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Complexo de Atlas

Atualizado dia 22/07/2014 11:02:52 em Psicologia
por Paulo Tavares de Souza


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Atlas é um personagem da mitologia grega, irmão de Prometeu, Epimeteu e Menécio. Pertencia à primeira geração de deuses que eram enormes, violentos e representavam o caos e a desordem do planeta. Conhecidos como titãs, esses deuses agressivos foram vencidos em uma batalha conhecida como titanomaquia. Liderados por Zeus, os deuses mais jovens, que saíram vencedores, representavam o equilíbrio da natureza e essa foi uma forma arquetípica interessante de explicar os processos evolutivos do nosso orbe.

Como aconteceu com os outros titãs, esse filho de Jápeto, foi condenado de forma dura por toda eternidade, e em seu caso, teve como pena, carregar o mundo nas costas.

O complexo de Atlas, portanto, é algo comum nos dias de hoje, pois representa o que ocorre com pessoas inseguras, desconfiadas, excessivamente controladoras, pois são elas que sofrem essa distonia. Querem estar no comando de tudo, tanto das pessoas que amam, quanto das circunstâncias da vida, sem perceber, acabam carregando pesos desnecessários que as tornam animais de carga, pois colocam sobre si, responsabilidades alheias e querem, de forma recorrente, administrar os eventos que se alternam ao seu redor.

A vida se transforma em um drama mitológico mesmo, sobre os ombros pesados desses sofredores, existe um fardo de problemas que não lhes pertence, decisões que não deveriam ser suas, sofrimentos que tomaram para si, situações que não lhes dizem respeito, enfim, um mundo inteiro de demandas que elas inadvertidamente colocaram sobre as costas.

Fazem isso justamente por não confiarem nem um pouco na Inteligência Universal. Acham que o mal está o tempo todo à espreita, pronto para provocar-lhes dissabores. Vivem a vida dos outros, principalmente a dos filhos, mas também querem ter ingerência sobre a grande maioria daqueles com quem convivem.

São pessoas que perderam a conexão consigo mesmas, seguem hipnotizadas e entorpecidas por um mundo que é sempre ameaçador, esperam sempre o pior, acreditam em noticiários e estatísticas assustadoras, vivem vitimadas pelo medo, sofrem preocupações injustificáveis e suportam uma constante ansiedade.

Estados de maior felicidade passam pelo desenvolvimento das virtudes da alma. No caso de pessoas com o complexo de Atlas, será preciso desenvolver a fé, pois enquanto não acordarem para o fato de que existe um força muito maior por trás dos acontecimentos, enquanto não perceberem que o Livre-Arbítrio humano é quase nulo - poderia ser comparado ao de um peixinho dentro do aquário - continuarão sendo vítimas da própria insensatez. Quando escolhem acreditar no pior, quando decidem que não devem confiar em ninguém ou em nada, simplesmente, se autonomeiam gestores de um mundo que desconhecem.

Como mudar isso? Será preciso devolver ao Universo tudo aquilo que não lhes pertence, tirar esse peso estúpido das costas, libertar as pessoas presas no mundinho de inseguranças que vocês criaram e deixá-las viverem as próprias experiências.

Muitas mães superprotegem os filhos, querem mantê-los dentro de si, esquecem que já os pariu, que o cordão já foi cortado, que eles não estão mais no útero, não percebem que o mimo apenas atrapalha e precisam entender que eles terão que sofrer como todo mundo, pois o sofrimento ainda é o maior aliado no desenvolvimento humano.

Sei que o discurso é duro, mas não adianta querer resolver os problemas de todos se não conseguimos nem nos desvencilhar dos novelos emocionais e psíquicos que trazemos. Esse tipo de atitude só atrapalha, traz inúmeros desconfortos para todos, principalmente para nós mesmos.

Viver preocupado em prever e antever tudo, só contribui para consolidar tensões. É preciso confiar mais nas pessoas, dar um pouco mais de espaço, permitir os que erros aconteçam, afinal, eles são os nossos verdadeiros professores, sem eles, continuaríamos psicologicamente na infância. Não é preciso cair para aprender a andar?

A vida deve ser vivida com menos seriedade e preocupação. É preciso diminuir a cobrança e a expectativa egoísta que temos sobre os outros, afinal, o controle é a principal ferramenta do ego, ao passo que confiar, compreender, compartilhar, permitir, sentir e aceitar, são recursos do nosso Eu Superior.

Lembre-se, carregar o mundo nas costas, para Atlas, foi uma punição!

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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavares de Souza   
Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972
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