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Depressão – recusa em aceitar a vida

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Autor Alex Possato

Assunto Psicologia
Atualizado em 1/21/2010 11:48:10 AM


(Entendendo Bert Hellinger e constelação familiar sistêmica) Alguns pretendem preservar a inocência negando-se a entrar no jogo. Preferem fechar-se a tomar, pois não ficam obrigados. Essa é a inocência dos que não jogam, não querem sujar as mãos e, por isso, frequentemente se consideram especiais ou melhores. Entretanto, eles vivem restritos e, nessa mesma medida, sentem-se descontentes e vazios.

Encontramos essa atitude em muitos depressivos. Sua recusa em tomar se dirige sobretudo a um dos pais ou a ambos. Posteriormente estendem essa recusa às outras relações e às coisas boas deste mundo. Essas pessoas justificam essa recusa alegando que o que receberam não foi o certo ou não foi o suficiente. Outros justificam sua recusa, apelando para os defeitos da pessoa que deu. Entretanto, o resultado é sempre o mesmo: permanecem paralisados e sentem-se vazios.

Bert Hellinger - O amor do espírito - Editora Atman

Ok, acima temos um texto de Hellinger, baseado na Ordem do Amor que diz do desequilíbrio entre o dar e receber, o que provoca emaranhamento sistêmico. Para dar uma rápida pincelada na questão "dar e receber" em relação a pais e filhos, a constelação familiar demonstra que os pais, não importam quais atitudes tenham feito, se foram presentes ou não, justos ou injustos, sempre dão e os filhos sempre recebem. Dão o que, você pode perguntar? Se não deram carinho, não deram educação, atenção, eles não deram nada... certo? Não. Errado. Estamos falando em consciência sistêmica, que abrange a sua mente, a dos seus pais e de todos os antepassados familiares. Estamos falando de algo que transcende em muito a própria percepção do certo e errado, as próprias convenções sociais. Estamos falando numa justiça sistêmica que, se bem entendida, poderá libertar você de todas as cobranças, justificativas e medos que atormentam a sua vida.

Os pais deram a vida. E isso é a dádiva maior que você poderia receber deste universo. A oportunidade de fazer o seu caminho de criatividade, relacionamento e amor em nome de todos os antepassados que você representa. A começar pelo papai e mamãe. A vida significa a oportunidade de estar num corpo, e neste corpo, do jeito que ele é, com todas as suas características físicas, emocionais, intelectuais e espirituais, transcender a própria mente egóica e "tocar nos pés do universo". Muito poético isso? Bem, vou simplificar: você pode realmente despertar para o Ser que está dentro de si. O ser perfeito, criativo e amoroso.

Não se pode negar que muitos pais foram descuidados. Alguns, irresponsáveis, e uma pequena parcela, até cruéis e violentos. Mas estas considerações são feitas aos olhos da sociedade, que busca o equilíbrio através do controle do comportamento das pessoas. Não estamos falando de comportamento. Estamos falando de você e toda a sua raiz familiar. Estamos falando da possibilidade de você demonstrar a força que está em si, e somente se demonstrará quando você acolher tudo o que foi excluído do seu sistema familiar. Repito: acolher tudo o que foi excluído do seu sistema familiar.

Trabalho difícil? Sim. Se fosse fácil, não necessitaríamos estar neste plano material, cheio de confrontos, obstáculos... Mas também não é dificílimo. Depende somente de uma coisa: a vontade de ser feliz, honrando e respeitando suas origens. Para isso, é necessário entrar em contato com as próprias emoções, e aceitá-las. Para entender o que Hellinger diz, quando fala que o depressivo se recusa a aceitar o que os pais deram, é importante vivenciar profundamente a falta de amor que parte da sua mente cobra não ter recebido. A falta de colo, de afeto, de apoio, de presença, de incentivo. Porque esta é uma crença social, de que os pais têm que dar apoio, afeto, etc., etc. Aos olhos do universo, os pais devem tornar os filhos fortes, e nada melhor do que atrito e confronto para tornar as pessoas fortes. Pelo menos, as pessoas que entendem esta lição do universo. O mais interessante, é que os pais não fazem isso conscientemente: não são "maus" porque querem. A grande maioria morre de culpa interior, por ter sido um pai ou mãe imperfeito. Mas esta culpa também faz parte da mente limitada, egocêntrica. Conhecendo a mente familiar sistêmica que abrange e transcende a mente egóica, o pai ou mãe começaria a perder o sentimento de culpa. Eles veriam que também herdaram do passado familiar a possibilidade, vinda através de problemas com os próprios pais, de se conhecerem emocionalmente, libertarem-se e se demonstrarem fortes e confiantes. Se fizeram a lição de casa deles, ou não, isso não é nosso problema. Só podemos fazer a nossa lição de casa.

A sensação de vazio e de paralisia demonstra que, em algum aspecto, a vida não foi tomada dos pais. Não foi aceita. Existem cobranças, conflitos emocionais. Traduzindo: a sua energia vital está direcionada para manter os conflitos emocionais vivos, ao invés de fluir naturalmente, para a criatividade, trabalho, prazer, relações, etc. É como um sistema elétrico cheio de fios descascados, gerando perda de energia. Ao reparar o sistema, naturalmente a energia fica disponível. Reassentando as emoções dentro de si, pois dentro de si existe, mora e atua todo o seu sistema familiar - você é o seu sistema familiar, naturalmente a energia vital flui rumo ao seu prazer.

É bom que se diga que tive depressão, pensei até em suicídio em determinada fase da minha vida, tive problemas que eu achava sério com meus pais - abandono, alcoolismo, mentiras, separações, chantagens, etc., eu mesmo entrei numas de beber e fumar demais (e viver de menos...), e posso dizer que entendo perfeitamente a dificuldade que existe em olhar os pais e transcender os problemas que, indiretamente causaram. Causaram sim, despertaram muita dor emocional... Mas ao trabalhar minhas questões, percebi que esta dor também estava neles. E em meus avós. Nada foi propositalmente contra, não foi pessoal, como o Ego gosta de pensar. E então, simplesmente chegou uma hora em que não aceitei mais ficar sofrendo, com a mente povoada por cobranças contra meus pais, avós, etc., ao invés de fazer a minha vida, buscar o meu despertar, em todos os sentidos. E então, parti para o trabalho interior. E para a liberdade, a qual eu convido você a se lançar corajosamente na busca. Como diz Hellinger, foi necessário deixar de me achar melhor ou especial, sair da toca e jogar o jogo da vida.

Alex Possato é professor de constelação familiar sistêmica e terapeuta sistêmico - clique aqui e saiba mais



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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