Diferenças no Contexto Familiar
Atualizado dia 10/18/2011 1:07:21 PM em Psicologiapor Sueli Massotti
Mas, nem todos têm uma mesa farta toda manhã, nem todos têm a "família perfeita" da propaganda. E, baseado nisso, há uma tendência em achar que a família não é feliz porque faltam alguns dos elementos determinados pela sociedade e pela mídia. Acontece uma idealização na família: os pais esperam filhos perfeitos e os filhos esperam pais perfeitos. Mas, não é uma questão de perfeição, mas de diferenças.
Quando acontece de um filho apresentar algum comportamento diferente do esperado, lá vem a pergunta dos pais: "Onde foi que eu errei?" Há uma busca de culpados e uma sensação de impotência. Isso está se tornando uma situação bastante comum nas famílias. Não existem famílias perfeitas. Existem famílias! Famílias formadas de diversas maneiras: com pai, mãe, filhos, avós, netos, com padrastos, madrastas e enteados. Não importa como a família é formada, mas, sim, como ela funciona afetivamente. Quanto maior a afetividade, menor a probabilidade de conflitos.
Portanto, é importante resgatar a afetividade. De que maneira?
- Parando para ouvir o outro;
- Respeitando e aceitando as diferenças do outro;
- Conseguindo enxergar e valorizar as qualidades do outro;
- Dando ênfase para as qualidades e não para os defeitos;
- Tentando perceber o que está por trás do comportamento negativo;
- Entendendo a importância do exemplo;
- Demonstrando interesse pela vida do outro;
- Privilegiando a convivência familiar;
- Participando da vida escolar dos filhos;
- Compartilhando, comentando filmes, livros, TV;
- Investindo tempo com sua família, com seu filho, marido, mãe, etc.
Sempre é tempo de reparar o que não está bem, sempre é tempo de se viver em família, pois é importante e fundamental que a família funcione transmitindo valores e princípios morais.
Precisamos transformar nossas famílias e nossos filhos de esponjas = que só absorve e acumula informações em filtros = que tem senso crítico suficiente para questionar, rejeitar ou debater informações.
Essa transformação só acontece com experiência e exercício diários. Pais e mães também são seres humanos, portanto, sujeitos a falhas e imperfeições. Não são infalíveis, são pessoas normais com defeitos e limitações, assim como qualquer outro elemento da família. Mas essas limitações e imperfeições não os tornam incapazes e nem diminuem suas capacidades de amar e de educar seus filhos.
A vontade de acertar -sempre- é um fardo carregado indevidamente, pois somos seres humanos e, muitas vezes, haverá situações em que erramos simplesmente por não saber, por estarmos esgotados fisicamente ou ainda, por falta de recursos materiais ou emocionais.
Em muitas famílias, os pais perdem a "função humana" aos olhos de seus filhos. Deixam de ser gente e passam a ser apenas provedores. Seus sentimentos, alegrias e tensões são ignoradas pelos filhos. E o mais interessante é que muitos pais aceitam essa condição. Pais e filhos têm direitos e deveres.
Assim como pais não recebem nenhuma orientação específica em como serem pais, filhos também não vêm com manual de instrução. Portanto, o processo do contexto familiar é um aprendizado constante, pois se tratam de seres humanos aprendendo a se relacionar, com todas as suas qualidades e limitações.
Quando começamos aprender a respeitar as diferenças de cada um, surge a incrível oportunidade com a possibilidade de mudanças no sistema familiar. E isso acontece com a reorganização da comunicação entre os membros da família. O amor não vem pronto, é preciso que ele seja construído, amadurecido. Então:
- Esteja presente na vida de quem você ama!
- Abrace quem você ama! Deixe que ele perceba o quanto é importante para você.
"Me ame quando eu menos merecer. É quando eu mais preciso de amor". (autor desconhecido)
Um grande e carinhoso abraço,
Sueli Massotti
Texto revisado
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