A livre expressão da alma
Atualizado dia 18/10/2009 08:56:03 em Psicologiapor Flávio Bastos
No entanto, percebemos que somente o racional em nossas vidas não nos traz felicidade. Sentimos que a natureza dotou-nos de um outro instrumento ainda pouco desenvolvido pela cultura ocidental: a transcendência... a forma como a alma se expressa sem a permanente censura da razão.
De que adianta dominarmos uma área do conhecimento humano e termos a alma presa pelos grilhões do senso racional?
De que adianta nos fanatizarmos por uma opção política, filosófica ou religiosa, e não conseguirmos a transcendência pela energia do amor no seu sentido amplo e irrestrito?
Mahatma Gandhi, Charles Chaplin, Albert Einstein, Madre Teresa de Calcutá, entre outros, foram exemplos de como unir conhecimento, talento, senso da razão e transcendência. Tocados pela energia da paixão, conseguiram associar na realização de suas obras, a orientação racional e a emoção de seus sentimentos através da livre expressão da alma.
Mais vale um gênio "louco" do que um gênio "patético". De que adianta a frieza da racionalidade científica, sem o toque de transcendência que revela o mistério escondido na pesquisa e na investigação?
Para que serve o orgulho, se não é provar de que o ego é o senhor absoluto da razão, ou aquele que vigia e censura qualquer "deslize" em prol da transcendência da alma?
Para que serve o paradígma da racionalidade, se não provar que ele mesmo é o dono absoluto da verdade... é o controlador da ciência e o patrulheiro das mentes rebeldes, dos poetas e dos apaixonados enlouquecidos?
O equilíbrio humano passa pela razão, mas também passa pelo fluir das emoções e dos sentimentos. Se experienciarmos somente uma metade dessa unidade, nos tornamos indivíduos incompletos e dependentes da outra metade que ainda não experenciamos.
Os grandes mestres espirituais, médiuns, poetas e artistas, movem-se e são movidos pela energia da paixão que liga a alma nas suas mais variadas formas de expressão, ao sentido racional de sobrevivência.
Pablo Neruda registrou, em sua intensa obra poética, nada mais do que a expressão de seus sentimentos e emoções através da alma, sem, no entanto, jamais ter perdido a razão...
Francisco Xavier, o "Chico Xavier", registrou em sua monumental obra a paixão pelo ser humano representada pela sua excepcional sensibilidade mediúnica que o ligava à duas dimensões através da emoção e do senso da razão.
Portanto, o crivo da razão é a apreciação minuciosa daquilo que se autodenomina o dono da verdade absoluta, "insight" que nos remete às masmorras da Inquisição, aos porões das ditaduras militares, ou aos campos de concentração do nazi-facismo.
Somos humanidade... gente e espíritos à procura do encontro consigo mesmo, com o outro e com as verdades em comum. Somos visíveis e invisíveis... matéria e espírito em busca de expansão e de integração com o cosmos que nos assusta...
É através da livre expressão da alma que desenvolvemos a sensibilidade humana, precioso instrumento de libertação dos grilhões que nos prendem aos excessos do Eu.
É através da livre expressão da alma que amadurecemos como seres humanos e nos tornamos indivíduos mais felizes, completos... e livres do crivo da razão que nos cega para uma das verdades da vida: a busca do equilíbrio interdimensional entre o TER e o SER.
Psicoterapeuta Interdimensional.
flaviobastos
Texto revisado por: Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |