Controle emocional
Autor Andrea Pavlo
Assunto PsicologiaAtualizado em 3/7/2014 2:47:43 PM
É muito fácil sair dele. Correndo, fugindo. É bem fácil levantar a voz, xingar o motorista do carro ao lado ou cair de boca num sorvete de chocolate com calda dupla porque o emocional não está bom. E é fácil também se arrepender depois. Das palavras que falamos, das farpas e dos problemas que isso causa.
Estava eu uma vez numa delegacia. Eu tinha tido um problema e ia fazer um boletim de ocorrência. Ao meu lado, na sala de espera, se sentou uma senhora de braço quebrado, engessada. Ela me perguntou o que eu fazia lá e, ainda indignada, contei. E ela, claro, decidiu contar o caso dela.
Percebi que os policiais estavam tentando se livrar, literalmente, do BO. Um jogava para o outro, que estava esperando não sei quem e tals. Ela continuava sentada, impassível, notadamente tranquila e sossegada. Depois que ela contou o que aconteceu, e os extras, entendi porque os policiais estavam fazendo aquilo.
Ela estava machucada porque, supostamente, tinha caído dentro de um shopping. Segundo ela, o chão estava molhado e ela “não viu” se tinha sinalização mas queria uma indenização do shopping. Disse que seria a aposentadoria dela. Ela dizia isso porque eu, naquele momento, estava justamente querendo isso, um BO para um processo de indenização, então ela se abriu. Ela contou que meses antes a filha, diagnosticada como transtorno bipolar, estava dirigindo quando fechou um carro de alguém. Esse “alguém” ficou possesso, perdeu o controle. “Saiu do carro e começou a xingá-la de tudo quanto é nome” (SIC). Entre esse tudo-quanto-é-nome o cara a chamou de louca. E ela é diagnosticada. Enfim, ela usou isso contra o cara, pediu indenização e, segundo a senhora, comprou o apartamento que ela mora (na periferia) com esse dinheiro. O intento da mãe era o mesmo: conseguir uma boa aposentadoria
Quem via a cara da senhoria machucada não diria o 171 que ela é. Por isso os policiais, atentos que são, perceberam e não queriam abrir o BO. Na verdade, a filha tinha se aproveitado de um descontrole emocional de uma pessoa que, possivelmente, estava irritada com um monte de outras coisas, para arrancar dinheiro dele.
Não digo que não existem casos e casos e nem todo mundo é sacana. Mas imagina você xingar alguém no trânsito e a pessoa resolver só te processar e arrancar o dinheiro de um apartamento Fogo né? Esse foi um caso extremo mas, se você procurar no seu dia a dia, vai achar coisas mais “brandas” mas igualmente irritantes. O grande problema é que sempre queremos “ganhar” nas discussões com qualquer pessoa, principalmente aquelas que nos irritam faz tempo. Mas existe realmente gente que ama, adora uma boa briga e tem um imenso prazer em tirar o outro do sério. Então precisamos entender quando é hora de continuar e de parar.
Quando temos uma coisa chamada autoconhecimento fica mais fácil. Sabemos, percebemos o que a pessoa está tentando fazer e é só sair fora. Eu sei que ninguém tem sangue de barata (na verdade, eu preferia o sistema imunológico delas, as baratas, ao sangue) mas sair demais da casinha só atrapalha a nossa vida.
E com comida então, meu Deus, como isso é verdade. Crises compulsivas, por exemplo, são exatamente isso: um descontrole emocional danado, um pé na jaca que não terá como ser recuperado depois. Falou, falou. Fez, fez. Comeu, comeu! Então, na próxima vez em que ver o descontrole chegando perto, pare. Está irritado demais no trânsito: pare e tome um café ou uma água e depois continue a viagem. Veja uma paisagem bonita, foque numa música no celular ou nas suas redes sociais. O importante é tirar o foco daquilo.
Avaliação: 5 | Votos: 9
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
