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A Construção do Eu e o estresse no trabalho

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Autor Instituto AION

Assunto Psicologia
Atualizado em 20/11/2008 11:52:34


É na questão da busca de sua identificação que os indivíduos estão mais sujeitos aos efeitos nefastos do estresse. Submetidos a um ambiente de trabalho impróprio ao desenvolvimento de suas identificações e de seus talentos, quando se sentem fragmentados pela visão utilitária das organizações, os indivíduos sentem os mais severos efeitos de estresse, sintomatologia que está se tornando crônica na história do indivíduo moderno.

Não é sem motivo que inúmeros livros de auto-ajuda, cursos e práticas de terapias alternativas, como: ioga, tai chi chuan e outras técnicas meditativas vêm crescendo de maneira acentuada nos últimos anos. Mais do que propiciarem um relaxamento e um remédio eficaz contra o estresse, estas práticas refletem uma busca de definição de caminhos e identificação psicológica.

A construção de uma identidade pessoal e única exige um grande investimento de energia psíquica, em que as pessoas buscam formas de expressão de seu mundo subjetivo, criando formas de tensão quando suas intenções são bloqueadas ou frustradas pelas organizações. Como não estão preparadas para lidar com esses novos indivíduos, as empresas acabam representando uma falta na construção de experiências significativas naquilo que as pessoas mais desejam: o domínio de suas próprias vidas.

Nossa realização como pessoas, nossa vida subjetiva e secreta, assim como nossos anseios devem ser continuamente alimentados por um alinhamento entre nossas atividades conscientes e diárias. Quando nos “desconectamos” da nossa existência interior por tempo prolongado ou não damos a devida atenção para este aspecto de nossa vida, nosso mundo subjetivo e inconsciente encontrará um meio de chegar até nós, mas, neste caso, de um modo patológico.

Na opinião do psicólogo Carl G. Jung, em sua teoria sobre o inconsciente, essas patologias e neuroses provocam um isolamento do ego em relação ao inconsciente e, assim, percebemos que perdemos parte de algo que antes estava ligado a nós. O vazio e a falta de significados decorrentes desse processo provocam uma espécie de estresse crônico que nos enfraquece e, muitas vezes, nos leva a uma depressão profunda.

O processo de individuação diz respeito a um desenvolvimento que nos torna pessoas mais completas. Este conceito usado por Jung descreve uma trajetória de nossa psique em direção a uma completude e a uma construção de nossa personalidade, que deve se relacionar com aspectos do inconsciente que, embora pertençam a toda a humanidade, assumem em nós características únicas. O termo “individuação” possui significados diferentes para alguns historiadores, filósofos e cientistas, mas designa sempre a idéia da construção do indivíduo, no sentido mais amplo da palavra. Como estamos tratando aqui sobre as psicopatologias do mundo moderno, esta abordagem parece a mais adequada.

A individuação tem como objetivo fazer com que nos tornemos pessoas mais conscientes de nossas potencialidades, evitando, assim, que estereótipos e meras convenções sociais dominem e sufoquem nosso mundo interno. No contexto dos conflitos sociais e psicológicos do trabalho, esse processo é ignorado e desprezado; como já observamos, ele vem provocando nos indivíduos um afastamento das organizações e empresas que o servem, que, como resposta a esta situação, procuram suas realizações fora do espaço organizacional, onde possam sentir-se pessoas de fato e não meros recursos de produção.

A sociedade da produção em massa criou uma enorme facilidade de acesso a um mundo de consumo e riquezas materiais; por força disto, obrigou as pessoas a se submeterem a uma lógica utilitária, que causa um conflito básico entre a natureza das empresas e a dos indivíduos, os quais agora estão em busca de realizações fora desse contexto que é impróprio ao seu desenvolvimento.

Assim, eles foram abandonados à sua própria sorte para realizarem seus anseios e viverem as transformações de uma sociedade em ebulição.
(Texto extraído do livro Liderança Criativa - de Celso Cardoso)
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