pelo o que nosso "laboratório" retira do que ingerimos e queima com ar que respiramos, para colocá-lo à disposição de todo sistema. Glicose e oxigênio combinam para nos dar a energia de que precisamos. Não podemos esquecer que esse processo básico obedece à hora solar nas quaternidades do dia, dos elementos (terra, água, fogo e ar, sendo dois masculinos e dois femininos que completam em um sentido e se aniquilam em outro).
O terceiro estágio ou veículo de expressão que liga a parte da matéria básica à mente concreta, ao raciocínio, é o afetivo emocional, que pode variar em qualidade desde o prazer de satisfação das necessidades essenciais, como a fome, a sede o sexo até aquelas necessidades que atendem à vaidade, levando a pessoa a dar mais atenção à máscara social que a sua identidade pessoal. Nesse ponto está o comprador compulsivo.
O quarto estágio é representado pela nossa parte intelectiva, o que nos diferencia dos animais, ele constitui uma ferramenta poderosa para compreensão dos fatos e compará-los com o que armazenamos na memória. Também podemos direcioná-lo para os interesses evolucionais, ou simplesmente considerá-lo como objetivo final de nossa evolução, o que nos leva a estagnação e a ilusão da finitude da vida. Seu pleno desenvolvimento nos leva ao primeiro estágio do ternário ainda imanifesto: a intuição ou 5º Estágio. O 6º e 7º Estágios correspondem à onipresença que é a consciência plena de nosso caminho cármico por todo o processo evolutivo e o último representa a integração de todos os sete estágios que é a conquista do Reino Dévico. Assim iniciamos como Anjos que perdemos a consciência de nosso estado angélico. Reconquistamos a consciência angélica por nós mesmo, através de nosso trabalho. Buscamos compreender nossa origem pela meditação e pelo trabalho que realizamos.
Se o processo evolutivo fosse um sistema linear, organizado sem nenhuma interrupção, deveríamos alcançar o último estágio evolutivo aos 49 anos de idade, após elaborar cada um deles em 7 anos. Mas como a Lei do livre arbítrio é Suprema, pois permite a cada um a escolha de seu caminho, nos encontramos em diferes distâncias de nossa essência, embora tenhamos um período maior de tempo para realizar o processo evolutivo em várias encarnações.
É claro que não tenho a pretensão de esclarecer um assunto tão vasto e tão importante numa única página. Meu objetivo é lançar temas para reflexão e tecer uma analogia entre nosso corpo e a árvore da vida.
A árvore da vida aparece nas obras de arte como nos filmes "A Fonte" e mais recentemente no filme "Avatar". Na cabala judaica, como os dez sefiroth, assim também como nos estudos gnósticos. Considerando a árvore como dividida em sete partes: raiz, tronco, galhos, folhas, flor, fruto e semente, tomando-a como a manifestação simbólica todos os estágios evolutivos, observamos que ao chegar na sua essência, a semente o processo se renova num círculo interminável, ou seja: a semente plantada produzirá uma nova árvore com todas as etapas da matriz. A vida ou a nova árvore existia em processo embrionário na semente e só poderia se manifestar a partir da combinação dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar. O fogo é representado pelo sol, indispensável a germinação da semente e desenvolvimento da planta.
No corpo humano os sete estágios evolucionais estão nas sete glândulas endócrinas, da hipófise às gônadas, que representam da raiz, onde encontra Kundaline, o fogo serpentino, até a hipófise, o sol que na conclusão do processo evolutivo ilumina todo o sistema. O elemento todas as energias produzidas pelas glândulas endócrinas, todas elas distribuídas da cabeça à base da medula, é o liquor. Líquido encéfalo raquidiano. Na realização plena de cada glândula, de cada estágio, nos aproximamos da fórmula cósmica do "átomo último ou primordial", que é a matriz, o arquétipo de toda criação.
No caduceu de Mercúrio encontramos o símbolo mais expressivo da árvore da vida, dentro do sentido que pretendo dar a compreensão desse símbolo. O caduceu é representado por duas serpentes que se entrelaçam em sentido horizontal em torno de um bastão. Na parte de cima do bastão elas se encontram e trocam suas energias. Todo o conjunto representa a nossa medula e cada encontro das duas serpentes ao longo do caminho são os estágios representados por nossas glândulas endócrinas. Cada homem e cada mulher possuem as duas energias, masculina e feminina, que formam o embrião da androginia. A expulsão do paraíso se dá porque Adão e Eva comem do fruto da árvore da vida.
Nesse momento em que estamos na elaboração do quarto estágio, precisamos resolver pendências do terceiro estágio, o emocional, que determina os tipos de hormônios a serem produzidos pelo nosso corpo, que, por sua vez, irão os hormônios influenciar o desenvolvimento de uma glândula em detrimento de outra. Dessa forma, nos manter presos a certas necessidades mais ou menos compatíveis com nosso estágio evolucional. Ou seja: nossas escolhas, conscientes ou não, não vem ao caso, uma vez que "o idiota não entra no reino do céu por mais santo que seja", nos identifica perante o universo, nos dando a justa medida daquilo que merecemos.
Cuidar das emoções significa cuidar do que, no momento, nos é mais importante para liberar a nossa mente, sendo que esta, e apenas esta, pode ser nosso guia para encontrarmos nosso verdadeiro e Supremo Ser. Os desejos e as necessidades tornam nossas emoções revoltas, aplacar nossos desejos apenas pela força de vontade nos torna pobres e frustrados. Por isso, o falado despertar de kundaline pelo celibato, pode provocar todo derrame pornográfico que temos tido notícias. No dizer de Santo Agostinho na obra Civita Dei: "O gozo sensual é melhor no paraíso que na terra, pois não pode se admitir que a culpa tenha contribuído para melhorar alguma coisa". Também o castigo e a repressão não educam porque constrangem. Cuidar das emoções é o mesmo que compreender e cuidar do coração, no sentido da inteligência emocional, organizando todas as pendências de culpa ou medo. Desta forma estamos energizando nossa glândula timo, representação física do ponto de amor.
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•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |