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Comprar reconhecimento!

Atualizado dia 31/03/2014 08:20:03 em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Dia desses um cliente assustou-se com a proporção da “explosão emocional” que teve em meu consultório quando me relatava um ato de injustiça, aos seus olhos, praticada por uma pessoa de seu convívio. Contou o fato e na sequência descarregou uma “enxurrada” de impropérios dirigidos a ela.

No silêncio que se seguiu, a expressão de espanto foi se tornando cada vez maior, as lágrimas começaram a correr e o choro convulsivo foi inevitável.
O sentimento de traição por não ser reconhecido como esperava após tudo o que vinha fazendo por ela era muito forte. A ingratidão para ele estava em cada palavra ou olhar emitido por quem ele havia há tanto tempo se dedicado totalmente.

No decorrer de nossos encontros, ele foi se conscientizando que muito do que havia feito lhe custara um preço muito alto, pois não era o que realmente queria, mas sim o que achava que devia fazer para conquistar e manter para si a admiração da outra pessoa. Foi muito doloroso o momento em que ele disse: “Eu passei minha vida comprando reconhecimento”.
Após mais um período de reflexões, ele havia mudado significativamente o “foco” de suas ações em seus relacionamentos. Algumas pessoas haviam se afastado, outras se aproximado e aquela que deu origem à sua descoberta, pasmem, estava encantada com o “novo homem” que tinha por companheiro. Questionada por ele, a resposta foi: “Sinto hoje que você é sincero e verdadeiro, fazendo realmente o que tem vontade. Antes você apenas queria me agradar, mas em seguida fazia algo que me irritava”.
Sempre que nossas ações estão embasadas apenas na busca do reconhecimento, elas se “falseiam”, dando origem a comportamentos estereotipados, que não nos pertencem realmente.

Se cada um parar para refletir sobre esse assunto, com certeza, identificará situações onde seus comportamentos foram regidos apenas pelo desejo de serem aceitos e reconhecidos como “bonzinhos”, como pessoas “que valem a pena” se ter por perto. O mal não está no querer agradar ao outro, mas sim, em não assumir conscientemente que determinado comportamento está sendo exercido com esse intuito e, portanto, se não correspondido, terá cobranças.

Quando se busca o reconhecimento e ele não vem da forma como a pessoa espera, ela irá sim, cobrar isso, o que fará com que o relacionamento se torne “pesado” e muito desgastante. Além do que a pessoa vai sem perceber se transformando, deixando de ser autêntica e espontânea, o que é captado por quem convive com ela. A partir daí, os relacionamentos passam a se apoiar em “mecanismos de resguardo”, ou seja, as pessoas mesmo sem saberem o porquê mantêm uma reserva, uma cautela para com a pessoa em questão.

O “comprador” vai se tornando “pegajoso”, nada do que recebe lhe satisfaz e necessita cada vez mais, levando seus familiares e amigos a sentirem-se incomodados inicialmente e irritados em momento logo a seguir. Começou o movimento de afastamento.

Já falamos que todos temos encantos naturais, encantos esses que não precisam ser “gritados” aos quatro cantos para serem identificados. Falamos também que aceitação não é concordância, mas sim, dar por verdade a existência de algo, então, se as pessoas identificam em si mesmas características que acham negativas, aceitem isso como condição primeira para poderem fazer algo para se transformarem.
Um dos maiores entraves para o autoconhecimento e a autotransformação está em não admitir que se possam ter características negativas em si mesmas. Como seres duais, ou seja, por termos em nós a dualidade para nos completarmos, todos temos o bem e o mal dentro de nós, não será negando o mal que estaremos reforçando o bem. É justamente o contrário: quando identificamos o negativo em nós é que podemos cultivar verdadeiramente o positivo.
Em nosso lado sombra, onde inconscientemente procuramos colocar o que não gostamos, pois assim achamos que não só nós, mas os que nos cercam também não estarão vendo, ficam “ocultos” desejos e características que precisam ser identificados para serem melhorados, possibilitando assim uma existência mais leve e agradável, sem necessidade de se forçar situações.

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