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Amor de Consumo

Atualizado dia 16/03/2015 14:40:42 em Psicologia
por Gisela Campiglia


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Responsável por 70% do comércio internacional do planeta, a economia capitalista estimula o mecanismo de consumo massivo, as influências deste sistema tem seu reflexo no comportamento romântico da sociedade contemporânea.

No intuito de nivelar o desequilíbrio existente entre as necessidades dos consumidores e o excesso de oferta de bens e serviços, o mercado se utiliza dos conhecimentos da psicologia, com o objetivo de impulsionar o consumo daquilo que não é necessário, nem importante.

Estratégias de marketing bem elaboradas, agressivas e sedutoras, relacionam produtos a emoções e sentimentos que têm grande significado para o ser humano. Desta forma, muitas pessoas procuram satisfazer suas carências de reconhecimento e prazer de forma “fácil”, adquirindo produtos e serviços que estão na moda. Este fato justifica a decisão de diversos consumidores que ao se depararem com dois produtos idênticos em aspecto e qualidade, acabem por optar pela compra do mais caro, pois, o artigo inclui a mensagem subliminar da marca em seu preço.

As compras condicionadas acontecem porque as pessoas passam a acreditar que ao usar a calça da empresa X, serão mais bonitas e desejadas, ao consumir alimentos da companhia Y, serão mais felizes, comprando o tênis da marca Z, passarão a ser tão fortes, que não haverá mais limites em sua vida. As táticas repetitivas de vendas funcionam como uma lavagem cerebral, ativados os devidos gatilhos mentais, instala-se no consumidor um desejo de compra idealizado, impulsionando o consumo direcionado à marca. Como produção e vendas são atividades permanentes, novos lançamentos constantes criam a necessidade infinita de realizar novas compras.

Esse tipo de comportamento de consumo descartável parece ter sido transferido para as relações amorosas da atualidade. Importantes aspectos, que devem ser considerados na busca de um relacionamento amoroso, são negligenciados em detrimento da busca de um modelo consumista de par ideal. Em sintonia com o capitalismo mecanicista, os aspectos matérias são mais valorizados, o perfil do corpo físico e a condição financeira são o destaque. Fato este que é comprovado pelos curiosos apelidos das famosas musas da atualidade, mulher melão, melancia, ou moranguinho, são rótulos relacionados à forma física, e ao consumo.

Antes mesmo de analisar qualidades como educação e caráter, de forma inconsciente, muitas pessoas escolhem seus pares românticos condicionados aos padrões ditados pela sociedade capitalista atual. Enquanto a compra é associada à marca, o critério de escolha amorosa é relacionado ao status e padrão de beleza vigente. O eleito, ou, a eleita para amar, tem que ter um corpo magro e sarado. Caso seja mulher, os seios fartos são valorizados, sendo homem, é significativo possuir um carro novo. Ter o último lançamento de modelo de celular é importante para ambos os sexos, além da necessidade de vestir uma roupa de grife, que significa valor. Dentro do modelo de consumo mecanicista, a pessoa escolhida corre um imenso risco de ser descartada com facilidade. Pois, se aparecer um novo “lançamento”, como por exemplo, alguém que possua um carro zero quilômetro e ainda por cima importado, o recente nomeado para o amor, será substituído pelo novo modelo. Essa situação seria cômica, se não fosse trágica.

As pessoas que atuam em sua vida amorosa, sob a influência do consumo mecanicista, ficam limitadas a desfrutar apenas os prazeres da paixão, pois, suas características são a superficialidade e a rapidez da relação. Os jovens da atualidade chegam a beijar mais de 10 pessoas em uma só noite, essa postura revela um comportamento romântico de consumo massivo, desprovido de significado emocional.

Os relacionamentos românticos de consumo são derivados das regras idealistas e descartáveis do mercado econômico atual.

Em oposição às regras do capitalismo imediatista, no amor, o significado da relação esta baseado em qualidades humanas atemporais, portanto, estas características não são físicas ou voláteis como o dinheiro. Trata-se de um conjunto de peculiaridades que geralmente não se observa à primeira vista, como inteligência, honestidade, gratidão e amizade. O amor precisa de tempo para ser construído, as aparências enganam, mas a convivência traz a cumplicidade, o significado, e a profundidade necessária para o desfrute do amor.

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Conteúdo desenvolvido por: Gisela Campiglia   
Especialista em desenvolvimento pessoal, meu objetivo é ajudar você a evoluir através do conhecimento e do amor! Formação: Psicologia Junguiana,Física Quântica, Bioenergia, Metafísica e Espiritualista. Site: www.giselacampiglia.com.br
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