Angustia do não viver e a ansiedade em viver.
Atualizado dia 12/02/2009 11:30:38 em Psicologiapor Mariliz Vargas
Reflexões como as apresentadas nesse livro cria, em mentes afoitas, um incremento na ansiedade, conceituando vida como um amontoado de atividades geradoras de grandes doses de adrenalina. A angústia provocada por não estar aproveitando a vida como se deve gera a ansiedade em vivê-la desesperadamente.
A obra baseia-se em observações de pessoas que ao receberem a sentença de que teriam muito pouco tempo de vida, mudam drasticamente seu dia-a-dia. Certamente, na vida dessas pessoas, esse momento tem um sentido particular e será vivenciado de acordo com um objetivo maior. Agora, nós, que temos uma mente ansiosa que sempre acha que não está fazendo o suficiente, que nunca está no lugar em que deveria estar, incrementar essa ansiedade com o veredito de um mês para viver, é desesperador. A não ser que produza o efeito contrário: o de denunciar o absurdo da ansiedade perante a vida e permitir que você aquiete a sua alma e desfrute tudo aquilo que a vida lhe oferece neste tempo e momento.
Porém, quando o autor propõe que você viva hoje como fantasia viver num momento futuro quando todos os seus problemas estariam hipoteticamente resolvidos, nos arremessa numa fantasia de vida que pode levar à constatação de que o que estávamos vivendo até então é a única vida que temos. Andar na montanha russa, pular de pára-quedas, voar até Paris pode ser muito coerente para roteiro de filme americano. Mas nós, reles mortais, precisamos a cada dia encontrar sentido nas coisas simples que nossa vida diária nos apresenta, pois é ela que está diante de nós, agora.
Encontrar o sabor no café da manhã, beleza no canto do pássaro que pousa na sua janela, sentir o vento ao caminhar em direção ao seu trabalho. Para isso existe somente uma medida: permitir-se sentir mais do que pensar. E para sentir não precisa ir a Paris, ou mesmo, despencar de uma montanha russa. A grande descoberta é perceber essa intensidade de vida aí, exatamente onde você está. Esta é a grande sacada. Valorizar o cotidiano simples e puro, com suas atividades aparentemente enfadonhas e repetitivas. Eis o grande desafio da vida! Achar graça em uma paisagem deslumbrante ao por do sol não é nenhuma façanha. Reencontrar a graça na beleza da flor que brota no seu jardim, esta sim é uma grande façanha.
Colocar a vida longe de onde nós estamos, conduz à angústia de viver. Alimentamos essa angústia quando puxamos de nossas mentes a lista de fantasias que criamos para a vida e nos colocamos a realizá-las compulsivamente. No final deste mês seria interessante que se descobrisse que viver a vida é sentir exatamente o que você está vivendo, simplesmente isso. Inclusive, seria interessante notar que essa proposta de sair vivendo tudo aquilo que se imagina ser a vida verdadeira, impede que se viva exatamente o que está acontecendo no momento. No caso, o momento da doença e todo aprendizado de vida e intensidade de sentimentos que essa vivência nos traz.
A vida não é algo que se passa em nossa cabeça e, sim, algo que acontece de verdade, independentemente dos nossos desejos e fantasias. Talvez, depois de passar o mês inteiro em maluquices, no último dia se possa constatar alguma coisa mais verdadeira do que passear na montanha russa.
Mariliz Vargas Straube
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Texto revisado por Cris
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Psicoterapeuta. Ministro cursos e palestras na area de desenvolvimento pessoal sobre: Ansiedade. Auto-estima. Desenvolvimento da Intuição. Espiritualidade. Força interior, entre outros. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |