A felicidade de ser papai
Autor Paulo Rubens Nascimento Sousa
Assunto PsicologiaAtualizado em 11/08/2017 15:35:32
Pensando em termos de psicologia masculina, vamos passando por vários processos de transformação ao longo da vida. Em cada sociedade o desenvolvimento do menino, os ritos que fomentam seu processo de formação variam, mas psiquicamente são os mesmos, e vão nos levando de uma fase a outra da vida, mas a maior transformação psicológica do homem é a experiência de ser pai. Pensando em termos da antropologia masculina, o homem é um ser seminal, o portador das sementes, o semeador da terra; ele é quem semeia a humanidade. Pensando neste homem essencial, não civilizado, a paternidade é um divisor de águas na vida do homem, é o tempo de ser o “pai de família”, o provedor, o amante maior. Ele é convidado a morrer à vida heroica do “adolescente”, suas experimentações, descobertas e pulsões, e amadurecer para reproduzir todo o aprendizado construído até aquele ponto da jornada da vida adulta, e conduzir sua família ao longo da vida.
Esta é uma experiência devastadora para alguns, atordoante para outros, mas sempre vem com ela um êxtase inexplicável que nos eleva a outro nível da experiência humana, e nos coloca em contato com a dimensão mais poderosa do misterium tremendum: a continuidade da vida. Somos a reprodução de nosso primeiro pai, Adam, Adão. Como símbolos somos portadores dos dons e pecados de Adão, nosso primeiro pai, e assim como na grande história, também repetimos na pequena história, nossa história familiar pessoal, os padrões de nossos pais, e podemos reproduzir bênçãos ou maldições. Vejo com pesar pais mal resolvidos com sua afetividade, e acabam por determinadas dificuldades, como o de não estar em um modelo familiar de papai e mamãe, abandonarem seus filhos, não lutarem por eles. Esta é uma grande perda, perda esta irreparável no mosaico de formação daquele ser humano.
O pai é nosso aspecto realizador, forte; nosso mantenedor interno. Outros ainda completamente auto alienados, entorpecidos, casados ou não, acabam negligenciando a benção dos filhos pelo trabalho, prazeres ou vícios. Em contra partida os homens mais felizes do mundo estão longe dos holofotes, não acumulam bens, nem tão pouco frequentam as altas rodas sociais, talvez não cheguem ao topo da notoriedade e nem tão pouco ainda beberão todas as taças do reconhecimento público. Os homens que fartaram a alma com os mais finos manjares espirituais e alcançaram a mais encantadora das realizações não foram grandes aos olhos do mundo, mas os que foram honrados dentro de seu lar, e tiveram a glória do amor de seus filhos. As maiores alegrias da vida com certeza estão em nos sentirmos com significados e pertencentes, amados. Vivemos tempos de total desconsideração ao símbolo mais poderoso de nossa organização humana: o Pai. Vamos repensarmo-nos como pais, como seres humanos e como sociedade, respeitando o lugar do pai em nossa sociedade, honrando e respeitando, em prol de uma sociedade forte, melhor. Ser pai é um sublime privilégio, um dom de Deus e que exige de nós imensa responsabilidade. Não basta gerar filhos, é preciso amá-los, cuidá-los, ampará-los e educá-los. Vamos tomar nosso lugar, e nos tornarmos uma sociedade de pais melhores, mais presentes e que possam viver no fluxo de amor incondicional e dadivoso. Desejo um feliz dia dos pais a todos os papais.
Avaliação: 5 | Votos: 1
PSICOTERAPEUTA JUNGUIANO, ATUA COM HOMEOPATIA, TERAPIA FLORAL E FITOTERAPIA. PROFESSIONAL E SELF COACHING E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
