Adolescência: a caminhada entre a infância e a vida adulta

Adolescência: a caminhada entre a infância e a vida adulta
Facebook   E-mail   Whatsapp

Autor Priscila Gaspar

Assunto Psicologia
Atualizado em 14/07/2006 22:45:10


Quem sou eu? Esta talvez seja a pergunta mais intrigante na mente de um adolescente, surpreendido com o universo de emoções e descobertas que começa a desvendar. Outras perguntas, que se seguem a esta, são: Serei (ou sou) aceito pelo meu grupo? Serei bem sucedido?
Quem é meu filho? Perguntam-se os pais do adolescente que, de um momento para outro passou a ser tão diferente da criança de ontem. Freqüentemente os pais se perguntam: Será que meu filho precisa de terapia ou é apenas uma fase?
A adolescência caracteriza-se por transformações orgânicas, emocionais, intelectuais e sociais inerentes ao processo de desenvolvimento humano. Tem início a partir dos 10 anos, as primeiras transformações corporais, relativamente fáceis de se observar. Este período é denominado puberdade e é considerado a primeira etapa da adolescência. Em uma etapa média o jovem costuma ter muita identificação com o grupo e, freqüentemente tende a testar seus próprios limites. Ao final da adolescência, o jovem busca uma definição quanto a seu futuro, buscando uma profissão ou planejando estudos. Atualmente, milhões de jovens passam por dificuldades típicas da transição da infância para a vida adulta, em muito agravadas pelo contexto social, econômico e cultural. Essas dificuldades diferem conforme trata-se da adolescência inicial (10 - 14 anos), adolescência média (15 - 17 anos) ou adolescência tardia (17 - 20 anos).
Dificuldades da Adolescência Inicial
As transformações do corpo geram intensa angústia no jovem, tanto por não saber como irá ficar como pelas pressões da mídia quanto ao “corpo ideal”. Por mais bem informado que o jovem esteja acerca das modificações anatômicas e fisiológicas, há um forte sentimento de inadequação. Em geral esse sentimento é passageiro embora cause sofrimento. No entanto, se for muito intenso, pode levar à depressão. Cabe aos pais a observação atenta para as tendências ao isolamento e aos comportamentos anti-sociais ou autodestrutivos dos filhos.
Dificuldades da Adolescência Média
Desafiar passa a ser o lema: o jovem necessita pertencer a um mundo próprio, com plena identificação junto ao grupo e seguir determinados líderes (desde que estes não sejam representantes típicos do mundo adulto). É necessário ter vínculo com o grupo para que, ao compartilhar suas idéias junto a amigos com características semelhantes, sedimente sua própria identidade. São problemas comuns: sentimentos de inferioridade, descontentamento com a escola, timidez, medos específicos variados, dificuldades em estabelecer amizades ou casos amorosos e questões relacionadas à sexualidade. Com freqüência, o jovem tende a compensar os sentimentos de inferioridade por meio dos riscos a que se expõe, sem se dar conta dos perigos reais. Dependendo do grupo de escolha, assumir riscos pode significar cometer delitos mais ou menos graves. Os sentimentos de inadequação exacerbados podem levar ao uso de drogas, à sexualidade promíscua e a diversos tipos de distúrbios afetivos, como: depressão, síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos alimentares.
Dificuldades da Adolescência Tardia
Em geral, no final da adolescência, a identidade está mais estável e há uma busca pela independência econômica, bem como por de vínculos afetivos mais estreitos. O sistema de valores dos adultos passam a ser incorporado e o jovem deseja ser tratado como adulto. O término da adolescência não é bem definido, uma vez que muitos critérios podem ser considerados. Atingir a maioridade nem sempre significa chegar à vida adulta pois, na maior parte das vezes, a vida do jovem em nada se modifica no dia de seu 18o. aniversário. Poderíamos, então, considerar o ingresso em uma faculdade ou ainda o primeiro emprego como fatos que modificam a vida, trazem novas responsabilidades e, dessa forma, seriam pontos de transição. Ainda assim, tratam-se de critérios que não delimitam de forma clara o final da adolescência e que variam de um meio cultural a outro. Por exemplo: se considerarmos a independência econômica como uma característica da entrada na vida adulta teremos, na atualidade das classes A e B, um enorme número de indivíduos na faixa dos trinta anos, vivendo com seus pais, como se fossem adolescentes, enquanto que em outras classes sociais, jovens de 12 ou 13 anos sustentam a família.
Adolescência na Atualidade
A busca incessante pelo prazer e a prevalência do mundo de fantasia dos jogos eletrônicos, filmes e propagandas tem fundamental papel no desenvolvimento dos adolescentes hoje. Também as dificuldades observadas na vida atual dos adultos agravam os sentimentos de inferioridade e inadequação, visto que, a cada dia, aumentam as pressões para ser “bem sucedido” e mais difícil se torna atender ao modelo culturalmente imposto pela mídia.
Na atualidade o acesso às informações sobre sexo e drogas é praticamente ilimitado aos jovens das classes A e B. No entanto, os aspectos afetivos inerentes a tais assuntos não podem ser trabalhados por meio de leituras em revistas ou na busca de sites da internet. A afetividade, o desenvolvimento emocional, os vínculos e os impulsos instintivos são, na maioria das publicações, ignorados ou mal abordados. Mesmo quando os aspectos afetivos são abordados, não há forma de os meios de comunicação de massa interagirem com a subjetividade de cada jovem, uma vez que há necessidade de existir um vínculo com outra pessoa para que o afeto possa se manifestar.
O que a psicoterapia pode fazer por meu filho?
A psicoterapia psicanalítica é indicada para os jovens cuja angústia é muito intensa e que já apresentam sintomas de depressão, síndrome do pânico, ansiedade, estresse e também para aqueles que desejam um melhor autoconhecimento. Em um processo psicanalítico o jovem é estimulado a falar sobre si, suas relações familiares e com a sociedade em geral. Passa de objeto passivo que recebe informações para um sujeito que cria a própria história, incluindo sua vivência pessoal no contexto familiar e social atual. É fundamental que exista confiança mútua entre o jovem e o terapeuta, o que só pode ser obtido com profissionais experientes em atender essa faixa etária. Ao longo do processo o jovem passa a conhecer seus próprios desejos e necessidades, realizando suas escolhas com responsabilidade e consciência. Aprende a lidar melhor com suas próprias limitações e com os conflitos típicos dessa fase de transição.


Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 23


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Psicologia clicando aqui.
Veja também
Deixe seus comentários:



© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.



Siga-nos:
Youtube     Instagram     Facebook     Twitter     tiktok


Energias para hoje





publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...

Siga-nos:
Youtube     Instagram     Facebook     Twitter     tiktok

 



Obrigado

© Copyright 2000-2025 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa
  Menu
Somos Todos UM - Home