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Compulsão - Como identificar?

Atualizado dia 22/04/2018 19:25:54 em Psicologia
por Ale Sacom


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Difícil resistir, vem aquela vontade enorme, daí pronto, tá feito... ah prazer, prazer... mas e agora? Começo de novo? Faço o quê?... que tédio! É sempre assim: vazio... vazio da alma? Vazio de onde? Por que eu quis isso? Por que eu fiz isso?

Todos temos vontades e necessidades, algumas vezes o equilíbrio entre nossos sentimentos se perde, aí ficamos com a guarda descoberta. Então, ficamos vulneráveis a uma compulsão incontrolável decorrente deste desequilíbrio. Como se conter, como resistir se é tudo tão bom (pelo menos por alguns instantes), como prolongar este prazer?

Existe um componente biológico, basta estarmos vivos com sangue sendo bombeado pelo coração num ciclo sem fim, a energia circula e algo pulsa dentro de nós. Porém, é mais que isso, é também uma “coisa” que está dentro da gente, podemos chamar de espírito, se quisermos ser mais metafísicos, de alma, se quisermos ser mais religiosos, de desejo, se quisermos ser mais românticos, de fluído cósmico, se formos conectados ao universo... não importa, pois a tal coisa existe e tá aí, todos sentimos.

Este conjunto de “coisas dentro da gente” que não sabemos nomear é que nos coloca em movimento, o que nos torna mais desejosos de realizações. Entretanto, investidas frustradas de quaisquer ordens, tais como: perda da pessoa amada, reprovação sexual de qualquer natureza, demissão do trabalho, falta de dinheiro, insegurança no meio familiar, permissividade parental, vivências do passado e tantas outras corriqueiras investidas que fazemos ao longo de nossa existência, nos leva a recompensar tais frustrações através de fontes alternativas de prazer.

Drogas, álcool, jogos, sexo, comida, compras, tudo isso em uma busca frenética para recompor o prazer perdido ou o ideal de prazer, mas isso não é claro e tampouco mensurável em nosso dia a dia, funciona como uma cortina transparente, imperceptível, mas está lá! Na maioria das vezes, a transferência do desejo não realizado em direção a essas fontes alternativas de prazer é inconsciente, não sabemos explicar e tampouco percebemos.
Tudo se inicia pela falta, desejamos algo que não temos, busca-se então o prazer e a satisfação; até aí tudo bem, mas quando surge a compulsão? Ela aparece na repetição das ações dessa busca incessante e nunca suficiente pelo prazer, aquele gostinho de “quero mais” sempre perdura. Essa insuficiência pode estar relacionada a não-completude de algo, podendo ser de nosso conhecimento ou não.

A compulsão pode ainda aparecer na transferência para outras situações não relacionadas diretamente ao seu desejo, mas fica instalada por algum motivo na realização do prazer sem sentido pela via da fixação. A compulsão surge quando as ações dessa fixação nos impelem a fazer algo, porém, de repente, incontrolável, uma inquietude nos arrebata até realizarmos ou tentarmos realizar ações de prazer repetidamente.
A compulsão se apresenta como se estivéssemos obstinados a possuirmos algo ou a repetir excessiva e desnecessariamente tal ação para atingir alguma meta, que por vezes, não faz sentido. Busca-se preencher a falta, mas falta de que? gratificação emocional-afetiva.
Há um desconforto pós-excesso que nos impele a repetir a busca por essa gratificação emocional-afetiva. A compulsão nos domina de tal maneira que até perdemos a noção do tempo, passamos por uma fase de isolamento e podemos chegar até mesmo a uma aversão social, trocamos o convívio com amigos e familiares pela fissura de estarmos sozinho e a serviço das ações da compulsão.

Para a compulsão, quando “tentamos nos conter”, na verdade,“tentamos nos saciar”, burlar a regra do “não-pode” ou do “não-deveria”. Nossas ações diretas se disfarçam e acabam nos levando indiretamente para o encontro das ações da compulsão, pois somos guiados pelo desejo e não pela racionalidade: vou comer este broto de feijão, é saudável e não fico com fome <<< racionalidade >>> e esqueço da pizza que ainda tá lá na geladeira  <<< desejo >>>...se bem que um pequeno pedaço de pizza não fará mal <<< fixação >>> ...ops! comi ela toda, tô extasiado, tô me sentindo culpado <<< não-completude >>>

O êxtase é o auge da realização do prazer das ações da compulsão, após isso o que sucede é um grande pesar composto pela culpa e pela frustração, ambas compõem o vazio, na sequência, investimos toda nossa energia no processo de recuperação do prazer não-completo ou não-saciado. Deveríamos aprender com esse vazio e dar destino a essa energia para outro alvo, meta ou objetivo, poderíamos deslocar nossas ações para não incorrermos no vazio novamente, porém fracassamos.
Agimos assim porque somos constituídos por uma personalidade com conteúdo, gostos e preferências pessoais definidos ao longo de nossa existência e é esta personalidade que deve ser ressignificada, devemos aderir a uma transformação interna, criar uma nova programação social-afetiva, daí surge uma pergunta: Como se livrar do Eu atual e construir e aceitar um novo Eu ressignificado?
Nossas frustrações acumuladas nos deixaram à deriva, num orbitamento social, sempre à margem do que poderia ter sido, mas não foi. A simples supressão das ações da compulsão nos coloca a percorrer novamente o mesmo caminho ao encontro do Eu atual. Um novo Eu ressignificado deve ser encontrado, o caminho para esse encontro é a via da reconstituição pessoal.
Precisamos nos sentir confortáveis e pertencidos a um novo ideal para fazer essa reconstituição pessoal: sai o Jonny desordeiro, bagunceiro, impulsivo e entra o novo Jonny com metas e objetivos. O que nos impede de criarmos esse novo Jonny? E essa angústia no peito sem compreensão vai permanecer? Vai dar certo? Como fazer?

Ao percebermos que nossas ações têm um caráter compulsivo – fixação e repetição – está dado o primeiro passo para ingressarmos em algum tipo de reflexão com intuito de entender e confrontar a nossa compulsão. É preciso um reconhecimento em si mesmo de que tem algo errado, que aquela sensação de “eu controlo” minhas ações – o quanto bebo, como, gasto, jogo, corro, ou seja lá o que for – já está fora do nosso comando, nos percebemos escravos da situação que supostamente deveria levar à plenitude do prazer.
Perceba que é um ciclo vicioso composto por “falta-desejo-prazer”, tudo isso num giro eterno. Funciona como um ratinho preso numa gaiola, onde sem nada melhor para fazer e em busca de algo que desconhece, corre em sua roda-sem-fim, de repente incontrolável, ele está em sua compulsão, essa agora instalada na sua ação de correr, a ele só é permitido cessar quando levado à exaustão. É o mesmo mecanismo que nos prende à nossa compulsão. O ratinho tem que sair da gaiola e viver outros mundos mudando o foco, quebrando a continuidade da ação. Assim também funciona com a gente, devemos escolher outros alvos para a nossa reconstituição pessoal.

E como tornar esse ciclo vicioso em um ciclo virtuoso? Como evitar essa situação aflitiva? Como constituir um Eu ressiginificado? A resposta é simples: autoconhecimento. Se você está agora em um momento que já percebeu que não tem o controle e entendeu que precisa de ajuda de alguém e acredita que terapias poderiam  fazê-la se conhecer, então uma porta se abre... Na verdade, várias, mas, qual escolher? As tradicionais? As alternativas? As esotéricas?

Psicoterapias, mesa radiônica, aromaterapia, geoterapia, reiki, constelação, holística, hipnose e regressão, terapia floral, entre outras. Terapias buscam, de alguma forma, o equilíbrio nos níveis: físico, energético, emocional, mental, espiritual e psíquico. E, como dito anteriormente, compulsão é um desequilíbrio de sentimentos. Às vezes, há necessidade de se combinar duas ou mais terapias, buscar práticas integrativas, pois os impactos da compulsão são da ordem, ou melhor, da desordem dentro dos vários níveis descritos acima.

Você deve procurar aquela a qual você mais se identifica, aquela que você entende ser mais efetiva para sua condição. Não há certo, tampouco errado, não há uma terapia melhor que outra, existe apenas “aquela” que funciona para você. Não escolha a que deu certo com seu amigo, vizinho ou familiar só porque eles lhe incentivam a fazer. Devemos ouvi-los? Sem dúvida, porém, apenas como referência. Lembre que você é único e individual. Sendo assim, o que funciona para os outros não necessariamente funcionará para você. O segredo está na sua crença de qual terapia será a mais efetiva para sua condição.

Independente da escolha, certifique-se que o profissional que estará cuidando de você está comprometido com suas expectativas e obtenha dele respostas de como se processa a interação da terapia que você escolheu para o combate às ações da sua compulsão.

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